Uma coluna sem papas na língua 30/08/08

Eleições municipais

A menos de 40 dias das eleições municipais, o cenário  não tem apresentado grandes alterações nos cinco maiores colégios eleitorais do estado. A exceção é no município de Vilhena, onde a candidatura de Melki Donadon (PMDB) foi indeferida pela justiça eleitoral, mas ele recorreu e espera se garantir na disputa.

Em Porto Velho

Embora os seis candidatos da oposição contestem vigorosamente, o atual prefeito Roberto Sobrinho (PT) largou na frente, tem conservado a ponteira e ameaça definir a peleja já em primeiro turno. Os seus dois principais concorrentes são Lindomar Garçon (PV) e Mauro Nazif (PSB) que precisam mais vitamina para virar o jogo.

Horário gratuito 
  
Reverter à vantagem do atual prefeito e arrastar a disputa para o segundo turno é o objetivo da oposição durante o horário gratuito. Se conseguirem atingir esse objetivo, os opositores pretendem se unir na próxima etapa e, então, sim, terão mais chances de botar o petista fora do poleiro do Palácio Tancredo Neves.

Voto útil

E tratando-se de Porto Velho começa agora a definição do voto útil contra o prefeito Roberto Sobrinho. O eleitor oposicionista vai escolher nesta reta final, aquele nome em condições de bater o prefeito num possível segundo turno (que eu, francamente não acredito que vá ocorrer). Um dos seis nomes vai subir muito e a maior cair no despenhadeiro.

Em Ji-Paraná

Como em Porto Velho, em Ji-Paraná o quadro não apresenta alterações com os primeiros dias de horário eleitoral gratuito. O atual prefeito José Bianco, alicerçado por uma poderosa coalizão partidária abriu grande diferença nas primeiras pesquisas e mantém a vantagem sobre seu opositor, o peemedebista Edvaldo Soares, que tem o apoio dos petistas. Soares espera crescer junto ao povão, priorizando a periferia para virar o jogo.

Em Ariquemes

Uma baita coalizão partidária foi formada para derrotar o atual prefeito Confúcio Moura (PMDB) em Ariquemes, terceiro maior colégio eleitoral do estado. O concorrente Lourival Amorim (PSDC) tem o apoio do clã Amorim – deputada Daniela e  seu pai, o deputado federal Ernandes Amorim além do respaldo do governador Ivo Cassol. Mesmo assim Confúcio mantém a ponta.

Em Cacoal

No município de Cacoal, a disputa esta polarizada entre o padre Franco da aliança PT/PMDB com a vereadora Glaucioni Nery (PSDC), apoiada pelo governador Ivo Cassol e pelo ex-deputado federal Nilton Capixaba (PTB). Franco largou na frente e consegue manter a posição, embora a movimentação da aliança da concorrente tenha aumentado nos últimos dias.

Em Vilhena

No município de Vilhena, quinto colégio eleitoral do estado, o ex-prefeito Melki Donadon (PMDB) foi afastado da disputa eleitoral, mas recorreu junto ao Tribunal Regional Eleitoral –TRE e espera reverter a situação. Donadon tem perdido terreno nos últimos dias para seu opositor Zé Rover (PV) que pilota uma aliança de mais de meia dúzia de agremiações partidárias.

Pé na estrada

Visando apoiar seus aliados, o governador Ivo Cassol e o senador Expedito Júnior estão correndo trecho pelo interior afora. Em cada encontro mantido com lideranças, o pau canta em cima de Lula e dos petistas em geral. Já se pode deduzir desde já que a guerra de Cassol – que vai disputar o Senado - será com os petistas e em 2010...

Do Cotidiano

A realidade amazônica

Eles chegam, aplicam suas teorias ao que vêem ou ouvem falar e se vão, a escrever livros e fazer palestras pelo mundo afora. Alguns são mais honestos, outros menos. Mas, honestos ou não, são as impressões que eles vão transmitir ao Primeiro Mundo os motores responsáveis pela geração da imagem do País no exterior. 

Um dos mais respeitados depoentes sobre a realidade amazônica, sem dúvida, é o professor francês Alain Ruellan, que leciona Ciência do Solo. Uma palestra dele na sessão sobre a Amazônia brasileira, realizada pelo Tribunal Permanente dos Povos, em outubro de 1990, em Paris, ainda hoje baliza a opinião estrangeira sobre a Amazônia e o Brasil.

Para Ruellan, a Amazônia é, antes de tudo, os povos; também, as imensas riquezas naturais; finalmente, é um fator de equilíbrio a níveis local, regional e mundial. Quanto aos povos, que estavam aqui antes da chegada dos portugueses e dos espanhóis, hoje, mesmo lutando por sua autonomia e identidade, "não são mais do que algumas dezenas de milhares cuja existência e os direitos continuam a ser ridicularizados", no conceito do professor francês.

Mais recentemente, a propósito do encontro entre o presidente Lula e seu colega francês, Sarkozy, ele dirigiu um apelo ao povo brasileiro, que igualmente repercutiu pelo planeta afora:

– Temos que agir rapidamente, muito rapidamente. Trata-se de uma corrida, uma corrida para ocupar a floresta e viver da floresta antes que ela seja sucateada e desapareça. Agir rapidamente, e agir no plano federal, em caráter de urgência, fazer a escolha política clara do desenvolvimento sustentável. (...) multiplicar os locais de pesquisa e de ações, dando prioridade àqueles que fizeram à escolha política e socioeconômica do desenvolvimento sustentável. Não é um único instituto da biodiversidade amazônica que devemos criar, mas uma rede de pequenos institutos, apoiando-se no que já existe. A imensa Amazônia é diversa: diversidade biológica, ecológica, humana; diversidade de experiências adquiridas. São essas diversidades que temos que descobrir e valorizar. Então vamos evitar mais um grande projeto que será mais uma vez arquivado.

Goste-se ou não dessas "palpitações" do professor francês sobre a realidade amazônica, a verdade é que nem todos os estrangeiros acham que a capital do Brasil é Buenos Aires. O grande conhecimento de Ruellan sobre solos o habilita a pelo menos saber o que anda acontecendo com eles, ao pisar no chão amazônida

Via Direta

***A ameaça de cartelização nos preços de cimento e tijolos é preocupante em Porto Velho que vive um boom imobiliário *** A militância do candidato Mauro Nazif (PSB) começa a botar o bloco na rua *** À disputa por uma vaga na Câmara de Vereadores da capital virou uma briga de foice no escuro *** É tanta gente na peleja que já tem candidato batendo na casa de candidato pedindo voto...

Fonte: Carlos Sperança