RO participa do 4º Congresso Brasileiro de Saúde Mental

O governo de Rondônia, através da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) e do Centro de Atenção Psicossocial Madeira-Mamoré (Caps) participa do 4º Congresso Brasileiro de Saúde Mental, que começa nesta quinta-feira, 4, e vai até domingo,7, em Manaus (AM). Na pauta, a discussão de práticas para o tratamento de pacientes e a busca de aproximações de ações  intersetoriais.

A meta é propor  um encontro entre os diversos atores sociais, pesquisadores, estudantes de graduação e de pós-graduação, gestores, trabalhadores, usuários e familiares - para maturidade da produção científica na área Saúde Mental, incentivando o empoderamento dos atores sociais em sua  luta política frente à necessidade de se definir novos rumos para a saúde mental, de modo a fortalecer as práticas da rede dentro do Sistema Único de Saúde e na articulação intersetorial.

O IV Congresso Brasileiro de Saúde Mental, que tem o tema central: "Navegando pelos rios da Saúde Mental da Amazônia: Diversidades culturais, saberes e fazeres do Brasil”, pretende conhecer as diversidades culturais que traz no seu conteúdo o contexto de  culturas plurais , regionalizadas, mas que se encadeia e contribui com a diversidade no campo da saúde mental no cenário nacional e internacional.

De acordo com a diretora do Centro de Atenção Psicossocial Rio Madeira (Caps), Sandra Cristine Arca, o congresso é uma oportunidade para todos os estados mostrarem o que vêm fazendo e, ao mesmo tempo, trocar experiência para o avanço da qualidade dos serviços oferecidos a este público, através do Sistema Único de Saúde (SUS).

No total, mais de 16 mil pessoas estão cadastradas no Caps. Deste número, 6.500 pacientes fazem tratamento em todo Estado. Sandra explica que há uma espécie de rodízio entre as pessoas que buscam tratamento. Enquanto uns desistem ou abandonam, outros chegam. Por isso, há uma oscilação na quantidade de pessoas atendidas.

Ainda de acordo com Sandra Cristine, os diagnósticos, segundo orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS), mostram que 20% dos casos são de depressão e ansiedade, 3% de esquizofrenia - doença que tem como sintomas delírios, vozes e visões de seres imaginários -, e 2% de pacientes com diagnóstico de transtorno bipolar.

EXPERIÊNCIAS

De acordo com Sandra, além dos avanços no tratamento, Rondônia vai levar para o congresso experiências positivas, como as atividades culturais realizadas todas as quintas-feiras. Neste dia, os pacientes têm e participam de teatros, musicais, cantorias, entre outras atividades. Até mesmo os pacientes com histórico de agressividade respondem bem ao trabalho.

Para o estagiário do curso de psicologia e voluntário Moramoud Baydoun, o "Dody", o trabalho com os pacientes é extraordinário.  Ligado ao teatro, "Dody" diz que todos respondem muito bem. "Eles demonstram interesse e se envolvem, se dão. É uma coisa que nada pode pagar", afirma.

Maria Bernadete, que está há dois anos no Caps, classifica o centro como uma casa de amor, atenção, um local onde não há preconceito. "Eu adoro estar aqui. Sou tratada muito bem. Aqui ninguém é diferente, todos são iguais", disse com um largo sorriso.

REFERÊNCIA

De acordo o secretário estadual de Saúde Williames Pimentel, o Congresso Brasileiro de Saúde Mental tem caráter internacional, uma vez que há convidados de outros países como Itália, Espanha e Argentina, além daqueles que fazem fronteira com a região Norte.

Mas sua característica é discutir as políticas públicas de saúde mental que vem sendo implantada no Brasil e nos países convidados, assim como realizar uma análise comparada entre tais países, explica Pimentel.

Ele destaca que, devido a diversidade cultural brasileira, a proposta é mostrar as características da região Norte, entendendo-a como parte integrada da cultura brasileira. Este aspecto se mostrou importante dado que a Reforma Psiquiátrica deve ser entendida como uma prática que possui diferentes formas de ser implantada, tendo por base a Lei 10.216, aprovada em 2001.