Governador participa de diplomação em Nazaré

Em pouco mais de 90 dias, a viagem de hoje foi a terceira do governador Confúcio Moura ao distrito de Nazaré, distante cerca de 350 quilômetros, por via fluvial, de Porto Velho. Desta vez ele foi para prestigiar a formatura de 364 alunos que ao longo de um mês concluíram cursos profissionalizantes, ministrados por professores do Senai do Amazonas.

Através de um esforço pessoal do governador, que solicitou, ao diretor adjunto de Educação e Tecnologia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Sérgio Moreira, a inclusão de Rondônia na rota do Barco Escola Samaúma. O cronograma da embarcação, que já percorreu áreas ribeirinhas de praticamente todo o Norte brasileiro, aportou pela primeira vez em águas rondonienses no mês de junho. Hoje, um mês depois do início das aulas, 364 alunos, entre jovens e adultos, receberam o diploma de conclusão de curso e foram representados pela aluna do curso de panificação, Mila Ana Barreto Brás, que em rápido discurso agradeceu a Deus e as autoridades pela oportunidade de expandir seus conhecimentos e aprender uma nova profissão, que segundo ela será de grande utilidade para todos os alunos.

A solenidade foi uma grande festa para a comunidade de Nazaré, que parou para assistir a entrega dos certificados. Nem todos concluintes compareceram, a maioria estava trabalhando, mas os moradores foram ao pátio da Escola Professor Francisco Desmorest Passos para prestigiar a cerimônia. Além do governador Confúcio Moura, os secretários de Estado da Educação (Seduc) e do Desenvolvimento Econômico e Social (Sedes), Isabel Luz e Emerson Castro; o chefe da Casa Militar, Major Gualberto; o comandante da 17ª Brigada de Infantaria de Selva, general Ubiratan Poty; Major Milanez, representando o Comando Geral da Base Aérea; o deputado Zequinha Araújo; ; Heber Xavier, do Senai; Adir Oliveira, diretora de Operações do Senai no Estado; o administrador de Nazaré, Pedro Bastos; professores do Barco Escola Samaúma e a diretora da Escola onde foi realizada a solenidade, professora Ana Laura Camacho Roca, entre outras autoridades.

Para os alunos concluintes, uma das lições foi a de cidadania, como destacou o governador Confúcio Moura. Segundo ele, proporcionar o ensino profissionalizante a moradores de regiões ribeirinhas é como um resgate. “Não foi fácil trazer esta equipe tão capacitada até aqui”, disse o governador, referindo-se ao corpo técnico de professores e instrutores do Samaúma, a maioria com mais de cinco anos de atuação em áreas ribeirinhas. Por isso fez questão de agradecer ao governador do Amazonas, Omar Aziz e ao presidente da Federação da Indústria do Amazonas, Antonio Silva, por terem apoiado no deslocamento do Barco Escola para Rondônia, quando não era este o cronograma original da embarcação.

Para Confúcio o resultado foi tão satisfatório que ele vai solicitar que Rondônia seja incluída na programação do Samaúma para o próximo ano.

O presidente da Associação de Moradores, Jefferson Tavares, também aluno dos cursos de informática e instalador elétrico residencial, disse ao governador que a oportunidade que foi dada aos moradores do Baixo Madeira tem um valor inestimável, uma vez que proporcionou a capacitação gratuita de muitos jovens e chefes de família. “O senhor é o primeiro governador que olhou para o Baixo Madeira”, destacou o jovem, que classificou a atuação do Senai como ótima e definiu Nazaré como uma localidade privilegiada por ter sido a primeira escolhida para um projeto tão grandioso.

NOVOS PROFISSIONAIS

Padeiros, pedreiros, eletricistas, marceneiros de móveis e de peças artesanais, operadores de microcomputador, confeiteiros, encanadores, mecânicos de motores diesel e de popa e costureiras são alguns dos novos profissionais disponíveis em Nazaré. Alguns estão pensando em montar cooperativas e permanecerem na região trabalhando juntos, outros pensam em seguir outros destinos, como Porto Velho, mas em todos há a esperança de dias melhores com o novo saber e a nova profissão. Fabiane Neves, além de servidora pública sonha agora com a profissão de confeiteira. “Aprendi muito. Agora sei fazer bolos, pães, salgados e tortas e acho que com outras colegas vamos poder implantar aqui uma panificadora”, informa. Hoje a sede do distrito conta com uma pequena padaria que não atende a demanda.

Janeleudo Galdino, do curso de mecânica de motor diesel, disse que já iniciou uma pesquisa na região e sabe que há uma grande necessidade de profissionais na área para manutenção e conserto de motores de embarcações, e já pensa em abandonar a profissão de pedreiro pelo novo ofício.

Fonte: Alice Thomaz / Decom