Educação: Pimentel quer implantar a “Escola 3.0”

Além da saúde, da economia e da segurança pública, um setor que vai exigir dedicação especial do novo prefeito é a educação, em uma realidade que se espera ser “pós Covid”, ou “novo normal”. Há esperança de que a vacinação possa começar ainda em dezembro ou, no máximo, em janeiro de 2021. Mas, ainda que isso aconteça, o procedimento é lento e continuado. Consta, inclusive, que serão necessárias duas doses para cada cidadão. Ou seja: população e principalmente os órgãos públicos serão obrigados a aprimorar mecanismos de convivência com o vírus. 

O raciocínio é do candidato a prefeito Wlilliames Pimentel (MDB – 15), que reuniu técnicos do setor educacional e de TI (Tecnologia da Informação) para discutir a questão e encontrar o melhor caminho para iniciar um ano letivo definitivamente atípico em 2021. “A Prefeitura terá que começar a trabalhar desde os primeiros dias da nova gestão na aplicação de metodologias capazes não apenas de enfrentar o ano letivo que começa, mas para recuperar, no mínimo, o ano de 2020, perdido para a pandemia”.  

“Quando digo ´no mínimo´ - explicou – é porque as perdas decorrentes da incapacidade da Prefeitura de solucionar a absurda questão do transporte escolar para a zona rural e localidades  ribeirinhas jamais poderão ser compensadas”. Mas a Prefeitura precisa trabalhar fortemente, já com as providências previamente delineadas de forma a não permitir que esse fosso seja ampliado. “Teremos que trabalhar por etapas, na capacitação física das escolas, no estabelecimento de material didático adequado à nova realidade e na capacitação dos professores”. 

Pimentel adianta que a única forma de adaptar quase imediatamente a rede municipal ao “novo normal” será a adoção de um sistema de aulas presenciais mescladas com aulas on-line dentro das próprias escolas. Poderão ser instalados nichos, do tipo baias, em espaço adequado, sempre com redobrados cuidados sanitários. Isso, porque mesmo que seja possível equipar todas as crianças, não existe acesso a internet de qualidade. A Prefeitura terá que instalar redes de fibra ótica e equipamentos nas escolas, além de reformular a parte elétrica dos prédios, para instalar tomadas em número suficiente e aparelhos de ar condicionado. O estado já possui redes de fibra ótica. Basta, portanto, celebrar convênio para usá-las e instalar extensões. 

Para o candidato do MDB, terá que haver um trabalho de elevada intensidade para possibilitar a abertura do ano letivo dentro do calendário. Ao mesmo tempo será preciso trabalhar nas etapas seguintes do sistema, em busca do aprimoramento físico da rede escolar e preparação adequada de alunos e professores. A meta é romper desafios para chegar à chamada Escola 3.0, conceito para um novo momento da educação. Ele nasce junto com as novas tecnologias, que alteram a forma como as pessoas acessam informações, se comunicam e se relacionam como sociedade. Felizmente não deverá ocorrer grande choque cultural com a implantação da TI, já que hoje até crianças de colo já estão praticamente adaptadas aos recursos dos smartphones e celulares. 

Infelizmente, a falta de visão das autoridades municipais impediu o aproveitamento de um tempo precioso na preparação das instalações escolares. As dificuldades, portanto, são tamanhas a ponto de não se conhecer, com certeza, nem mesmo o número atual de unidades escolares. Da mesma forma, não se consegue qualquer informação sobre a infraestrutura interna de tecnologia da informação na rede municipal de ensino, que se imagina inexistente, o que dificulta qualquer planejamento. As informações existentes são do censo escolar 2018, do INEP, que dá conta da existência de 81 escolas na zona urbana e 58 na zona rural.