Defesa Civil auxiliará municípios em caso de enchente

O Corpo de Bombeiros Militar, que atua como a Defesa Civil em Rondônia, está preparado para atuar nos municípios em que houver necessidade de socorro a vítimas. Em 2014, realizou  trabalho de salvamento e assistência aos atingidos pela enchente. Além disso, transportou doentes de municípios isolados para a Capital a fim de receber tratamento. Um Plano Estadual de Contingência está sendo desenvolvido e deve agregar os planos de contingência dos municípios. Nem todos os municípios têm necessidade de ter o plano, mas de acordo com o que vai acontecendo, ele é atualizado, sendo modificado para atender aos locais necessitados de assistência.

Segundo o diretor de Planejamento e Operações do Corpo de Bombeiros, tenente Artur, para que eles atuem, é necessário solicitação do município atingido. “A primeira resposta cabe ao município. Ao exceder sua capacidade de resposta, pede auxílio à Defesa Civil estadual, que atua em conjunto com o Corpo de Bombeiros utilizando toda sua estrutura”, disse.

A atuação do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil estadual é no sentido de oferecer a logística necessária para transportar os atingidos pelo desastre natural, dar-lhes assistência em local seguro e auxiliar no processo de reconhecimento da situação de emergência ou estado de calamidade pública, ou seja, reconhecimento da situação.

Segundo ele, poucos municípios do Estado têm condições de manter um quadro profissional necessário para atender à demanda devido aos altos custos. Com isso, cria-se um entrave de atendimento, pois os municípios não são estruturados para o atendimento básico inicial. “Em se tratando de socorro, nenhum município tem condições de atender”, garante.

Neste ano, a capital Porto Velho já solicitou auxílio para socorrer os atingidos pela cheia nas áreas mais baixas, em que o rio já chegou. “Neste ano o rio Madeira está cerca de 1,5metros abaixo da mesma marca registrada no ano passado, mas, mesmo assim várias áreas já foram atingidas”, relata.

O Procedimento Operacional Padrão (POP) para ações de resposta em Defesa Civil vai definir as ações a ser tomadas, de acordo com as diretrizes do gestor que estiver à frente, tanto em nível municipal quanto estadual.

O POP auxilia na tomada de decisão por parte da Defesa Civil Estadual, onde nele consta o que fazer e que ações tomar desde o primeiro momento em que se é comunicado.

Após o reconhecimento da catástrofe, conforme o tenente Artur, são acionadas as autoridades municipais e estaduais para o acolhimento das pessoas.

RECONSTRUÇÃO

Ele lembrou também que o Estado ainda está trabalhando com o plano de reconstrução das áreas atingidas pela enchente de 2014, e que o governo Federal ainda não repassou todos os recursos para cobrir os gastos que Rondônia teve. Quanto aos desabrigados que estavam acampados no Parque dos Tanques, apenas três das 42 famílias ainda se encontram no local. Os demais entraram em acordo, recebem o aluguel social e ainda terão direito a uma casa construída numa parceria dos governo estadual e Federal, por meio dos Programas Morada Nova e Minha Casa Minha Vida, respectivamente.

“Essas três famílias ainda estão no local pois não se enquadram nos requisitos do Minha Casa Minha Vida, não receberam o aluguel social e, portanto, ainda não entraram em acordo. Elas estão sob a guarda do município”, informou o tenente, adiantando que a situação delas será informada ao Ministério Público (MP) para que auxilie na solução do problema.

Para o tenente Artur, houve um lado positivo que se pode tirar da trágica enchente de 2014, quando grande parte do estado ficou isolada devido ao alagamento da BR-364, especialmente os municípios de Nova Mamoré e Guajará-Mirim. A Estrada Parque, aberta pelo governo de Rondônia, possibilitou o transporte de cargas, alimentos, medicamentos e pessoas. Lá foram construídas três pontes e a estrada foi feita em tempo recorde.

Isso possibilitou também a agilidade de quem morava próximo a Nova Mamoré, mas tinha de fazer o trajeto indo para Ariquemes, Porto Velho e depois ir a Nova Mamoré num trajeto de mais de 500 quilômetros. “Agora, com pouco mais de 50 quilômetros, o sitiante/fazendeiro resolve suas pendências, graças à Estrada Parque”, argumenta.