Quarta-feira, 12 de setembro de 2018 - 12h35
CARTA CAPITAL
Fernando Haddad fez seu primeiro discurso como candidato à Presidência pelo PT no início da noite de terça-feira (11), em Curitiba. Logo após o anúncio oficial de seu nome como substituto na chapa encabeçada pelo PT – que conta com Manuela D’Ávila Manuela D'Ávila como vice, ele lembrou os avanços sociais dos 12 anos de governos do partido e questionou como eles incomodam setores da elite.
"Sentar ao lado de um negro no avião ou nos bancos universitários: isso é comunismo na cabeça dessa elite?"
Pedindo desculpas por estar emocionado, Haddad lembrou que iniciou sua militância como universitário, na década de 1980, e que à época a luta era pela redemocratização do País. "Imaginava que meus filhos e netos teriam outras frentes de batalha. O que aconteceu com o Brasil? Por que estamos vivendo essa situação?", questionou mencionando o retrocesso nas conquistas sociais, como a volta do Brasil para o Mapa da Fome e os aumentos da mortalidade
Sobre os ataques à democracia, Haddad usou a figura das flores, utilizada por Lula no discurso que antecedeu sua prisão em abril. "Estão há 4 anos chacoalhando a roseira da democracia para ver se ela cai. Mas tem um problema: temos um líder chamado lula que nos inspira. Podemos vergar, cair, mas a gente levanta...Tudo o que fizeram desde 2014 foi trazer o caos, desordem, intolerância para um povo que só quer trabalhar, uma porta aberta, que não pede favor e sim oportunidade."
Haddad também falou que nos governos do PT o Brasil conquistou o respeito internacional, já que Lula "olhava olho no olho, de igual para igual, para todos os chefes de estado". Esse prestígio, afirmou o agora candidato, fez com que o passaporte brasileiro fosse respeitado no exterior. "Uma pessoa sem diploma fez o que não fizeram em 50 anos."
O ex-prefeito de São Paulo finalizou dizendo que recebeu a missão de olhar nos olhos do povo e rememorar as conquistas dos governos anteriores do PT.
O anúncio do nome de Haddad como substituto de Lula na corrida presidencial foi feito pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, após o Supremo Tribunal Federal (STF) manter a inelegibilidade de Lula e do TSE barrar sua candidatura. O prazo para a troca do nome na chapa inscrita na Justiça Eleitoral acabou às 19h de terça-feira.
“Infelizmente a Justiça persistiu no caso Lula, e num processo nunca visto no TSE, a candidatura foi impugnada. E mais que isso, não o deram o direito de disputar uma eleição sub judice, Lula não teve esse direito, não teve nenhum direito respeitado ao longo desse processo. Hoje é um derradeiro, um dia determinado pela Justiça”, completou.
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