Segunda-feira, 23 de agosto de 2010 - 07h01
O exíguo espaço entre os assentos anterior e posterior na maioria das aeronaves brasileiras é um atentado indiscutível à segurança. Com exceção das cadeiras dispostas junto às saídas de emergência, todas as demais mantêm os passageiros mal acomodados, com os joelhos tocando na cadeira da frente, e até sendo comprimido quando seu encosto é reclinado.
Caso haja um acidente com o avião, ainda que de pequena monta – basta a redução abrupta da velocidade em um pouso de emergência —, é o suficiente para provocar múltiplas fraturas nos membros inferiores e na bacia, ou até, em situações mais impactantes, esmagar o passageiro.
Fica comprometida, também, qualquer operação de emergência para evacuar o avião face a esse reduzido espaço disponível para a movimentação dos tripulantes e passageiros; estes geralmente em número maior que a aeronave comporta devido ao excesso de assentos.
É inaceitável que até o momento nada tenha sido feito para corrigir esse erro grave. Erro perpetrado por empresários da aviação com a condescendência e até conivência das autoridades do setor. Assumem, com essa atitude negligente e imprudente, que não têm o menor compromisso com a integridade física e a vida das pessoas.
Quando os acidentes aéreos ocorrem, os tais empresários e autoridades ocupam a mídia para alegar que não têm culpa ou para atribuírem culpa aos outros. Enquanto as famílias choram a perda de seus entes queridos.
Manter esses aviões como estão, com essa configuração em que os passageiros ficam comprimido entre os assentos, é o mesmo que assumir a culpa de tudo que acontecer em decorrência dessa irresponsabilidade. Depois não vale tentar se eximir dela. São culpados, sim.
Nota do Autor – Este texto será enviado ao Ministério da Defesa, à Agência Nacional de Aviação Civil, às companhias de aviação civil e para diversos sites e publicações em todo o país.
Fonte: Viriato Moura - [email protected]
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