A Biblioteca Municipal Francisco Meireles recebeu na última quarta-feira, 10, a doação de vários exemplares das obras literárias do escritor José Joaquim Pillon. O acervo foi entregue ao diretor da biblioteca, Adson Muniz. Os volumes doados são de quatro obras lançadas pelo autor: “As Raízes do Homem — Em Busca da Civilização, da Fraternidade e do Amor”, “Amazônia Último Paraíso Terrestre” — da série Estudos Amazônicos, “Os Encantos da Vida” e “A Bondade do Mundo e a Maldade do Homem”.
Essa foi a segunda vez que o escritor doou livros à biblioteca e José Pillon explicou que decidiu tomar essa iniciativa com o objetivo de estimular o conhecimento e o gosto pela leitura. “Sou um leitor inveterado e gosto de quem ler. Eu escrevo não para ganhar dinheiro, mas para ajudar a conscientizar as pessoas, por isso estou fazendo essa doação para a biblioteca que é um local onde as pessoas buscam conhecimento. Faço isso não só aqui em Porto Velho, mas em outros município também, como Ariquemes. Quando escrevo um livro não penso ganhar dinheiro com ele. Vendo só para tirar o preço da impressão, isso para divulgar a leitura, porque sem leitura, o povo não se conscientiza e não se renova nada”, disse.
O diretor Adson Muniz, lembrou que biblioteca não tem recursos para a compra de acervo, e a doação é uma alternativa para equipar o espaço com mais volumes. “Por isso louvamos a iniciativa de escritores como o José Pillon, que têm feito doação de suas obras para o acervo da biblioteca. É uma atitude louvável porque, além de divulgar seus livros, o escritor contribui também para com o hábito da leitura. assim os portovelhenses têm acesso à leitura, ao mesma tempo que o autor tem uma divulgação maior de sua obra no município. Estamos também pretendendo abrir um espaço na biblioteca para a Academia Rondoniense, a fim de que os imortais da literatura rondoniense tenham um local para realizar suas reuniões”, adiantou
As obras
Amazônia Último Paraíso Terrestre, é um convite para conhecer a Amazônia, por meio da literatura ao mesmo tempo, mostra várias razões para a preservação da região. O livro mostra também, de que forma é possível convivermos juntos, e porque é necessário preservarmos a biodiversidade. A obra leva a uma verdadeira viagem ao conhecimento: geologia, água, floresta, a vida animal, o homem e sua origem, Deus como criador de tudo. Mostra a realidade geológica da Amazônia, a formação da maior bacia hidrográfica e da maior floresta do mundo. “Esse livro foi escrito há 15 anos, quando eu era professor de Geologia, em Ariquemes. É uma visão da natureza Amazônica. A formação dessa bacia é fantástica e desconhecida. Pouca gente sabe que o rio Amazonas corria para o oceano Pacífico, isso há 12 milhões de anos, antes da formação da Cordilheira dos Andes”, esxpliou.
As Raízes do Homem — Em Busca da Civilização, da Fraternidade e do Amor tenta mostrar porque o homem se desvinculou da natureza. Aponta as raízes que fincam o ser humano de forma definitiva com a natureza ao afirmar que tudo está conectado, planta, animal, homem, céu e terra e mostra como os pensamentos filosóficos desvincularam o homem da natureza. Reforça a teoria de que o atual modelo civilizatório, idealizado na Renascença por Descartes e Bacon, é extremamente egoísta e destruidor à vida. O homem se colocou no centro de tudo e, até agora, agiu somente com o instinto dominador. Assim, acabou perdendo a sensibilidade humana frente aos outros seres e, com ela, a sabedoria de caminhar junto com todas as criaturas.
A Bondade do Mundo e a Maldade do Homem desmistifica aquela máxima de que acontece é sempre culpa dos outros. Quando não é Deus é o diabo que é a causa do mal. Mas ao aprofundar a leitura, o descobre que o mal não é um elemento externo, ele está dentro de nós mesmo. O autor procura mostrar que o mundo é bom e é o homem que causa a destruição, ao afirmar que a maldade do mundo é fruto do egoísmo, da ganância e da violência do homem.
Os Encantos da Vida é um livro que retrata a beleza da vida, a beleza do mundo. É como se passássemos por cima de muitas coisas no nosso dia a dia que nem dá para perceber o belo que está ao nosso redor. O livro questiona aquelas pessoas que só acham o belo em outros lugares sem perceber que esse belo pode está dentro do seu próprio quintal, na riqueza enorme que existe nesse espaço que o circunda. Em outras palavras, precisamos descobrirmos a beleza do mundo, que sempre nos traz surpresas. “Outro dia em Ariquemes, estava andando na rua quando uma senhora se aproximou e me abraçou. Estranhei porque não a conhecia. Ela então falou que havia se curado de uma depressão depois que leu Os Encantos da Vida. É isso que nos deixa gratificados.
O autor
José Joaquim Pillon, é professor emérito da Universidade Federal de Santa Maria (RS), onde exerceu o magistério por quase 25 anos, com dedicação especial à História da Filosofia da Arte, matéria que lecionou também no Colégio Máximo Palotino e Faculdade Nossa Senhora Conceição, na mesma cidade.
Em Rondônia desde 1982, tanto em Porto Velho, como em Ariquemes, prosseguiu no magistério superior, lecionando Introdução à Filosofia, Antropologia Filosófica, Ética Filosófica, Geologia e ministrando inúmeras palestras sobre Educação e Ecologia. Mas foi na frequente convivência com a natureza, índios e seringueiros que se apaixonou pelo estudo e defesa da Amazônia.
Fonte: Joel Elias
Domingo, 7 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)
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