Zuzu Figueroa - Seus textos beiram os 100 mil acesos

A Internet nos proporciona de vez em quando, agradáveis surpresas. Basta um pouquinho de paciência e disposição para navegar pelos mais variadas ferramentas que a “rede” coloca a nossa disposição, para encantarmos o que nos agrada e o que não agrada. Dessa vez, nossa navegação nos colocou frente a frente com a escritora Zuleika Cansansão, que posta seus textos no site Recanto das Letras (www.recantodasletras.uol.com.br), com o pseudônimo zuzufigueroa (tudo junto). Os textos da Zuzu estão beirando os 100 mil acesos, (para ser mais exato, até ontem à tarde 84.375). “Até dezembro vamos chegar aos 100 Mil”. São crônicas, mensagens de amor, poesias, cartas, contos, crônicas, humor, frases e até textos eróticos. Zuzu Figueroa é paulista da gema como ela mesma se classifica, e veio para Porto Velho no inicío da década de 1980, apenas com o 2º Grau. “Tive muita chance para estudar, mas, por ser a filha mais velha, tinha que trabalhar para cuidar dos meus irmãos. Certa vez uns estudantes foram até Santo André onde estava morando, e perguntaram o que eu queria ser e eu respondi que eu queria mesmo era estudar. Eles chegaram a mandar passagem mas, não foi possível porque meu pai dependia muito de mim”. 

Em 1983 Zuza desembarca em Rondônia. “A gente trabalhava numa empresa vendendo iogurte e tínhamos contato com as padarias e então recebemos uma proposta para trabalhar no ramo de padaria, eles nos deram casa e um bom ordenado, achei que a gente tinha tirado a sorte grande. Fomos para Guajará, voltamos para Porto Velho até que resolvemos montar nossa própria padaria na rua Campos Sales com a Rio de Janeiro é o “Palácio do Pão”. Zuzu Figueroa é considerada pelos fregueses e conhecidos como uma pessoa bastante humanitária e pelos leitores do site Recanto das Letras como uma escritora de primeira linha. Em sua página na Internet, encontramos o perfil da escritora. “Sou alegre, muito comunicativa me relaciono bem com todos. Sou romântica, chorona, choro até quando escrevo minhas histórias. Também sou uma guerreira quando necessário sempre de cabeça erguida superando os obstáculos dando a volta por cima. Sou paulista, mas sou residente em Rondônia. Descendente de Italiano, Espanhol e Português. Sonho em conhecer a Itália, fui casada durante trinta anos. Tenho três filhos maravilhosos Gláucio, Glauco e Glauber. E quatro netos lindos: Ariane Geovane, Glauber Junior e Vitória. "São a Razão da Minha Vida" 



E N T R E V I S T A 


Zk – Zuzu Figueroa. Por que?
Zuzufigueroa – Zuzu era meu apelido de criança e Figueroa meu nome de solteira.

Zk – O que leva uma pessoa, cuja obra já ultrapassa os 80 mil acessos na Internet, querer publicar um livro?
Zuzufigueroa – Na realidade, já pensei em correr atrás de publicar livros, porém, seriam livros pequenos, livro de bolso sobre pensamentos, poesias, frases de amor. Tem muita coisa que tenho certeza que o público vai gostar. Não sonho em publicar um livro com muitas páginas. A leitura do livro de bolso não é cansativa. A maioria das pessoas não gosta de ler quando o livro tem muita coisa. Às vezes, você começa a lê e vê que está tão comprido que lê um pedacinho e já vai para o final. Os meus textos você lê tudo porque dou o recado rapidinho.

Zk – Quando foi que a senhora percebeu que tinha o dom para escrever?
Zuzufigueroa – Desde criança. Lembro que a gente ia comprar pão e eu não deixava estragar o papel que embrulhava o pão que era para poder escrever. Acontece que eu era muito dramática, matava todo mundo. O interessante era que eu chorava, escrevia todo aquele drama, matava os personagens e depois chorava, você acredita nisso.

Zk – E hoje?
Zuzufigueroa – Ainda fico emocionada quando estou escrevendo, mesmo já tendo chegado à maturidade e olhando a vida com outros olhos. Já não tem aquela pressa da juventude, você pensa mais, você começa a descobrir a beleza da vida que não via antes, acho que isso acontece com todo mundo. Você começa a pensar diferente.

Zk – A senhora nasceu e viveu sua infância e adolescência aonde?
Zuzufigueroa – Nasci em São Paulo, sou paulista da gema. Morei muito tempo em Santo André, fomos para Belo Horizonte por curto tempo e voltamos para São Paulo. Depois que casei ainda morei em São Paulo por bom tempo. Sempre trabalhando na cidade. Quando ainda era adolescente meu sonho era ser atriz, interpretar, eu ficava encantada com aquilo. Achava que no teatro você podia ser tudo que quisesse, aquele mundo de fantasia me fascinava. Ficava matutando, poxa é tão bom, você poder ser um Rei uma Rainha.

Zk – A senhora quando adolescente chegou a participar de alguma peça de teatro?
Zuzufigueroa - Não! Vivia esses personagens apenas na imaginação.

Zk – Com certeza essa vontade de viver os personagens, ajudaram a despertar a sua veia literária?
Zuzufigueroa – Adoro escrever. Por exemplo, se a gente está conversando e você me fala alguma coisa assim, dependendo da tua ação eu escrevo algo sobre aquele assunto.

Zk – A senhora tem muito texto publicado na Internet?
Zuzufigueroa – Muita coisa! São contos, poesias, cartas, crônicas, frases, homenagens, humor, mensagens, natal, pensamentos e até textos eróticos. É tão interessante você pensar e lê o que você escreveu. No meu caso sempre estou lendo o que escrevo e toda vez me emociono. Tem um texto, “Eu queria falar com Deus” que toda vez que leio me emociono muito. Às vezes acho que falo coisas, que milhares de pessoas gostariam de falar. Meus textos publicados na Internet recebem muitos comentários e eu não apago nenhum, está tudo lá na minha página zuzufigueroa postada no site Recanto das Letras. Talvez por utilizar nos meus textos uma linguagem simples, onde qualquer pessoa pode entender o sentido da mensagem, do feirante ao acadêmico, recebo comentários elogiando, agradecendo por meu texto ter despertado um sentimento que estava reprimido.

Zk – O que a leva a escrever, sempre escrever e escrever mais?
Zuzufigueroa – Sou muito incentivada por escritores profissionais que acompanham meus textos pela Internet. Recebo mensagens da Argentina, Espanha, até do Japão já recebi mensagens de incentivo.

Zk – A senhora estava me dizendo que se emocionou ao fazer uma busca postando seu nome no Google. Por quê?
Zuzufigueroa – Acontece que ainda sou leiga nesse negócio de Internet e não estava conseguindo acessar a página Recanto das Letras, então coloquei meu nome na busca do Google e me emocionei, quase não conseguiu ficar em frente ao computador foi um negócio muito emocionante.

Zk – Por que essa aflição?
Zuzufigueroa – Lá estavam todas minhas obras. Perdi a fala, queria gritar pros meus netos, para as pessoas que estavam na padaria e não conseguia, a garganta ficou presa a fala desapareceu e as lágrimas rolaram pelo meu rosto, foi muito emocionante mesmo.

Zk – É verdade que a senhora já foi homenageada pelo site Recanto das Letras?
Zuzufigueroa – Então! Quando meus textos completaram 40 mil leitores ou acessos, os editores do site postaram uma homenagem a minha pessoa, elogiando o trabalho.

Zk – Entre os tantos textos, quais a senhora recomenda como leitura aos que estão acessando sua página pela primeira vez?
Zuzufigueroa – Olha fica difícil recomendar apenas alguns porque gosto de todos, mas, recomendo aos iniciantes: Um Grito na Multidão; O Doutor e o Mendigo que são fatos que se o senhor pensar, são fatos que acontecem corriqueiramente, de pessoas que têm um pouquinho a mais de posse e não olha para os lados.

Zk - Qual foi o seu primeiro texto postado na Internet?
Zuzufigueroa – O primeiro foi “Uma História de Amor” e também “O Circo” que o meu filho é apaixonado.

Zk – E o que fez a senhora publicar esses textos na Internet em especial no site Recanto das Letras?
Zuzufigueroa – Fui visitar minha irmã em Campo Grande, ela já escrevia no Recanto e então falei: Trouxe uma historinha que fiz pra vocês e quando acabei a leitura, minha irmã adorou e disse: “Você vai escrever pro mundo lê tua história”. Pegou e me deu o endereço e disse, vai lá se inscreve e começa a postar.

Zk – Essa história de amor é verdadeira ou é apenas mais um sonho?
Zuzufigueroa – É como disse, tenho muita facilidade, se o senhor disser que tem uma história “mais ou menos assim...”, do jeito que o senhor pedi ela vai sair. As frases de amor saem com muita facilidade. Não sei, tem gente que pode passar o dia inteiro e não consegue fazer uma rima, eu tenho muita facilidade.

Zk – A senhora com toda essa facilidade de escrever de criar, já escreveu ou tentou escrever uma peça de teatro?
Zuzufigueroa – Quando eu era menina, escrevi uma novela na qual matava todo mundo, uma história sinistra mesmo. Acontece que agora estou mais centrada nos textos e não em peças teatrais ou novelas.

Zk – Quanto tempo demora para a senhora escrever um texto?
Zuzufigueroa – Para o senhor ter idéia, não passa um dia que não escreva pelo menos três textos. Eu tenho aquela necessidade de escrever. A inspiração é muito rápida, sento faço o rascunho, depois vou passando a limpo, corrijo alguma coisa.

Zk – Qual o termômetro que a senhora utiliza para saber se o texto está pronto para ser postado no Recanto das Letras?
Zuzufigueroa – Meus maiores críticos são meus quatro netos Ariane, Geovane, Glauber Junior e Vitória. Quando termino de escrever digo: Vou lê pra vocês uma história que acabei de escrever se eles aprovarem publico. Outro que uso como cobaia é meu filho Glauber, sempre que leio um texto ele diz: “Mãe está ótimo”!

Zk – Com todo esse sucesso na Internet ainda não apareceu uma editora interessada em publicar seus trabalhos?
Zuzufigueroa – Já apareceu a “Editora do Livro”, inclusive eles disseram que o mundo inteiro vai ver em várias línguas, que eu já estava cadastrada gratuitamente só que eles falaram: “Se você pagar uma pequena parcela, o mundo inteiro vai ver suas coisas e então você terá a perspectiva de ter um livro publicado”. Além dessa editora, outras já procuraram. Só que ainda não temos condições de bancar a edição de um livro. Por isso, meu pensamento é publicar livro de bolso pela facilidade do acesso, onde quer que você esteja, vai poder lê um pensamento, um poema, uma mensagem. Entre meus escritos, existem muitos textos que põem a pessoa pra cima.

Zk – Por exemplo?
Zuzufigueroa – Você tem uma força dentro de você, que você não conhece e essa força, você só vai saber que tem na hora “H” quando realmente precisar. Tenho vários textos assim, colocando a pessoa sempre pra cima, exaltando o amor.

Zk – Para encerrar. Como a gente tem espaço limitado. Qual texto a senhora recomenda que seja publicado junto com essa entrevista?
Zuzufigueroa – Vamos lá: História de Amor; O Circo; acho que o Circo dá para montar uma peça na escola. Tem muita coisa sobre valores morais; Tem um sobre a Beleza. A beleza e fundamental, mas, não é tudo. É difícil porque já tem mais de 800 publicados no www.recantodasletras.uol.com.br/zuzufigueroa. Eu gosto de todos. 

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Uma linda história de amor

Eu era uma menina, pura como uma flor cheia de sonhos e fantasias, quando te conheci. Você foi o meu primeiro e único amor. 

Do teu lado aprendi à amar, saber o que era o amor, a vida, não tinha malícia era pura, ingênua, simples e crédula. Apesar de ser muito jovem, logo estávamos casados e começamos a escrever a nossa linda historia de amor. 

Os anos passaram, vieram os filhos. 

Tínhamos nossas diferenças no dia a dia, mais nada que o nosso amor não pudesse superar. Você foi sempre, amigo, companheiro, o grande amor da minha vida, do teu lado, quero, ficar bem velinha, e poder contar para nossos netos, a nossa linda historia de amor. 

Zuzufigueroa 

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O Circo

O circo chegou na cidade. A criançada, alegre corre pela cidade, Atrás dos carros do circo que fazem a maior propaganda dizendo o dia da estréia. O circo é composto de muita gente: trapezistas, bailarinos, malabaristas, mágicos, e não podia deixar de ter o palhaço:-que e a alegria do circo. 

Nesta mesma cidade; em uma casa bonita, mora um garoto: chamado Paulinho, está sempre muito triste, desde que perdeu sua mãe em um acidente, nunca mais sorriu. 

Seu pai trabalha viajando, Paulinho e cercado de todo o conforto:tem muitos brinquedos e a companhia de sua tia, que e muito dedicada. Porém nada conseguia trazer um sorriso para aquele rostinho, apesar de todos os esforços. O pai de Paulinho chegou, e foi ao circo pediu para falar com Zeca o palhaço e lhe pediu: Faça meu filho sorrir vou lhe compensar generosamente, por favor, ele é tudo pra mim e vive tão triste. 

Chegou o dia da estréia, Paulinho estava na primeira Fileira de cadeiras pertinho do picadeiro. 

Casa estava lotada, Zeca se preparava cuidadosamente, para divertir a garotada. 

Faltava poucos minutos pra ele entrar. Chegou alguém apressado para lhe falar: então Zeca ficou sabendo que tinha perdido sua mãe. 

No picadeiro já anunciavam o palhaço e Zeca com um esforço tremendo, um nó na garganta, as lágrimas correndo em sua face, entrou no picadeiro e começou a fazer o que ele fazia todas as noites; só que não dava para controlar as lágrimas. De repente Paulinho começou a rir sem parar. Dizendo: olhem que engraçado o palhaço esta chorando, nunca vi um palhaço chorar. 

E assim as lágrimas do palhaço devolveram a alegria e o sorriso de Paulinho. 

Seu pai ficou muito feliz e foi pagar Zeca, como era o combinado: ele disse;você foi formidável aquela idéia das lágrimas foi estupenda, aqui esta sua recompensa. 

Zeca ainda abalado e muito tristonho respondeu: guarde seu dinheiro moço, eu chorei pela perda da minha mãe, não foi para ganhar seu dinheiro e também não imaginava que isso alegraria tanto seu filho. 

Muitas vezes, as tristezas de uns e a alegria de outros. 

E ASSIM É A VIDA. 

Zuzufigueroa


Fonte: Sílvio Santos - [email protected]   
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