Da Dinamarca para o Caribe, a procura de suas raízes

  
O rondoniense residente na Dinamarca Stélio Flávio Maloney esteve visitando entre os dias 11 e 19 de setembro deste ano, a Ilha Caribenha Barbados, uma ex colônia inglesa. Barbados teve importante contribuição com a colonização de Porto Velho na época da construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, na qual, milhares de trabalhadores Barbadianos e barbadianas emigraram para Porto Velho, onde a maioria fixou residência e constituíram família, dentre estes barbadianos, podemos citar, Oscar Depeiza Maloney, avô de Stélio, que chegou a Porto Velho em 1908 com 18 anos. Oscar era bombeiro hidráulico e por muitos anos trabalhou na manutenção, captação e bombeamento de água para as Três Caixas d’água em Porto Velho. 

Esta viagem, sempre fez parte de um dos objetivos da vida de Stélio e de sua família em Rondônia, que sempre se questionavam sobre a possível existência de familiares em Barbados. Stélio lembra que ele foi o segundo rondoniense a visitar Barbados com o mesmo objetivo, já que no início dos anos 90 Eduardo Johnson visitou Barbados e reencontrou parte de sua família, o que deu ainda mais impulso ao sonho de Stélio em encontrar algum Maloney em Barbados. 

Stélio teve uma excelente estadia na Ilha em companhia de varias amigos barbadianos que conheceu na Europa, dentre eles o Diplomata do governo americano Philip Dubois, que é filho de pai brasileiro. A avó de Philip foi uma das muitas Barbadianas que trabalharam como lavadeira na Madeira Mamoré e foi uma da poucas pessoas que conseguiu retornar para Barbados. Philip estara no Brasil em breve para procurar informações sobre a família de seu pai. Com o apoio de Philip Dubois Stélio visitou o arquivo geral de Barbados onde estão registrados todos os nascimentos e batismos na ilha. Stélio entrou com o pedido para que seja feita a pesquisa detalhada para se levantar a árvore genealógica de seu avô e por conseqüência encontre seus possíveis familiares na ilha, é um processo 

complicado e o resultado está sendo aguardado. Ao mesmo tempo Stélio e Philip estiveram reunidos com o procurador Kevin Boyce que dará também suporte a pesquisa junto com a equipe da Universidade West Indies responsável pelo Arquivo geral de Barbados. 

Um pouco sobre Barbados: A Pérola do Caribe

Barbados tem uma beleza tropical incomum, com suas praias de areias finas e limpas, que junto a água azul quente cristalina do mar, formam uma paisagem que deixam os visitantes apaixonados pela ilha. Alma da alegria e simpatia do povo barbadiano, que são considerados os mais alegres e amigáveis do Caribe, o que deixa ainda o visitante como se tivesse em casa. Barbados é conhecido como a pequena Inglaterra, por causa de sua semelhança com o estilo de vida Britânico, já que Barbados foi colônia inglesa até 1966. 

Stélio acompanhado de Philip Dubois esteve visitando todos pontos turísticos e culturais de Barbados, assim como os resorts e os restaurantes da ilha, já que a culinária barbadiana é muito conhecida no caribe, por causa de um de seus principais pratos que é o peixe voador e outros. 

O turismo é a maior atividade econômica de Barbados. É o turismo, que é responsável pela maior parte do PIB da ilha e emprega uma grande parte da população local. A ilha tem uma ótima infra-estrutura turística para receber anualmente, cerca de um milhão e trezentos mil turistas, o que uma média de 100 mil visitantes por mês, sendo que 65% são oriundos da Europa, 22% dos Estados Unidos,9% do Canadá, e 4% do resto do mundo. 

Todas as grandes redes de hotéis do mundo tem resorts espalhados pela ilha para atender a grande demanda de turistas. Todo esse movimento é possível verificar no porto e no aeroporto Internacional, onde o fluxo diário de aviões de grande porte é intenso. 

O povo barbadiano cuida bem de seu país e o mantém limpo e ajudando na preservação de todos os o seus monumentos e pontos turísticos. Além disso, os barbadianos tem um das melhores qualidades de vida do mundo, e a terceira melhor das America, só ficando atrás dos Estados Unidos e  Canadá. Todos estes ingredientes, fazem de Barbados um país próspero e  de braços abertos para os visitantes. 

Para os rondonienses que desejarem, obter informações ou que desejarem visitar Barbados é possível encontrar tudo sobre a ilha em Inglês nos sites abaixo: http://www.visitbarbados.org   http://www.barbados.org/ 

Visita a Universidade das West Indies em Bridgetown 

A convite da professora de História da América Latina, a brasileira Elaine Rocha que reside em Barbados desde de 2005, e por acaso já havia morado em Rondônia em 1986 e conhecia a Madeira Mamoré, Stélio aplicou uma aula palestra sobre a História de Rondônia e a imigração Barbadiana para Porto Velho. A palestra despertou grande interesse aos alunos, já que para muitos barbadianos a imigração para o Brasil é pouco conhecida, já que houve uma maior emigração para a construção do Canal do Panamá.

“Durante a palestra, citei também os nomes das famílias de descendentes barbadianos que vivem Porto Velho como: Davis, Holder, Aliene, Bansfield e Maloney”. Todos estes sobrenomes são comuns em Barbados e é só dar uma olhada na lista telefônica de Barbados para vê estes sobrenomes (foto em anexo ). Foi uma grande surpresa saber que entre os estudantes presentes na palestra havia uma com o nome de Silvia Maloney.

Causou também surpresa nos estudantes, quando falei dos bairros que existem e que já existiram em Porto Velho como: o Alto do Bode que foi removido na década 60 e era chamado antigamente de Barbadian Town (cidade barbadiana ) e do atual bairro do Triângulo em Porto Velho. Nestes bairros existiam e algumas casas em estilo barbadiano chamadas Chatell Houses. 

Após a palestra, houve um encontro com o reitor da Universidade Pedro Welsh, onde ele se mostrou muito interessado e motivado com a minha presença e determinação em encontrar alguém da minha família e divulgar a historia de Porto Velho aos Barbadianos. Pedro Welsh mostrou-se  interessado em atrelar os laços com Porto Velho para fazer um registro sobre a emigração barbadiana para o Brasil. 

Memórias de Infância

Visitar Barbados foi além da realização de um grande sonho, foi como reviver parte de minha infância em Porto Velho, já que há muita semelhança entre o bairro do Triângulo no fins dos anos 70 com algumas áreas de Barbados. As Chatell Houses ou casas típicas barbadianas eram comuns no Alto do Bode ou no Triângulo, mas ainda talvez restam 3 ou 4 na rua Madeira Mamoré. 

Para Stélio rever as Chatell Houses preservadas em Barbados, foi como reencontrar imagens de minha infância e , que estão vivas de novo no meu presente, graças ao sonho de reencontrar suas raízes em Barbados, é por isso que escreve com emoção esta matéria para os todos os Rondonienes e principalmente aos descendendos de Barbadianos que quando puderem visitem Barbados a procura de suas Raízes. 

Para entrar em contato com Stélio Flávio Maloney e só enviar um e-mail para: [email protected]

Fonte: Sílvio Santos