Primeira Mão - 24/12/09

 
É O NATAL, UM DIA PARA SE VALORIZAR
MUITO MAIS AS PESSOAS DO AS COISAS

Afora a verdadeira corrida comercial do Natal, ele ainda mantém resquícios da sua essência: é, embora cada vez menos, uma época de um pouco de solidariedade, de pensamentos menos egoístas, de preocupações que a correria da vida disputada palmo a palmo, nos dias de hoje, não consegue sufocar de todo. É claro que nas últimas décadas, o Natal se transformou muito. As confraternizações familiares já não são mais as mesmas, porque as famílias mudaram muito e, em muitos casos, já não há famílias. Os presentes simbólicos foram substituídos por produtos cada vez mais caros. Não receber um computador, ou um celular, ou uma roupa de grife, para alguns abastados, é como ser esquecido, como viver na amargura. Isso, é claro, no meio da minoria rica. Porque a maioria pobre não tem tempo para essas bobagens e já agradece aos céus se tiver um prato de comida para o Natal, uma noite sem o pânico da tempestade que pode inundar seu bairro ou seu casebre, uma roupa simples, o cartão do Bolsa Família ou, supra sumo das benesses, um presentinho qualquer para dar aos filhos. Muitos filhos.

O Brasil vai mudando e o nosso Natal também. Ainda temos um verdadeiro abismo social, embora os discursos políticos tentem dizer o contrário. Mas é Natal. E o que nos resta desse espírito fraterno, precisamos usar para coisas boas, para sonhar com um mundo melhor, para tentarmos trocar o presente sofisticado pela mão estendida a quem precisa. Se não temos bons exemplos de cima, pelo menos nós, simples mortais, ainda podemos manter vivo o espírito natalino, embora seja cada vez mais difícil. Então, para quem ainda acredita que é possível ser feliz sem ser egoísta e valorizar mais as pessoas do que as coisas, se deseja um Feliz Natal. Os outros não vão entender...

PEDIDOS

O presidente Lula quer de Natal um saco cheio de certezas de que sua ministra Dilma Roussef será a nova Presidente. O governador Ivo Cassol está pedindo para eleger seu vice, João Cahulla, que ele mesmo chegue ao Senado e que sua arquiadversária Fátima Cleide não chegue. 


OUTROS MAIS

O ex-senador Expedito Júnior pede ao Papai Noel para ganhar o governo, ficar cada vez mais amigo de Cassol e derrotar Acir Gurgacz nas urnas, de novo. Acir pede que o Papai Noel traga em seu saco um presente hoje considerado quase impossível: torná-lo governador em 2010. 


MAIS SONHOS

Waldir Raupp quer que o bom velhinho lhe traga a reeleição ao Senado, a eleição de Confúcio Moura e uma bancada forte do PMDB na Câmara Federal e Assembléia. Confúcio quer o Governo. O PT quer outro sonho que parece impossível. Vai pedir ao Papai Noel não só para eleger Fátima Cleide como não eleger Cassol.

NA ASSEMBLÉIA

O presidente da Assembléia, Neodi Carlos, vai pedir ao Papai Noel uma reeleição, uma nova presidência e que as urnas retirem de lá alguns “tranqueiras” que ainda estão no parlamento. O Grupo dos que não querem o novo prédio da Assembléia vai pedir verbas para emendas e que Neodi desista da obra. 

ENTRE PETISTAS

O prefeito Roberto Sobrinho quer conversar com o Papai Noel para pedir menos chuvas para a Capital para terminar suas obras. Se aparecerem pesquisas lá por março que o coloquem como um grande nome na disputa ao governo, seria também um grande presente. Já Eduardo Valverde quer que Sobrinho se apaixone pela idéia de ficar até o último dia na Prefeitura. 


PREFEITOS

O prefeito de Ji-Paraná, José Bianco, quer que o Papai Noel convença aos que estão a sua volta a não pressioná-lo para que decida logo a que cargo vai candidatar-se. O prefeito de Vilhena, José Rover, sonha que a obra do banheiro importado do Japão, começado na administração anterior e terminado na sua, se torne ponto de atração turística no Estado. 


CUNHADOS

O presidente da Câmara de Vereadores de Porto Velho, José Hermínio Coelho, quer muitas coisas e não quer outras. Quer ser deputado, quer deixar de ser xingado pelos taxistas. E não quer que se cunhado, Cláudio Carvalho seja qualquer coisa na política, daqui para a frente. Já Cláudio quer exatamente o contrário do que Hermínio, porque, afinal, cunhado não é parente. 


EXIGÊNCIAS

O eleitor brasileiro vai exigir do Papai Noel um presente impossível: o fim a corrupção e cadeia para os corruptos. O eleitor rondoniese vai pedir que os políticos olhem menos para seus interesses e seu umbigo e trabalhem muito mais unidos pelos interesses do Estado. E os políticos vão pedir que os eleitores não sejam tão exigentes. 


HUMOR

Enfim, é Natal e a coluna de hoje é uma tentativa bem humorada de comentar algumas coisas da nossa política, sem, obviamente, qualquer compromisso com a realidade. Para todos os citados, seus familiares, amigos e eleitores, um Feliz Natal! 

Fonte: Sergio Pires - [email protected]  
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