Terça-feira, 5 de maio de 2009 - 06h30
Jingle, discurso e fogos (*)
Os últimos deslocamentos e aparições públicas do presidente Lula foram cuidadosamente preparados num clima de campanha política. Sem qualquer pudor ético ou legal, o presidente da República antecipou a campanha eleitoral. O aparato oficial está mobilizado a serviço dessa deliberada estratégia.
Pouco importa se há obra a ser inaugurada. As faixas descerradas celebram a presença do 1º mandatário e sua numerosa comitiva. O mote do discurso é de cunho eleitoreiro, sem qualquer compromisso com a gestão administrativa responsável.
- Os atos oficiais de governo são confundidos com campanha eleitoral antecipada.
Insensibilidade
Os desdobramentos da crise econômica internacional no plano interno não são capazes de sensibilizar o alto comando da nação. As prioridades e ações são elencadas sob uma ótica de palanque. Diante de qualquer disfunção gerencial ou ameaça de qualquer natureza, um infindável arsenal de disfarces é acionado para transferir responsabilidades ou nominar outros culpados.
A gravidade de qualquer cenário é imediatamente "desconstruída" e, como num passe de mágica, o país é blindado de eventuais infortúnios.
- Foi assim nas marolas da crise econômica mundial e se repete nas declarações sobre o surto da gripe suína.
Mágica tentativa
A palavra de ordem é transmitir à população que o governo que aí está é capaz de driblar toda e qualquer adversidade. Ao primeiro sinal de alerta ou perigo muda-se o discurso e o figurino, e as contradições se sucedem como se fosse possível escamotear a verdade por tempo ilimitado.
Um projeto de poder foi delineado e sofreu interrupção com a saída das principais figuras do 1º escalão na esteira dos escândalos do mensalão. Os passos seguintes, redimensionados, desembocam na campanha presidencial fora do calendário, capitaneada pelo presidente Lula e um coro de ministros.
- O objetivo escancarado é eleger seu sucessor a qualquer preço.
Bolas trocadas
Nas andanças recentes do presidente Lula pela capital do Amazonas, os alto-falantes do Terminal Hidroviário São Raimundo, ao invés de anunciarem o horário das embarcações, ecoaram estribilho do jingle de campanha do petista, de 2002.
Ninguém pode defender o isolamento do chefe do Executivo nem vetar sua presença em solenidades no imenso território nacional.
- É lícito e desejável que o presidente da República prestigie e se faça presente em eventos aqui e lá fora. O que não pode ser sacramentado é a postura de caravanas políticas das viagens presidenciais.
Politicagem
O custo dos deslocamentos de um chefe de Estado é alto. Um destacamento precursor mobiliza inúmeros funcionários de Estado. É inadmissível canalizar todos esses instrumentos em prol de uma candidatura.
A pergunta que fazemos
"Haveria ligação entre os périplos presidenciais revestidos de caráter eleitoral e o vertiginoso aumento de gastos com os cartões corporativos?"
Cartão moleza
Passando em revista aos referidos gastos constata-se que, no primeiro trimestre de 2009, os saques do governo feitos em dinheiro com cartão corporativo aumentaram 100% em relação a 2008, passando de R$ 2.195.939,00 para R$ 4.407.625,00.
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Segundo pesquisa do senador Álvaro Dias, o cálculo total de gastos governamentais com cartão no trimestre registrou aumento de 142% e chegou a R$ 11.898.160,00, contra R$ 4.910.363,00 no mesmo período do ano passado.
Cá com meus botões
Essa escalada de gastos sob o manto do sigilo em nome da segurança nacional transforma o cartão corporativo em mais uma caixa-preta. A atmosfera de campanha eleitoral fora de época não condiz com o momento que atravessamos.
(*) Este texto está baseado em informações fornecidas pelo senador paranaense Álvaro Dias.
Fonte: Antônio Roque
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