Resenha política 02/08/10

Chiadeira      
 

Nem todos os candidatos a governador gostaram dos percentuais apurados e divulgados pelo Ibope. A gritaria tem sido uma regra aqueles que aparecem atrás, mas desta vez quem mais criticou os números foi o tucano Expedito Junior. O curioso é que ele apareceu bem posto na frente de todos.
 

Perfil

Em segundo apareceu o peemedebista Confúcio Moura que gostou da colocação o que lhe garante momentaneamente uma vaga para o segundo turno. Em contato com a coluna ele disse que vai crescer ainda mais na medida em que os eleitores forem conhecendo suas propostas e sua pessoa já que é pouco conhecido em algumas localidades. Moura promete um discurso franco e diz que assume somente compromissos que podem ser honrados.

Conformado

O candidato do PT, Eduardo Valverde, ao contrário da companheira Fátima Cleide, evitou tecer queixas sobre a pesquisa mesmo aparecendo com um percentual ínfimo. Os petistas apostam que Valverde consegue repetir a mesma performance da primeira campanha a prefeito da capital quando o desconhecido Roberto Sobrinho venceu as eleições e as pesquisas apontavam outro resultado. Um desafio e tanto que esta coluna ainda duvida que ocorra. O que não significa que seja impossível. 

Decepção

Os números não foram bons mesmo para o candidato do PPS, João Cahulla. Primeiro porque sempre teve a seu favor a máquina governamental o que lhe conferiu exposição maior do que os demais concorrentes desde quando ainda era o vice. Segundo, porque conta com o apoio do ex-governador Ivo K-Sol e de quase todos os prefeitos, além de vereadores. E, por último, porque possui a maior coligação com o maior número de candidatos e sem problemas de recursos financeiros. O percentual dado a Cahulla foi decepcionante diante dessas circunstâncias.   

Tendência

Os números para o Senado Federal não são aqueles que estão sendo apurados nos comitês dos candidatos. Já os dois nomes que apareceram na frente (K-Sol e Raupp) não foram novidade, pois retrata hoje a realidade política rondoniense.  Essa tem sido a tendência apurada desde o ano passado. Mas pode mudar.

Revelação

Ou os números obtidos por Ivo K-Sol estão errados ou ele é um boquirroto contumaz. Isso porque por onde passa ele sempre garantiu que possuía cerca de setenta por cento dos votos válidos e elegeria quem ele quiser.

 

Risco

Os percentuais indicam que ele (K-Sol) tem que combinar melhor com o eleitor senão corre o risco de ser alcançado e ultrapassado pelos concorrentes. Já não é o ‘cara’ que achava que é. E os adversários também perceberam. Nas eleições municipais passadas, por exemplo, seu candidato levou uma sova em Rolim de Moura, exatamente no município que o projetou ao Executivo Estadual. O risco começa a ser sentido no bunker cassolista.  Apesar da negativa peremptória.

Inflado

Os números obtidos pelo candidato a senador Melki Donadon (dez por cento) foram tão surpreendentes que nem ele acreditou. Especialmente porque o Cone Sul, região de influência do candidato, a densidade eleitoral é bem menor do que as demais pesquisadas. Com o agravante de que ele deverá ter a candidatura impugnada por figurar entre aqueles postulantes denominados ‘Ficha Suja’.

Esvaziado

 Assim como os percentuais apurados para o candidato Agnaldo Muniz que, para quem acompanha os bastidores das eleições, foram poucos para o volume de campanha que sua coligação tem imprimido. Nesse caso, os números indicam que os ‘irmãos’ não estão sendo sensíveis a pregação do candidato. Ainda há tempo para ele pastorar o rebanho e salvar a candidatura.           

Franciscano

O delegado Carlão, candidato a deputado estadual pelo PSDB, apareceu na lista entre os candidatos mais endinheirado no país por um erro de digitação entre o declarado no imposto de renda e os entregue a Justiça Eleitoral.  O erro causou frustração a alguns apoiadores do candidato que faziam os cálculos para gastar a grana na campanha. Agora vão ter que se conformar com uma campanha franciscana já que o xerife limitou os gastos: mesmo pobre a campanha é promissora.

Midas

O candidato a deputado federal Amir Lando (PMDB) decidiu investir pesado na sua campanha e tem fechado bons acordos políticos que lhes têm rendido apoios substanciais. A exemplo de Zequinha Araújo em Porto Velho e Edvaldo Soares em Ji-Paraná. Ele avança agora na região de Jaru e aguarda o apoio dos ‘Molestas’. As bases da negociação já foram postas na mesa.

 Ascensão

Somente agora os principais institutos divulgaram aquilo que esta coluna havia publicado  meses atrás: Dilma Rousseff deixou para trás José Serra e caminha para levar a fatura no primeiro turno. Em Rondônia a campanha de Serra não existe nem entre os partidários do tucanato. Um problema que tem se repetido em outros Estados. Apesar da ajuda indecorosa da grande mídia...  

História

Chegaram as mãos deste escriba uma palestra dada anos atrás por Pedro Origa, ex-presidente da OAB local, que mereceria uma reflexão dos colegas advogados. Trata-se de um documento digno de ser publicado num tempo onde a produção intelectual e o debate estão cada vez mais escassos. 

Arrefecendo

Os candidatos encalacrados com a lei ‘ficha limpa’ apostam no esfriamento da opinião pública para retornarem impunes aos cargos. Como o eco das ruas não está tão forte quanto na época da votação da tal lei não será surpresa que muitos deles voltem. Isso na hipótese de conseguirem rever as impugnações em instâncias superiores. Tarefa nada fácil na atual conjuntura.

Anônimo

Um grande empresário confidenciou a coluna que vem recebendo visitas de emissários de políticos cobrando apoio ($) para os poderosos de plantão. Ele pediu anonimato por razões óbvias, mas não escondeu sua irritação com o que ele denomina de pressão. No CP a tipificação é outra.

Celeridade

O TRE-RO tem sido célere no julgamento dos pedidos de registros dos candidatos. E sintonizado com o entendimento do TSE sobre a lei denominada ‘ficha limpa’. Nos comitês eleitorais todos trabalham com a possibilidade dos ‘ficha sujas’ serem impugnados. Aliás, muitos deles antevendo a degola, jogaram a toalha e caíram fora da disputa.

Meritória

 Independentemente das questões técnicas e constitucionais que provocam polêmicas e debates acalorados na aplicação imediata da nova lei, no mérito ela é boa e depura um sistema carcomido por maus políticos.  Finalmente, o escriba foi convencido.
 

  Fonte:  Robson Oliveira - [email protected]
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