Quarta-feira, 13 de abril de 2011 - 17h39
A ideia de fracionar o tempo para poder mensurá-lo dos segundos aos anos, formando o calendário, tomou como base os movimentos celestes e o cunho religioso (principalmente para determinar o ano inicial), criando assim vários calendários. O demarcador de tempo predominante no mundo é o calendário gregoriano, que tem como base religiosa o cristianismo. Hoje, a mensuração do tempo é imprescindível em nossas vidas, mas o que devia ser apenas uma convenção social passou a ser determinante dentro da sociedade, exercendo inclusive influência sobre esta.
Quem nunca falou ou, pelo menos, ouviu as expressões: “Não tenho tempo!”, “Não dá tempo!”, “Hoje o dia demorou a passar!”, “Hoje o dia passou que eu nem vi!”... O tempo passou a ser uma arma social sempre com a mira apontada para nossas cabeças, fazendo pressão psicológica, e nós nos submetemos ao terrorismo, dando mais importância ao tempo do que a nós mesmos, fazendo tudo em função do tempo, quando o correto seria que o tempo apenas agisse de forma passiva em nossas ações, mensurando o tempo gasto para cada atividade, e não determinando o tempo a ser gasto em cada atividade.
Vivemos correndo contra o tempo ou correndo do tempo? As duas coisas. Estamos sempre exercendo nossas atividades tentando atender ao tempo estipulado, e acabamos não aproveitando esse tempo da melhor forma. No trabalho passamos mais tempo olhando para o relógio, querendo que o tempo passe (ou não, quando temos que entregar algo a tempo), do que efetivamente usando o tempo para trabalhar. Em casa, nas horas de lazer, nos preocupamos mais em reclamar do curto tempo do que aproveitando efetivamente as horas. Queremos sempre mais tempo, mas quanto mais o tempo passa, mais o negamos, pois a idade aumenta e não queremos envelhecer.
Envelhecer faz parte do processo natural da vida, mas até nisso o tempo nos influenciou, uma vez que a partir de quantas voltas a terra deu em torno do sol desde o nascimento do individuo determina-se sua idade, e a partir de sua idade a sociedade determina vários fatores como a maioridade, ou a subdivisão em grupos sociais por faixa etária: crianças, adolescentes, meia idade, idosos.
É impossível negar a influência do tempo em nossas vidas, mas é possível saber administrá-la, para não nos tornarmos escravos dos relógios e calendários. Vamos esquecer um pouco os relógios e determinar nossas atividades pelo nosso próprio tempo, voltando a controlar cada segundo. Afinal, quanto tempo o tempo tem? Quanto tempo você tem? Quanto tempo ainda nos resta? E o mais importante, o que vamos fazer deste tempo? Não sei, meu tempo acabou!