Segunda-feira, 18 de julho de 2011 - 05h46
Renato Gomez
Aposto que a maioria dos leitores virá aqui atraída pelo título com o intuito de me julgar por um pensamento radical que o enunciado possa passar, mas não se trata de radicalismo. A pobreza é uma burrice, mas a burrice é geral e é conseqüência na visão capitalista do mundo. Por mais que os governos sejam capitalistas, são antes de tudo, governos voltados ao povo (pelo menos nos países de regime democrático) e se são voltados para o povo tem que atender a seus interesses. Desta forma, porque não termos um país capitalista, mas que tenha bases socialistas, e pelo pressuposto vermelho, igualar mais as coisas? Utopia? Talvez mais que o próprio socialismo, mas só porque continuamos sendo burros.
A conta é simples, o governo tem 10 moedinhas de ouro, tem 10 famílias pobres, abaixo da linha da miséria, dá uma moedinha de ouro pra cada família e melhora suas condições de vida para caminhar com as próprias pernas. Mas ao invés disso, o governo constrói estádios para copa do mundo de futebol, constrói armamentos para uma eventual guerra, constrói e constrói. E não estou falando somente de Brasil, isso acontece em todo o globo.
Falta definir prioridades. Erradiquem a pobreza, o analfabetismo, e tudo aquilo que é prioritário pelo pressuposto dos direitos naturais dos indivíduos. Aí depois gastem com os supérfluos que quiserem. ‘Não. Temos que atender a todo o resto dos eleitores.” Será que essa é mesmo a preocupação, ou será “Vamos explorar quem na hora de posar de mocinhos com programas de caridade para nos elegermos se fizermos isso?” ou ainda “Nesse tipo de obra não fica placa com nosso nome gravado.” e talvez, “E a burguesia fica aonde nisso?” e ninguém vê que esse pode ser o caminho para um crescimento sustentável. Nivelando a sociedade, erradicando a pobreza, acabando com algumas doenças sociais, como a prostituição por exemplo, o próximo passo é nivelar a educação e gerar empregos, levando a economia junto nesse crescimento conseqüentemente.
O continente africano é notoriamente um dos mais pobres do mundo, investiram incontáveis moedinhas de ouro lá para realizar uma Copa do Mundo de Futebol, a copa acabou os elefantes brancos, ops, estádios, continuam lá, e o povo? Ah, o povo continua pobre. Vejam bem que não estou questionando a importância do esporte, pois é muito importante. Porém, é secundário diante da pobreza. A burrice é tão grande que consideram mais importante ser conhecido como o país da copa do que como o país que erradicou a pobreza, o país que não tem analfabeto.
A pobreza financeira, a pobreza intelectual, a pobreza de espírito, todas as pobreza são uma burrice e pelo jeito continuarão a ser, pois toda burrice é muda, não sabe questionar. E assim continuamos com o ditado “O rico cada vez mais rico e o pobre cada vez mais pobre”, mas burros, somos todos.