Segunda-feira, 15 de agosto de 2011 - 06h04
Suponhamos que você meu caro leitor está disposto a ajudar uma família carente, que passa fome, que não tem onde morar, que está bem abaixo da linha da pobreza. Ao “ajudar” você os presenteia com uma casa enorme com piscina, área de lazer, churrasqueira, dá uma festa no local, e vai embora para nunca mais voltar. Eles continuam pobres, não tem dinheiro para manter tudo aquilo, para usar tudo aquilo, no fim eles morrem de fome no pequeno palácio que cai aos pedaços. Ah! Que história trágica!!! É trágico sim, mas foi exatamente isso que o resto do mundo fez com a África ao fazer uma copa do mundo de futebol naquele país tão pobre.
Já falei sobre isso aqui em vários artigos, mas esta semana, me assustei com um número divulgado em um telejornal, 28.000 (vinte oito mil). Antes fosse dinheiro investido na copa, seria tão pouco perto dos números realmente investidos, antes fosse o número de pessoas pobres, daria pra resolver com facilidade. Mas 28.000 é o número de pessoas (a maioria crianças) que morrem no continente africano por dia, devido a fome, seca, doenças e conflitos internos. Escrevo isso com lágrimas nos olhos meus caros leitores. Como pode um evento esportivo ser mais importante que crianças morrendo?
O mundo tenta se organizar, enviar dinheiro, enviar alimentos, mas nada nas mesmas proporções da organização do mundial de futebol. É uma crise humanitária, mas as demais nações não vêem o caso com olhares de unidade. Antes de sermos brasileiros, americanos, e etc, somos seres humanos e devemos enxergar uma crise humanitária como problema de todos. Se fosse para guerrear rapidamente veríamos alianças, união e etc. O que está acontecendo na África é uma guerra, uma guerra de seres humanos por suas vidas, e o resto do mundo ao fechar os olhos está cometendo um genocídio.
Coloquem todos seus bigodinhos ridículos e fechem os olhos enquanto seres humanos morrem no silêncio ensurdecedor do grito de fome e sede do continente africano. Em 2014 a Copa é aqui, e espero que nunca precisemos do resto da humanidade, pois morreremos aos milhares e todos estarão preocupados com os estádios para a próxima Copa do Mundo.
Mama África, a minha mãe é mãe solteira... é África tu és a mãe solteira de seu povo, foste explorada na colonização, és explorada na globalização e na hora que investem em ti, lhe dão grandes templos sagrados que só serviram ao culto futebolístico de vossos exploradores. Encerro com o contemporâneo Renato Russo (seria contemporâneo, ou as situações que nunca mudam na sociedade?) Quem vai tomar conta dos doentes? / ... Como é que você se sente? / ...Sempre mais do mesmo / Não era isso que você queria ouvir? / ...E agora você quer um retrato do país / Mas queimaram o filme / ... (e todos os índios foram mortos). Os índios da vez são os africanos.
Fonte: Renato Gomez - [email protected] / Twitter: @Renato_Gomez
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