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Renato Gomez

Crônicas do Velho Porto: Cobra engolindo cobra


Vez ou outra atribuímos à nossa política nomes e expressões envolvendo animais, tal como “Raposa Velha” para os políticos mais experientes. O que não se sabe é que os animais também se espelham em nossa política. Fiquei sabendo disso outro dia quando sentei em uma mesa de bar pra tomar uma cerveja e um senhor de muita idade, aparentemente embriagado, contava em alto e bom som o seguinte causo:

“Houve um tempo em que as cobras se organizaram igual a nós politicamente. Ocorre que assim como na nossa estrutura, começaram as discussões parlamentares e o conflito entre os poderes. Nesse cenário destacavam-se as cobras peçonhentas que destilavam seu veneno corrupto por toda a política. As cobras não peçonhentas eram raras nestes cargos elegíveis, mas dentre as poucas que adentravam esse mundo, algumas eram dignas de cuidado especial, pois mesmo sem o potencial nas presas, eram mortais.

Então aconteceu uma queda de braços, ironicamente falando, acirrada entre o chefe do executivo e o chefe do legislativo:

- Vossa Excelência é um corrupto!
- Prove!
- Tenho documentos que comprovam o envolvimento de cobras de sua família!
- Isso não prova nada, não sou responsável por isso, cada um que cuide das sua mandíbula.
- Vossa Excelência sabia de tudo!

- Que legitimidade tem Vossa excelência para fazer acusações? Vá cuidar da bagunça na sua casa de leis, que possui colegas que deveriam estar atrás das grades e estão foragidos e outros colegas que deveriam ter sido cassados e tiraram férias “forçadas”.

NHAC! GLUP! GLUP! NHAC! O Impeachment mais rápido da história. Definiu-se em uma abocanhada.

Estava instituída a política do cobra engolindo cobra. Bastava um deslize (o que entre as cobras, lisas que são, não é difícil), para que começassem as acusações, que sempre resultavam na digestão por parte de uma em relação a outra. Foi ai que uma das cobras começou a engolir companheiras demais, ficou gulosa, querendo cada vez mais poder, e apesar de ser uma jiboiá (não peçonhenta), asfixiava todos os seus adversários, era lobo em pele de serpete, se valia de toda sua capacidade de dilatação para abocanhar a todos em sua volta.

Comeu, comeu, comeu e de repente... Explodiu!!!”

 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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