Quinta-feira, 3 de janeiro de 2008 - 21h04
Em matéria introdutória a respeito dos Tenentes que acompanharam o Marechal Cândido Mariano Rondon durante os anos da Comissão Construtora de Linhas Telegráficas, notadamente entre os anos de 1900 e 1920, enumeramos já mais de vinte Tenentes e afirmamos que muitos outros ainda faltariam ser lembrados. De fato, pelo menos mais uma dúzia de Tenentes ainda podem ser relacionados entre os comandados de Rondon, a maioria absoluta tendo participado da grande travessia da linha tronco de Cuiabá a Santo Antonio do Madeira, ressalvando-se que muitos deles serviram como comandantes dos destacamentos de apoio implantados por Rondon ao longo do trajeto da linha telegráfica ou em outras funções relacionadas com a logística da monumental operação de engenharia. É evidente, por se tratar de obra de engenharia, que Rondon teve o seu grupo de Tenentes engenheiros e astrônomos, notadamente os Tenentes Renato Barbosa, Salustiano Lira, Emanuel do Amarante, Marques de Souza e alguns outros, mas havia outros como Nicolau Horta Barbosa, Júlio Caetano Horta Barbosa, Alencarliense Fernandes e Antonio Pirineus que integravam a elite da vanguarda das mais difíceis expedições e que desenvolviam funções de natureza logística e de comando de grupos.
Quanto aos Tenentes menos lembrados, sem qualquer pretensão de conseguir relacionar todos, ainda podemos incluir os nomes dos Tenentes Pedro Dantas, Virgílio Maronis, Américo Vespúcio, Heron Keller, Heliodoro, José Joaquim Ferreira da Silva, Cândido Cardoso, Queirós, Sampaio, Marino, Tito Barros (ferido por flechas dos nhambiquaras juntamente com Nicolau Bueno Horta Barbosa), Joaquim Leite Lima e José Pompeu de Albuquerque Cavalcânti, ou seja, mais treze Tenentes entre os comandados de Rondon.
Já no caso dos Capitães, com exceção de alguns Tenentes que permaneceram na Comissão Rondon mesmo depois de promovidos ao posto intermediário, como no caso de Amílcar Botelho, Renato Barbosa e Emanuel do Amarante, além dos poucos já lembrados, resta apenas o Capitão Jaguaribe de Mattos, também engenheiro militar, que operava no observatório instalado em Cuiabá, não havendo registro de incursões suas pelos sertões. A raridade de Capitães entre os comandados de Rondon parece mesmo indicar que o episódio que aconteceu com o Capitão Távora, ainda nos idos de 1894, quando Rondon ainda era também Capitão, deixou algum resquício de reserva do grande sertanista militar em relação a lidar com os oficiais intermediários, embora não tenha interferido nos laços de amizade que ele manteve com os Capitães Alberto de Aguiar, seu primeiro ajudante de campo, Marciano Ávila e Jaguaribe de Mattos. Em linhas gerais, porém, entre seus comandados Capitães predominaram os antigos Tenentes que serviram sob suas ordens durante vários anos.
A preferência de Rondon pelos Tenentes parece se confirmar na sua última missão de campo pelos limites do Brasil, quando percorreu as fronteiras do País do Oiapoque ao Chuí, entre 1927 e 1930. General de Divisão, com prerrogativas de escolher os oficiais para acompanhá-lo na missão, convocou como seu chefe de Estado-Maior o então Tenente-Coronel Renato Barbosa Rodrigues Pereira, um dos seus antigos Tenentes, o Capitão Boanerges Lopes de Souza, o Capitão Polidoro Correia Barbosa e os Tenentes Tales Facó, Joaquim Vicente Rondon, Adriano Silveira e João Noronha. Na segunda expedição da Comissão de Inspeção de Fronteiras, Boanerges já no posto de Major, os Capitães eram apenas Polidoro e Adir, sendo os Tenentes Facó, Lima, Guerreiro, Noronha e Adriano, fato que indica que o grande General, que não pôde exercer a carreira de magistério na cátedra por estar desbravando sertões, tornou-se o grande mestre de um grupo notável de Tenentes lapidados e temperados pelas agruras dos ínvios sertões do Brasil.
Fonte: MATIAS MENDES - matiasmendespvh@gmail.com
Membro fundador da Academia de Letras de Rondônia.
Membro correspondente da Academia Taguatinguense de Letras.
Membro correspondente da Academia Paulistana da História.
Membro da Ordem Nacional dos Bandeirantes Mater.
Membro do Instituto Histórico Geografico de Rondônia
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