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Mara Paraguassu

Bacias dos rios Machado e Jamari são as mais impactadas do total de sete existentes em Rondônia


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Plano Estadual de Recursos Hídricos está em fase de construção em Rondônia

Rondônia comporta sete bacias hidrográficas. A mais representativa é a do rio Madeira, formado a partir da confluência dos rios Mamoré e Beni, com nascentes nos altiplanos andinos, e causa preocupação em razão das modificações de sua dinâmica hidrológica decorrente da instalação das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau; já as bacias dos rios Machado e Jamari causam preocupação em razão do desmatamento e crescente demanda por água nas regiões em que se localizam; enquanto a bacia do rio Machado é a mais impactada, desde as cabeceiras de seus rios até a foz de Calama; e depois a do rio Jamari.

Foi o que disse o coordenador de Recursos Hídricos da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam), José Trajano dos Santos, adiantando ser crescente a reclamação quanto à redução do volume de água dos rios e igarapés por parte dos agricultores de Rolim de Moura, Cacoal, Alvorada do Oeste, Nova Brasilândia, Alta Floresta do Oeste, Urupá, Ji-Paraná entre outros municípios da região Central do estado.

Com 80.630,56 km², a bacia do rio Machado é a maior em extensão, abrangendo 33 municípios. Ela sofre os impactos de uma colonização que pecou pela falta de planejamento nos assentamentos rurais e urbanos, desmatamento e a falta de conscientização sobre o uso adequado de seus rios.

“Outros fatores que contribuem para a redução do nível da água nessas bacias é o aumento da demanda para diversos usos e a diminuição dos índices pluviométricos”, afirmou Trajano.

Uma das ações que mais afetam o volume e a qualidade das águas é a retirada das matas ciliares dos rios e igarapés. “As matas ciliares atuam como barreira físicas, regulando processos de troca entre os ecossistemas terrestres e aquáticos, favorecendo a infiltração da água no solo e reduzindo a contaminação dos cursos de água. As consequências da degradação das matas ciliares são o assoreamento dos rios, elevação da turbidez das águas e a erosão”, citou o técnico da Sedam.

Com a responsabilidade de levar a bom termo as fases de construção do Plano Estadual de Recursos Hídricos (PERH), previsto para ser apresentado em novembro deste ano, José Trajano dos Santos disse que uma eficiente politica de saneamento básico reduziria em cerca de 40% as doenças causadas por águas contaminadas, um dos maiores gargalos do meio urbano, juntamente com a inadequada coleta e disposição do lixo.

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Rio Madeira, em Porto Velho

A ausência de saneamento básico e o não tratamento do lixo são impactos visíveis na bacia do rio Madeira, a terceira maior de Rondônia, com 31.422, 15 km², envolvendo cinco municípios, o principal deles Porto Velho. Diferente do impacto proveniente das atividades produtivas concentradas na região Central do estado, os impactos urbanos são os que mais atingem essa bacia.

A agricultura, a piscicultura e a agroindústria já sofrem os efeitos deletérios da redução do volume de água nos rios, bem como, setores de abastecimento público, mas uma avaliação integrada da atual situação dos recursos hídricos de Rondônia virá com o diagnóstico das sete bacias, trabalho que vem sendo desenvolvido pela RHA Engenharia e Consultoria SS Ltda., empresa que firmou contrato com o governo estadual para elaborar os estudos técnicos e o documento consolidado do Plano Estadual de Recursos Hídricos (PERH).

O conteúdo mínimo do PERH contemplará a disponibilidade dos recursos hídricos, a qualidade das águas, ambientes aquáticos, usos e demandas, vulnerabilidades, gestão dos recursos hídricos e análise dos conflitos envolvendo o seu uso.

A Coordenadoria de Recursos Hídricos da Sedam e a RHA Engenharia cumprem agora a etapa de envolver moradores das sete bacias nas consultas publicas que serão realizadas a partir do próximo dia 24 em Guajará-Mirim, Porto Velho (25),  Ariquemes (26), São Miguel do Guaporé(27), Ji-Paraná (28) e Vilhena (29). Como a bacia do rio Abunã é pequena, a mobilização social se une ao evento marcado para a capital.

Em cada uma dessas consultas serão feitas pesquisas com as pessoas da região, que desenvolvem atividades no meio rural ou não, acerca da utilização da água – demandas, escassez, dificuldades de acesso à água, qualidade, entre outros.

José Trajano dos Santos destacou que o Plano Estadual de Recursos Hídricos, exigência legal, é uma política importante para que o estado possa disciplinar o uso da água, mediante a existência de uma espécie de zoneamento da disponibilidade hídrica, contribuindo para a utilização racional desse bem.

Outra política destacada pelo coordenador da Sedam é o Cadastro Ambiental Rural (CAR), em adiantado processo de execução, que exige do produtor rural a recuperação de áreas da chamada Reserva Legal da propriedade e revegetação de cabeceiras de fontes de água.  “São políticas que podem contribuir para a recuperação do nível da água dos rios e igarapés, e para possibilitar proteção aos recursos hídricos”, completou.

OUTRAS

As demais bacias hidrográficas de Rondônia são as do rio Guaporé, com 59.339,38, a segunda maior do estado; do rio Mamoré, com 22.790,66 km²; do rio Roosevelt, com 15.538, 19 km²; e do rio Abunã, a menor de todas, com 4.792, 21 km².
 

Leia mais:

Plano de Recursos Hídricos fiscalizará o uso
da água em bacias e sub-bacias em Rondônia


Com aprovação de crédito suplementar, Rondônia dá importante
passo rumo ao desenvolvimento sustentável dos recursos hídricos


Rondônia realizará consultas públicas para elaborar Plano Estadual de Recursos Hídricos

 



Fonte
Texto: Mara Paraguassu
Fotos: Daiane Mendonça e Ésio Mendes
Secom - Governo de Rondônia

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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