Política & Murupi 26/10/12

Frase do Dia:

“A distância entre o Brasil Real e o Brasil Formal amplia-se a cada dia. Logo os plebeus irão para o alto de um monte qualquer e não haverá patrício que dê jeito, mesmo vestido de torneiro-mecânico..."– Jornalista Carlos Chagas sobre a dosimetria  

I-Miojo sem pressa...

De alguém próximo a um candidato a prefeito da capital ouvi o que sussurrava para outra pessoa como segredo a ser guardado a sete chaves: ”Na sexta feira o Ibope vai mostrar: vai ser 3 por 1 dos votos”. Lembrei do sussurro quando, mais tarde, outra pessoa cantava a vitória do outro candidato e de novo o Ibope era o “oráculo”: “vai ser 2 por 1”. Crente, pero no mucho, procurei ajuda e... bingo! Dois jornais diferentes confirmam as versões distintas. Como não tenho pressa e vendo a campanha está mais enrolada que macarrão instantâneo, espero pelas urnas. A comemoração será merecida e previsível Miojo para nós todos!

II-É o Ibope!

Envolvidos em campanha eleitoral convivem com situações com as quais sequer sonhavam. Frisson, stress, fadiga, sobrecarga e até disfunção erétil são termos que o “cabôco” vai ouvir do médico antes de ser despachado com a receita tarja preta de Fluoxetina, Rivotril e Cialis. Afora o pesadelo tocar a vida pela agenda que outra pessoa faz, ainda há a grana que não dá e/ou não chega, a grana que falta, o disse-me-disse no comitê, a canseira crônica e o Ibope com suas surpresas sempre ruins, por melhores que sejam. Faltando dois dias para o último debate – agora é a vez da TV Rondônia – só uma palavra seria mesmo importante: Ibope!

III-Grandeza no pedir, nobreza no aceitar

“Eu me excedi há pouco quando rebati de maneira exacerbada o ministro Ricardo Lewandowski, a quem eu peço desculpas pelo excesso.” A frase, na verdade mais o gesto que a envolve, foi do ministro Joaquim Barbosa que grosseiramente perguntou ao colega: "Vossa excelência advoga para eles?", sendo rebatido com: "Vossa excelência faz parte da Promotoria?”. Há algo que prezo: ofensa pública não se repara no particular. Lewandowski falou com nobreza da grandeza no pedir do Barbosa: “Queria assinalar o gesto de grandeza de pedir desculpa e dizer que aceito-a prontamente. E dizer que nossas divergências não desbordam do plano estritamente técnico e jurídico.” Coisa de gente madura e grande.

IV-O Haiti é aqui

Em janeiro com o aumento do número de haitianos tentando entrar no Brasil, o governo liberou 1.200 vistos de trabalho por ano. Haitianos fora do país fazem remessas de dinheiro para parentes que ficaram, o que é importante para ajudar a economia do país e a própria sobrevivência dos cidadãos. O antropólogo da Unicamp Omar Ribeiro Thomaz denunciou no que funcionários da Embaixada do Brasil na capital do Haiti, estariam cobrando propina dos imigrantes que tentam obter o bendito visto de trabalho e diz: “Temos notícias de parentes de haitianos estabelecidos no Brasil que, tendo dinheiro para passagem e a carta-convite não conseguem o visto por causa da propina”. Pô!!! Corrupção até conceder visto humanitário?

V-Mais eleição

Com a eleição para prefeito em andamento e advogados atolados de trabalho, a eleição para a presidência da OAB teria tudo para ficar intramuros da casa ou escritórios de advocacia, mas a eleição da ordem saiu da Paulo Leal para as igrejas, salões, sites, bares, corredores de secretarias e, num volume de campanha tão grande que não seria surpresa se aparecessem formiguinhas, bandeiraços e cavaletes nas ruas da cidade, já que os plotados rodam por aí. E hoje, sem forfait e sem aquele cartão de visitas que abre portas para todos, quem elege1/3 da direção é o Conselho de Administração. Boa sorte a todos e todas como se dizia até pouco tempo. A propósito e para registro, não sou advogado ou administrador e logo, não voto.

VI-Será o Ibope?

Se o Ibope fizesse uma pesquisa por aqui veria que seu próprio índice de rejeição é alto. Pelo menos entre a classe política. Veria também que o Ibope “se vende por merreca”. Na última pesquisa o Ibope mostra a aprovação do prefeito Sobrinho e do governador Confúcio. Outra vez, ”mentira do Ibope”. O Ibope estaria turbinando Confúcio em vista das eleições de 2014 e criando ambiente favorável. Vá lá. Mas e Sobrinho? Por que criar dados se o “cabôco” está de saída e não pilota a própria sucessão? Não morro de amores por institutos ou pesquisas, mas o Ibope tem competência equivalente ao Datafolha, Vox Populi ou Sensus, todos com índices de erros e acertos bem próximos. Será má vontade, fígado ou só o Ibope mesmo?

VII-É o rabo, veio!

Muito interessante a análise que faz o jornalista Ricardo Noblat: “O que distingue um candidato ameaçado de perder a eleição de outro na mesma condição? Nada. Ou pouca coisa.Amigos e assessores começam a reclamar de eventuais erros cometidos ao longo da campanha. E pelo menos em relação a um deles todos acabam concordando: o candidato foi muito “bonzinho".  Ah, foi sim. Não respondeu a ataques.”(...) “Pronto. Abre-se o caminho para que o nível da campanha vá lá para baixo.” Notícias dão conta de acordo entre os dois candidatos de Porto Velho, após o debate da TV Candelária. Se verdade ou não, é difícil dizer, mas o debate do SBT leva a crer que alguém “arregou”. Quem tem c(*) tem medo!

VIII-Canadura

 “Água de ladeira abaixo e fogo de ladeira acima ninguém segura”, diz a sabedoria popular e Zé de Nana completa: “não dá pra acender cachimbo com tiro de bacamarte”. Ninguém em sã consciência podia esperar que o STF chegasse até aqui com o julgamento do mensalão, mas já absorvidas as condenações, o rio das penas – ai meu Deus vai ter gente na cadeia! – transbordou e, com advogados dizendo que as penas são exorbitantes e até com o ministro Joaquim Barbosa revelando que a pena do Marcos Valério é robusta e exacerbada, já se pode ver que muito pouco será feito. Não é possível conter a cachoeira que desce, o fogo que sobe e nem há tempo para uma cachimbada até porque o mau uso do isqueiro pode ser fatal.

IX-Debate TV Rondônia

Mais desanimado que pião em dia de pagamento e mais frio que coração de agiota, espero o debate da TV Rondônia para daqui a pouco entre os mestres da arte de fazer política, Mauro Nazif e Lindomar Garçon. Minha torcida é para que o debate não fique novamente no zero a zero ou apenas com bolas na trave. Bom seria para todos nós que ambos tirassem a lona e descarregassem suas carretas com as informações que cada conseguiu descobrir do outro. É claro que isso é só torcida. Como o jogo chegou aos 45 minutos do segundo tempo, ninguém irá tentar mais nada. É segurar a bola e esperar o apito, mas vai que a doida num deles...

X-Papo com Zé de Nana

X1-A prioridade máxima dos candidatos é ser prefeito e montar na grana.

X2-A prioridade máxima do eleitor é ter um prefeito com uma lista prioridades.

X3-Minha prioridade é encher a cara. Entre abstinência e absenteísmo, fico longe da urna. 

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