POLÍTICA & MURUPI 25/01/08

POLÍTICA & MURUPI

Frase do Dia

"Num processo republicano você não opera com essa lógica de que a contravenção é de aliado ou de não aliado, a contravenção deve ser combatida com igual rigor para todos". – Ministra Marina Silva sobre a falta de apoio de Cassol e Blairo Maggi para coibir o desmatamento

Pauta Política de 01 a 10

01-Conversa de pé de orelha:

O presidente Lula deve ser reunir com governadores e prefeitos de municípios que respondem pelos maiores índices de desmatamento do país e que fazem parte da "lista suja" São 36 os municípios nos estados do Mato Grosso, Pará, Rondônia, Amazonas e que juntos respondem pela metade da área desmatada em 2007. Tristemente famosos quatro municípios de Rondônia estarão na reunião com o presidente: Nova Mamoré, Porto Velho, Pimenta Bueno e Machadinho. É o tipo da reunião onde a foto é dispensável e vergonhosa, até porque a conversa não é só de pé de orelha. Está mais para o tipo puxão de orelha .

02-Bate-cabeça irmão:

Para entender: a área desmatada na Amazônia em 2007 é igual a 1/3 do estado de Sergipe e o governo age com o rigor que o caso exige. Mas, no próprio governo, não há consenso sobre o que motivou o desmatamento. No curioso bate-cabeça o argumento pró soja ou pró boi, beira o ridículo ou a má fé. O ministro Reinold Stephanes diz que não há soja plantada nem boi na área desmatada. Claro que não existe, doutor! O ministro perdeu uma excelente oportunidade de não passar recibo de "ecobobo". O boi, a cana ou a soja só entram depois do desmatamento. Não importa a falácia ministerial: eu estou com a Marina Silva e não abro nem para uma carreta carregada de soja

03-Pau caindo e saia justa:

Causou constrangimento a fala da ministra Marina Silva. Com seu jeito direto e simples a ministra partiu para cima e criticou Blairo Maggi e Cassol: "Estamos vivendo um momento atípico, de estiagem longa, e num período eleitoral com muita dificuldade de operar com os agentes locais. É só verificar o que aconteceu em Rondônia: estávamos com uma operação com a policia ambiental do Estado, PF e Ibama e o governador deu ordem unida para que os 45 PMs nos deixassem completamente à deriva, numa operação que eles deveriam nos dar suporte." De suave Marina só tem a fala mansa. O resto é murchar as orelhas e soltar as quatro patas.

04-Fechando a porta arrombada:

Lula determinou o embargo de propriedades desmatadas, controle de agropecuária, criação de reservas, corte de financiamento e recadastramento de áreas. Ministros envolvidas terão que sobrevoar as áreas dos municípios "sujos", identificar problemas e apresentar soluções conjuntas. E a PF entra com fiscalização e policiamento ostensivo, e envia 780 agentes, 1/4 a mais do contingente amazônico, para 11 postos com atividade fluvial, aérea e terrestre. Na "guerra suja", multa e prisão, mas é preciso muito mais que isso. O mais importante é criar a condição de obrigar a reparação do dano com a pena de reflorestamento, sem prejuízo das demais penas.

05-Brasil ficou feio na foto:

O jornal inglês The Guardian foi duro com o desmatamento: " Lula e membros do governo vinham dizendo, em várias reuniões internacionais, que o País estava conseguindo manter o desmatamento sob controle". As fotos aéreas da Amazônia revelaram a "mentira da recente 'grande conquista' brasileira em conter desmatamento da Amazônia. Ontem a notícia veio por água abaixo quando ministros admitiram que depois de três anos de queda o desmatamento está em alta de novo". É a isso que se pode chamar de "queimada de filme internacional". O Brasil vai pagar caro pelo fato.

06-Emprego em alta e "há vagas":

A taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país fechou 2007 em 9,3%, o mais baixo patamar desde a criação da pesquisa. Em dezembro, a taxa chegou à menor marca mensal de toda a série histórica do IBGE, iniciada em março de 2002: 7,4%. Em novembro, havia sido de 8,2% Para Cimar Azeredo Pereira, do IBGE, o aquecimento da economia, juros menores, crédito em expansão e aumento da renda, permitiu "ao mercado de trabalho encerrar 2007 com resultados muito positivos". E já faltam operários no setor da construção civil. O salário de um carpinteiro em São Paulo pulo de R$1.200 para R$ 2.500

07-O estilo Dilma Roussef:

Ouvi a entrevista da ministra que, provocada, falou sobre as Farc e disse que o grupo não é uma força insurgente e que calassificar como terrorista é pouco diante de tantas atrocidades cometidas. Para Dilma, "Elas pularam a fronteira daquilo com o qual se pode compartilhar, dividir, dialogar. Seqüestrar e manter acorrentado é abominável, é contra a humanidade". Mas o tema era o PAC e veio o escorregão: ela prometeu que o programa será acelerado em 2008 e que isso não tem nada a ver com a eleição. Aí nem eu que sou mais bobo engoli a resposta. Claro que o governo quer fazer o maior número possível de prefeitos, que darão as condições para nas eleições presidenciais o ungido de Lula consiga espaço.

08-Tucano x tucano:

Há um ano, em fevereiro de 2007, os presidenciáveis tucanos José Serra e Aécio Neves firmaram um armistício. Combinaram que só tratariam de 2010 depois que fossem abertas as urnas de 2008. O cessar-fogo acabou. Nove meses antes do prazo combinado, os governadores de São Paulo e de Minas Gerais voltaram a se bicar. Ainda não foi disparado nenhum tiro em público. Para amigos, Aécio fala da "antecipação prematura do processo" e resolveu enrolar a bandeira branca. No ninho tucano o que já se vê é aquilo de sempre: penas que voam, bicadas de lado a lado e muita confusão.

09-Lula e os cartões de crédito:

Lula deu um conselho aos brasileiros pendurados no crédito consignado: "Por reivindicação, vocês conquistaram cartão de crédito, alongaram o crédito consignado para 60 meses. Agora, precisa tomar cuidado com o cartão de crédito" e foi mais: "Quando a gente não tem que botar a mão no bolso para gastar, gasta mais do que se tivesse que tirar uma notinha do bolso." Ai o jornalista Josias de Souza pegou o mote e deixou uma pergunta no ar: Por que diabos Lula não dá o mesmo conselho aos seus ministros com o tal cartão corporativo? O senador Expedito Jr. É um dos que estão correndo atrás de informações a respeito, mas a coisa parece uma caixa preta ou melhor, uma casa de caba

10-Oxigênio para o gás:

O BNDES vai financiar R$ 79,6 milhões para Cemar, equivalente à Ceron no Maranhão. A participação do BNDES é de 60% do total do investimento, de R$ 132,8 milhões previstos para 2007 a 2009. Além do combate às perdas, o  projeto inclui a atualização tecnológica e ligações de novos consumidores, com objetivo de atender à demanda nos próximos anos. Com isso, serão gerados 360 empregos indiretos. Sorte do Maranhão que apesar de tudo tem Sarney, "marimbondo de fogo" e o feroz Lobão.Triste, mas verdadeiro. Gasoduto Já!

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