POLÍTICA & MURUPI 24/12

POLÍTICA & MURUPI

Frase do Dia

“Não perdi nem um minuto de sono.” - Lula sobre a perda da CPMF

Pauta Política de 01 a 10

01-Curto-circuito:

O cidadão Ivo Benitez encarou um touro espanhol miúra e pegou à unha. Ajuizou uma ação popular contra uma firula que de forma tíbia concedeu duas licenças ambientais para uma mesma obra – a construção do linhão que deveria ligar Rondônia e Acre ao resto do país. Mirando o alvo ambiental, Ivo Benitez, que é também sub-procurador geral, acabou pegando em cheio a veia sócio-econômica e a justiça concedeu a liminar para interrupção do projeto, retirando da Sedam a parte que lhe cabia. O Ibama começa de novo do zero, mas sabendo que em Rondônia ninguém mais tem o pau atravessado na venta. E o touro sangra. Olé!

02- Curto-circuito II:

O deputado Moreira Mendes foi o primeiro a levantar os problemas que a ligação do linhão iria trazer para Rondônia e um deles é a perda do ICMS, um buraco da ordem de R$180 milhões por ano, uma sangria para um estado como o nosso, carente de tudoo que se possa imaginar. Compensações possíveis seriam a construção do gasoduto Urucu-Porto Velho e um período de transição para adequar o orçamento do estado depois da perda da arrecação. A liminar que repõe a discussão nos trilhos ganha um reforço, inclusive com as duas possibilidades citadas entrando na pauta, sem prejuízo de nenhuma delas. E aí a coisa vai para a bancada. E – feito inédito - nossa bancada está unida pelos interesses de Rondônia. Vai que dá certo...  

03-Programa de índio:

Os Cinta-Largas não querem mais os garimpeiros em suas terras, mas não sabem como farão com o garimpo. Acostumados com a grana fácil do contrabando, aprenderam outros costumes como pilotar reluzentes camionetas de luxo e agora querem a “bufunfa preservacionista” do governo para acabar com a farra. Equação difícil de ser resolvida e como se pode ver o índio também aprendeu a mentir, se é que já não sabia. A questão será abordada por ocasião da discussão do Estatuto do Índio parado há 13 anos no Congresso. Imagine, porém que se em lugar de diamantes, houvesse no Roosevelt uma reserva de gás ou de urânio, a coisa já teria andado muito. Não se pode esquecer, que o subsolo, é de competência da União. Que pepino 

04-Programa de índio II:

A questão indígena, com sua dívida social histórica, caiu no colo de um cartório onde pululam os interesses de ecoxiitas, ecochatos, ambientalistas de hotéis, ongueiros, contrabandistas, missionários e um órgão oficial que tem de tudo menos política pública respeitável. A Funai encastelada em escritórios de luxo com ar condicionado e elevadores, tem ações de menos e “achismos” de mais e no século XXI ainda valem os métodos e visão dos antigos sertanistas, como os Villa-Boas, sem que se aperceba que o foco saiu da preservação pura e simples para a integração. Não seria mais fácil reestruturar a Funai e depois tratar do Estatuto do Índio? Sim seria. Mas somos o Brasil do faz-de-conta. E de novo o amadorismo vai à frente.    

05-No limite da paciência:

Zona sul, anúncio do assalto, moto entregue e achando pouco, o bandido matou a senhora na frente da sua neta de 3 anos de idade. A prisão foi imediata em função da ajuda de populares. Até aqui, morreu Neves e para variar, um menor de idade. De repente populares cercaram a viatura e linchar o menor. Lamentável e inaceitável, sob qualquer aspecto, o fato nos remete a refletir sobre falta de uma política pública de segurança, de como tratar o presente e o futuro dos menores infratores e a paciência ou a falta dela, do povo cansado de conviver com o crime. Em pouco tempo teremos muito mais gente em Porto Velho. Ou cuidamos disso agora, já ou depois será tarde demais e custará muito mais caro. Tá brabo. Tá feio. Tá no limite

06-Desgaste desnecessário:

Claro que o presidente Garibaldi Alves poderia e deveria por uma questão lógica, antecipar-se e encerrar os trabalhos do Senado na sexta-feira. Mas no Senado onde tudo pode acontecer e acontece o bom-senso passa longe e apenas para variar, a Casa foi submetida a um novo e desnecessário constrangimento. Quatro senadores apareceram para a última sessão que não houve, o que demonstra que o Garibaldi é mesmo apenas um Garibaldi. E acreditem: nem ele mesmo apareceu. Que tenha sido a última a última gafe do Senado e seu presidente. É o que se espera se bem que acreditar nisso, é tão difícil quanto o Senado tomar jeito.  

07-Engrossando o cangote:

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, defendeu a devolução de MPs quando elas não cumprirem as exigências constitucionais de urgência e relevância. Esse procedimento deve ser adotado a partir de fevereiro, quando o Congresso retomar seus trabalhos, e até que os deputados e os senadores votem mudanças na Constituição para disciplinar o uso de MPs. E o Chinaglia já conversou com o presidente do Senado, Garibaldi Alves, sobre a questão, pois cabe a ele criar a comissão mista que analisa as MPs assim que elas chegam ao Legislativo. De novo o Brasil do faz-de-conta: Se a MP não preenche os requisitos constitucionais basta devolver, sem prévio aviso. Vão acabar uma MP para regulamentar as MPs. É o que falta...

08-Ética política brasileira:

Claro que ela é pouco conhecida, pouco atuante, mas existe sim, a Comissão de Ética Pública que vez por outra dá o ar da graça. E como é natal, o presidente Carlos Luppi do PDT, dublê de Ministro do Trabalho, terá que escolher apenas um e só um presente. Ou fica presidente ou fica ministro. Mas a decisão caberá mesmo ao presidente Lula e não à tal Comissão de Ética, uma vez que ela não tem o poder de punir. Ou seja, ao contrário do jogo do bicho, onde só vale o que está escrito, na política, o quesito ética, vale mais pela palavra do chefe do que o que está escrito no julgamento da comissão. Ética relativa, não. Brasil permissivo. E aí a coisa fica difícil e só dá burro. Na cabeça, centena e milhar.

09-Quem tem padrinho não morre pagão:

A TV Brasil ganhou de presente 250 professores da TVE do Maranhão para o seu quadro de funcionários. Nada sabem de televisão, são servidores da Secretaria Estadual de Educação, mas são indicados por ele, José Sarney, o marimbondo de fogo. Agora, criou-se um impasse: a TV pública quer demiti-los, mas não consegue. Cada vez que tenta, o marimbondo dá uma ferroada, para lembrar que aquilo ali é casa de caba. Sarney com mão de ferro e ferrão idem, comanda dois feudos: o seu Maranhão algo assim, meio que familiar e o Amapá, algo assim ainda meio que particular, pelo menos por enquanto, mas avançando.  

10-Oxigênio para o gás:

Continuo com o gás, mas preciso desejar feliz natal a todos e fazer meus pedidos. Para mim mesmo, quero continuar contando com sua audiência qualificada e para todos nós, uma saúde pública que funcione, escola de qualidade e política pública de segurança. E se não for pedir muito, que Noel nos dê o teatro de Porto Velho, a redução drástica do desmatamento, e um cano de 532 km ligando o poço de Urucu a Porto Velho. Mas tudo isso não chega de graça. É preciso que haja a nossa participação. Feliz Natal e com muito gás. Gasoduto Já!

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