Sábado, 8 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)
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Domingo, 6 de novembro de 2011 - 21h39
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“Que tragédias como esta acontecida, que demonstra claramente despreparo mútuo entre as partes se encerre.” – Confúcio Moura, governador de Rondônia, sobre o forfait entre as polícias civil e militar.
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01-Relatório de viagem I – O domingão
Viajar pela periferia de Porto Velho é um exercício dos fins de semana que me coloca frente a frente com a realidade. Colher informações, sentir o pulso da cidade, ver coisas boas ou não e sentir como está fluindo a seiva que faz a cidade crescer sem parar. Domingo cedinho foi dia de percorrer a Avenida Amazonas e, com o parceiro Chico Lemos no papel de fotógrafo de luxo, ir trocando informações e afiando a conversa. Quem acha que a cidade parou se engana e feio. A Zona Leste foi bem aquinhoada nesses dois mandatos do PT e Roberto Sobrinho escreveu com asfalto o seu nome na região. Mas não deixou de escrever o codinome com as tantas obras problemas. Para o povo o campeão de obras é também o irritante campeão de atrasos.
02-Relatório de viagem II – Com ou sem padrão?
Escola Padrão ou Complexo Olímpico? O padrão de escola que era o sonho do Chiquilito deu lugar a um sonho do Roberto Sobrinho: o Complexo Olímpico. O dinheiro existe, a obra está em andamento, mas para alunos, famílias e professores o sofrimento vai continuar por mais um bom tempo e o pior é que com a chegada das chuvas, a possibilidade de entrega da obra em condições de uso ou pelo menos sem que haja a necessidade do baticum, poeira e ruído de ferramentas, betoneiras, etc., que atrapalham a vida de todos, é remota. A escola dos sonhos de um, o sonho da escola com o Complexo do outro ou os sonhos juntos dos dois devem ser um referencial de educação naquela área. A menos que a obra pare pelo meio do caminho.
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03-Relatório de viagem III – O Rex
O presídio feminino tem tudo para continuar como está: parada desde o tempo do Trabalho e Respeito e se Deus quiser esperando o milagre de um empurrão para ver se anda. Triste ver que o dinheiro bem poderia estar sendo utilizado para construção de algo para a maioria da população e não para os 2,5% que está na área de risco. E a obra da penitenciária está tão largada que até o vigia foi substituído pelo Rex. Um amável e receptivo cão que, abanado o rabo e com cara de “mui amigo” nos franqueou a entrada pelo portão já aberto. A placa é a única lembrança de que ali existe uma obra de governo. Dinheiro do povo não diria que totalmente abandonado, já que um cão, sem crachá, resolveu tomar para si a responsabilidade. Valeu Rex!
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04-Relatório de viagem IV – Jogo ruim de ver
Bem em frente ao ex-quase-futuro presídio feminino uma área de terra com uma campinho de futebol e como ainda era muito cedo sem peladeiros. A área é ocupada permanentemente pelo urubu – são muitos e “meno male” já que fazem o serviço de limpeza – atraído pelos restos de ossos e animais que são jogados por cidadãos de 5ª categoria. Mas como tudo o que é ruim, pode piorar muito, uma verdadeira indústria de desmanche – carros leiloados, lixo de fora ou peças da Roubauto – se instalou a céu aberto atrapalhando o trânsito e contribuindo para ampliar o viveiro de cobras, lagartos, escorpiões, aranhas fiscais corruptos e do animal símbolo do nosso inverno que está apenas começando: o “aedes egipty” ou mosquito da dengue. Aí se juntam o povo sem educação e Prefeitura sem fiscalização. Num ambiente assim o urubu reina absoluto!
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05-Relatório de viagem V – A toca do bicho homem
Antes de sair da área urbana e ainda na Avenida Amazonas, ficamos de cara com duas obras estruturantes e o esforço do nosso fotógrafo Chico foi recompensado. De um lado um aglomerado de projetos de sonhos, o Nova Aliança com bandeiras vermelhas, gente sofrida e falta de estrutura bem perto as células das casas já sorteadas para quem deve ter um natal mais rico, com o projeto “Minha Casa, Minha Vida”. Para quem acha que são mansões, um esclarecimento: é casa bem popular para quem tem baixíssima renda familiar e que usou a tecnologia da Nova Mutum que faz baretar sobremaneira o custo da obra. As paredes teto e piso são na verdade várias células que unidas compõem o que é menos que uma casa e mais que uma toca.
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06-Relatório de viagem VI – Debaixo do chão
O trecho é enorme e vai resolver um sério problema que existia nesse baixadão alagado. As fotos dizem mais que palavras. Tubulação grande com capacidade de absorver grandes volumes de água e rapidamente dar vazão utilizando as saídas naturais pelos igarapés que cortam a cidade – no total são mais de 100 km de igarapés – e com uma preocupação para o futuro: berço ou testemunha de assento das manilhas e boca de inspeção em quantidade e tamanho suficiente para manutenção de qualidade. As obras de asfaltamento devem ocorrer após a construção de sarjetas, guias e bocas de recepção de água e, em paralelo as obras de água tratada vão ocorrendo, para evitar o quebra-quebra no futuro. Até aqui tudo bem. Agora é a roça.
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07-Relatório de viagem VII – Rock rural
Dire Straits, Erick Clapton e surpresa: a linha dos mineiros, da Raimundo Cantuária e até as transversais em boas condições de tráfego, sem buracos, encascalhadas e bem arrumadas. Mas fica nisso. O que se percebe das conversas é que muita gente ainda tem problemas com a titulação das propriedades e que um caso prá lá de antigo ainda consome o juízo dos sitiantes. A maior parte da área da região chacareira está em litígio com o antigo proprietário e o que tem de político fazendo promessa que não vai cumprir não está no gibi. Sem títulos, sem acesso a crédito o agricultor que bem poderia baratear a alimentação pena os pecados e só vai para a frente por força dessa coisa de amor à terra e por não saber ou não querer fazer outra coisa.
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08-Relatório de viagem VIII – Rock rural
A lentidão aparente da vida no campo parece que contamina as autoridades responsáveis por incentivar o produtor. Uma ou outra roça bem tocada mas, na maioria, sítios com cara de que tudo ainda está por fazer. Do tal cinturão verde, nem notícia. Sem agricultura sequer para a subsistência e sem incentivo para outros ramos, a criação de animais de pequeno porte inexiste. Some-se a isto a ausência de um órgão para ensinar o agricultor e sua família e...: a vaca foi para o brejo apesar dos batedores de bumbo entoarem hinos sobre agricultura familiar. Confira: pelo menos no entorno Leste da Capital é conto da carochinha. Pergunta sem resposta: por que estado e município não fazem uma parceria e investem no pequeno agricultor? É fácil.
09-Relatório de viagem IX – Sem base científica
Observações feitas numa viagem rápida e sem qualquer roteiro programado estão longe das pesquisas com base científica e, claro sem qualquer valor, mas o feeling fala alto na conversa com gente da região. Duas expressões estavam sempre presentes: “o prefeito está fazendo” e “ele começa e não termina”. Dia desses fiz uma afirmação num programa de TV de que no futuro o prefeito Roberto Sobrinho será apontado como um prefeito que fez muito, mas que poderia ter feito muito mais em função dos recursos que teve acesso e por não ter utilizado bem o tempo para a conclusão de obras. Agora é correr para concluir e já sem tempo.
10-3 perguntas cretinas
Será que o Ministro do Trabalho vai agüentar o tranco das denúncias da imprensa, vai pedir o boné ou será que vai esperar a presidente incorporar o Capitão Nascimento e berrar: “Pede pra sair!”? Se os protocolos e acordos para instalação de uma unidade do Hospital do Câncer de Barretos já foram firmados pelo Poder Executivo de Rondônia, o que pode ter ocorrido de tão ruim ou errado para que o MP peça a interrupção? A Santo Antonio Energia, Jirau, Coimbra, Sistema S, um pool de Empresas ou uma Fundação não poderiam adotar o Complexo da Estrada de Ferro Madeira Mamoré que nas mãos do Poder Público começa a mostrar sinais de deterioração apesar de ter sido recuperado e entregue ao público faz pouco tempo? Não precisa responder nada.
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