Você Sabia... Que? Santo Antônio

Em data de 15 de outubro de 1909 foi marcado o terreno para a edificação da Capela de Santo de Antônio?
Santo Antônio do Alto Rio Madeira, assim era conhecido o vilarejo habitado por pessoas que vinham de todo o mundo, brasileiros de quase todos os pontos do país, ingleses, italianos, espanhóis, bolivianos, peruanos, gregos, alemães, judeus, barbadianos, chineses e outros.
Os habitantes ali viviam com grandes precariedades, com falta de água canalizada e também sem iluminação. Nas vielas eram jogados o lixo como também as porções não aproveitadas do abate do gado que era feito em plena rua.
Durante o dia o trabalho acelerado fazia com que a noite fosse cheia de ritmos, orgias, músicas, gritos que se ouviam dos botequins e casas de jogos sempre em função do grande número de francesas, chegadas de Paris juntas às brasileiras, às barbadianas, às espanholas e outras que ali se juntavam à procura dos trabalhadores, bebendo os melhores champagne, cerveja, aguardente, saboreando os peixes do rio Madeira e as conservas estrangeiras.
Mesmo com tanta adversidade no local e, também pela falta de padres que pudessem vir atender à comunidade, a Capela continuava sendo construída em um terreno elevado que dava frente a uma praça ajardinada.
Em 1913, mesmo em fase de construção, foi celebrada a primeira Missa pelo pe. Raimundo de Oliveira que era o pároco de Humaitá e muitos anos depois foi eleito consultor Diocesano.
Somente em julho de 1914 a Capela de Santo Antônio foi concluída, tudo com muita simplicidade desde a formação do altar que se assentava sobre um estrado de cedro, a parte interna de ladrilhos e os esteios assemelhados a mármore.
Com o passar do tempo o povoado foi ficando abandonado, seus habitantes fixavam-se em Porto Velho e hoje o que resta é a pequena Capela um tanto destruída pelo tempo, sem nenhuma manutenção. Lastimável a situação em que se encontra um dos monumentos históricos de tão grande importância.
A Capela de Santo Antônio foi tombada através de Decreto nº 3125, de 03/12/86, publicado no Diário Oficial do Estado em, 04/12/86.



Fonte: Desbravadores Vol. I.
Texto: Ivo Feitosa – Turismólogo
Fotografia: Murilo Valente
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