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Gente de Opinião

DesProf.Peixoto

A pauta que a direção do SINTERO teme defender


“Cinismo é combinação de comodismo com impotência”.

 Bertrand Russell

 

*DesProf.Peixoto

Esta é a segunda e mais cansativa greve dos Trabalhadores da Educação no Governo do PMDB de Rondônia. O Governo do casal Raupp e da família “Soprano”, perdão, Gurgacz, enfim, o governo do senhor Confúcio Moura. Um governo, aparentemente mendigo, feito com dinheiro emprestado. A esperança dele é fazer os investimentos que não foi feito desde o início do seu governo e garantir, no mínimo, a reeleição. Puro cinismo, quando afirma está fazendo tudo isso para o bem da população.

Fora essa grana toda, o Governo do Estado de Rondônia diz não ter mais nenhum tostão. O orçamento está amarrado, sem mais de onde tirar dinheiro para pagar melhor os trabalhadores da educação. Os recursos mal dão para cobrir os custos da mão de obra que é paga pelo Estado. Tanto faz se a educação pública que promove seja de tempo integral ou não. Mesmo que diga está promovendo um “novo” modelo de educação, a de tempo integral, o cinismo reina em absoluto como jamais reinou até então. Basta olharmos para o exemplo maior: a Escola “Cobaia” Anísio Teixeira e seus clones para ver se eu não tenho alguma razão. Para quem não sabe, esta é paga com dinheiro da União! Puro cinismo quando o Governo do Estado diz que é dele esse projeto de educação.

Isso é cômodo para um governo impotente que não pode pagar por essas e outras ditas inovações. Que só arranja dinheiro para pagar os CDS como reza a “cultura” dessa região. Os dirigentes sindicais sabem muito bem disso, por isso, compactua, direta e indiretamente, com este governo cínico propondo uma pauta ilusória para fingir está fazendo oposição. Como eu já sei que não conseguirão, proponho outra pauta que dificilmente acatarão por medo ou frescura, não sei, mas, mesmo assim, tentarei dar a minha singela contribuição. No caso de não conseguir que a pauta oficial seja atendida que, pelo o menos tentem discutir e fazer passar as seguintes proposições:

1º] A suspensão do Projeto Guaporé de Ensino de Tempo Integral até que o governo tenha como pagar bem a mão de obra necessária para sua plena realização. Essa idéia de fazer mais com menos não funciona na educação! Aumentar a quantidade de trabalho na educação e sua produtividade sem nenhuma compensação e real condição é pura ficção! A lógica da iniciativa privada não funciona bem nos moldes medíocres que o Estado tem. Os “Terceirãos” da Escola Pública não passa de pura imitação!

2º] A suspensão do Projeto Mais Educaçãoaté que o governo deixe de ser mentiroso oferecendo reforço escolar barato e de má qualidade para apenas ocupar o tempo dos filhos da camada popular que freqüenta mais a escola por causa da merenda que pela formação;

3º] O fim do contrato com a ASPER - Associação de Trabalhadores no Serviço Público no Estado de Rondônia devido aos seus alto custos e péssimos serviços e atendimento aos clientes associados. No lugar do auxílio saúde, que o governo patrocinasse um plano de saúde integral coletivo: para todos os funcionários, sem co-participação. De que vale ganhar, por exemplo, 6% a mais no salário se em outubro se a ASPER aumenta 18% o preço da sua mensalidade e pior com co-participação do associado? De que adianta sustentar esse “plano” onde o presidente do SINTERO faz parte da diretoria e não tem interesse algum de impedir seus aumentos mal explicados e rotineiros? Sem que os associados tenha poder sobre suas decisões!

4º] A venda da nova sede do SINTERO que está em fase de acabamento e a utilização do dinheiro levantado para baratear, subsidiar os custos do Plano de Saúde vendidos pela ASPER no caso dos seus serviços ainda continuarem sendo utilizados por muitos da categoria dos Trabalhadores em Educação. Para que uma nova sede? Para o conforto e vaidade dos filiados? Claro que não! Proponho que utilizem as dependências da sua SEDE SOCIAL: é mais barato e espaçoso que o novo prédio em construção. Essa seria uma forma da direção sindical dar um ótimo exemplo para a sociedade e o governo de como se economiza em prol de todos! Uma demonstração de modéstia e seriedade que, com certeza, atrairá muito mais apoio do que já tem. Para que um prédio novo, se o mais importante são as pessoas que este sindicato diz defender?

5º] A não utilização dos Sábados para reposição das aulas.Todos precisam de descanso: alunos e servidores para poderem trabalhar bem durante a semana. Não importa se o ano letivo não terminar em 2013! Pois a utilização dos sábados tem como único propósito possibilitar a viajem para o exterior dos professores e professoras que não dependem do salário da rede pública para viver. Geralmente professores que fazem do serviço público um complemento de renda, um bico. Se, em situação normal, a maioria dos professores leva serviços para casa sobrando só os domingos para descansar, já imaginou se houver aulas no dia de sábado?

6º] O financiamento de casas próprias não conjugadas para os servidores que moram de aluguel. Isso não é nenhum bicho-papão para o governo da Cooperação. Poderia separar parte do recurso emprestado para construir essas casas para os servidores com desconto em folha. Isso seria uma forma indireta de aumentar o salário. Quantos não ficariam felizes em ter sua casa própria não conjugada para viver? Mas, parece, que ninguém do governo ou do SINTERO se interessa por isso.

Pois bem, por fim, essas são algumas propostas que podem ser negociadas com o Governo como condições para o retorno ao trabalho se não houver nenhuma alternativa de atendimento a pauta oficial proposta pelo sistema diretivo do sindicato, homologado pela maioria da minoria que vão as assembléias convocadas pelo sindicato. Este governo quer que se faça muito com pouco dinheiro, então, devemos dizer: o nosso trabalho será do mesmo tamanho do salário e condições que nos oferecer! Se não tem dinheiro, se não pode pagar o que é justo e digno, não exija, não cobre, deixe de frescura e assuma seu cinismo!

* DesProf.Peixoto, historiador formado pela UNIR/UFRO em 1997, Professor de História da Rede Pública de Ensino desde 1990; readaptado desde 2009: vítima de assédio moral no ambiente de trabalho por uma colega diretora da escola.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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