Quinta-feira, 19 de março de 2015 - 05h11
O Estado pode ser também um monstro.
Um Leviatã de Hobbes, de tão grande e imponente ele se engole. Como se fosse uma cobra gigante que fosse se engolindo o seu rabo. E terminasse sumindo de si mesmo. Tenho falado aqui sobre Modernização do Estado, parece tão fácil falar. Dizer coisas. Citar autores e teses e teorias. Mas, vá lá, e mexa com uma vara no Leviatã. Ele ruge. Olha e nem se mexe. Continua ali sonolento, indiferente, parecendo um urso polar hibernando.
Tem mais: o Estado não pode tudo.
Embora, o povo pense que possa. Não pode. O Estado tem o seu próprio limite. E é muito bacana a gente falar de democracia, de sufrágio universal, de direitos para todos, de serviços públicos de alta qualidade, de bem-estar social, de igualdade para todos, enfim, este mundo de coisas, de salários, de aposentadorias, de pensões, de vantagens, de auxílios, de bolsas. E vai enchendo a carroceria do pau-de-arara, com cachorro, gato, sapato, guarda-roupa, mala velha, panela, fogão. E lá vai andando o pau-de-arara, deixando cair os cacarecos que se foi colocando na carga.
Agora, vem o pobre do Confúcio Moura, dar aqui lição de moral, em artigos, falando de Modernização do Estado. Trata-se de uma assunto de alta complexidade, fincando em modelos tradicionais, encorpados por gerações de que o Estado é o pai de todos. O pai-de-santo. Que vai se endividando gradualmente, para atender às exigências crescentes, mais uma lata de farofa na carga, mais um pelotão de meninos abandonados, mais um punhado de criminosos dependurados. E o pau-de-arara, que é o Estado vai cavalgando estradas de chão, morros e baixios, e tudo mundo achando tudo muito gostoso, porque na próxima aguada, tem um sanduíche de mortadela com queijo de minas.
E ninguém pode jogar nada fora. É aquela doença da acumulação de coisas. Aqui, “direitos”. Nem cachorro. Nem gato, nem lata de farofa, nem gente ruim. Todo mundo vai alegre, cantando “sertanejo” e vai. Qualquer privilégio que se corte é motivo para encher as ruas de protestos. De queimar pneus. E depredar lojas. Dizendo simplesmente: o Estado tem que continuar assim mesmo. Um pau-de-arara que não cabe mais nada dentro, mas, vai se enfiando nas gretas mais e mais.
Gente! O Estado não pode tudo.
Ponha isto na cabeça. E quando se mexe nele, ninguém sabe as consequências, é a chamada Lei das consequências Indesejadas. Você atira no pato e mata um leão. Muitas vezes quando se mexe em causas complexas, nem sempre se alcança o resultado esperado. Esta é a realidade do mundo inteiro, que está em crise integral, que se exauriu. Estafou. Que já deu o que tinha que dar. Que diga a Grécia, Portugal, Brasil. O Estado, através do que chamo de Modernização tem que se reinventar. Até acredito em Jacques Derrida, a teoria da desconstrução. Desmontar o Estado e construi-lo diferente. Enxuto. Praticando a justiça de verdade, dando a quem precisa o básico e tirando de quem tem muito.
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