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Saúde

Caminhar para dormir bem



Thiago Romero

Agência FAPESP – Sessões de exercícios aeróbios moderados podem reduzir o estado de ansiedade e melhorar a qualidade de quem sofre de insônia. Essa é a principal conclusão de um trabalho apresentado no dia 11 na 22ª Reunião Anual da Associação Profissional das Sociedades do Sono (APSS), em Baltimore, Estados Unidos, evento que teve a apresentação de mais de 1,1 mil trabalhos na área da medicina do sono.

A pesquisa Efeitos do exercício físico na qualidade do sono de pacientes com insônia crônica primária foi feita por Giselle Passos, em mestrado defendido na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O estudo foi realizado com 36 pacientes, oito homens e 28 mulheres, com idades entre 35 e 55 anos que sofrem de insônia crônica, e publicado na Sleep, revista científica da APSS.

Os voluntários foram divididos em um grupo controle e mais três grupos experimentais, que fizeram exercício aeróbio moderado, exercício aeróbio pesado e exercícios de resistência moderada. Os indivíduos passaram por baterias de exercícios durante cerca de uma hora, entre os quais caminhada, corrida e musculação. Em seguida, fizeram o exame de polissonografia, em que eletrodos são colocados em diversas regiões do corpo para o diagnóstico da qualidade do sono.

“Conseguimos comprovar nossa hipótese inicial de que os exercícios aeróbios moderados poderiam reduzir a ansiedade e, conseqüentemente, a qualidade do sono”, disse Giselle, pesquisadora do Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercício da Unifesp, à Agência FAPESP.

“Verificamos uma redução de 7% no estado de ansiedade dos indivíduos do grupo que realizou caminhada por cerca de 50 minutos. Quem sofre de insônia tem nível muito alto de ansiedade antes de dormir, o que é um dos principais motivos para a dificultade de iniciar e de manter o sono. Não foram verificadas alterações na qualidade do sono nos outros três grupos analisados”, explicou.

Segundo a autora, após a sessão de exercícios também foram observadas reduções na latência para o início do sono (54%) e no tempo acordado (36%) no grupo de voluntários que praticou exercício aeróbio moderado. “No primeiro caso, isso significa metade da demora original para entrar no primeiro estágio do sono”, disse.

Foi verificado ainda, no mesmo grupo de indivíduos que praticou exercícios aeróbios moderados, aumento no tempo total (21%) e na eficiência do sono (18%). De acordo com a pesquisadora, esses resultados indicam a existência de uma maneira de diminuir os sintomas de insônia sem o uso de medicamentos.

“O estudo destaca a importância de utilizar o exercício físico para tratar a insônia, o que pode contribuir para a melhoria da qualidade de vida de pessoas com esse que é um um dos maiores distúrbios do sono em todo o mundo”, apontou Giselle.

Busca por voluntários

A pesquisadora da Unifesp está atualmente selecionando voluntários para a realização de um novo estudo, que durará cerca de seis meses e que pretende avaliar, entre outros pontos, os melhores horários para a realização de exercícios físicos levando em conta a relação benéfica com a qualidade do sono.

“Precisamos de 40 voluntários, entre 30 e 55 anos e que tenham queixas de insônia. Nesse novo trabalho, que será realizado durante minha tese de doutorado, além da ansiedade, a idéia é verificar se os exercícios também contribuem, a longo prazo, com outros fatores como uma melhor qualidade de vida e um melhor perfil de humor”, explicou.

Os interessados devem entrar em contato com Giselle Passos ou João Paulo pelo telefone (11) 5572-0177 ou pelo e-mail [email protected].

Insônia é uma classificação dos distúrbios do sono em que um indivíduo tem problemas para adormecer ou acorda muito cedo. Calcula-se que cerca de 30% da população adulta mundial tenha sintomas de insônia, sendo mais comum entre idosos e mulheres.

O trabalho de Giselle destaca dicas da Academia Americana de Medicina do Sono (AASM, na sigla em inglês) para se obter uma boa noite de sono: seguir uma rotina consistente no tempo de ir para a cama, ter noites de sono completas e, antes de deitar, evitar alimentos e bebidas que contenham cafeína ou medicamento com algum tipo de estimulante.

Não levar preocupações para a cama, não ir dormir com fome ou fazer uma grande refeição antes de deitar e levantar no mesmo horário todas as manhãs são outras indicações. Recomenda-se ainda que os adultos tenham entre sete e oito horas de sono noturno.

A AASM também criou um site em que são divulgadas mais informações sobre diversos distúrbios do sono, as formas de tratamento disponíveis e uma lista de dicas para um sono tranqüilo, além de notícias e outros estudos recentes sobre o tema.

Mais informações: www.SleepEducation.com

Fonte: FAPESP

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