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Vinício Carrilho

2022 - O ano que já acabou


2022 - O ano que já acabou  - Gente de Opinião

2022 será um ano tipicamente clássico: incerto, mal sabido, fabricante da ansiedade.

Diferentemente de 2023, que será um choque de realidade, 2022 fará testes cardíacos.

Desde 2018 estamos misturando expectativas e esperanças: expectativa de reverter o erro crasso da eleição fascista (impeachment, interdição etc) e esperança de mudar tudo em 2022.

O choque de realidade virá dia 02 de janeiro, de 2023, e poderá ser de dois tipos:

1. A mais improvável, mas possível, é a entronização do capo do Fascismo;

2. A mais provável será o desembarque do capo praticante da política da Velha República.

O choque de realidade virá na sequência, quando descobrirmos a conta que teremos de pagar:

1. A dignidade e a civilização não se repõem com o passe de mágica da posse;

2. A conta deixada pelos quatro anos de barbárie societal, institucional;

3. A conta política firmada nos acordos do realismo político e que atende pelo mesmo nome de quem governa hoje: centrão.

2023 será o ano da total inadimplência. As contas do governo não fecharam, assim como as nossas.

E será igual a 2022?

Não necessariamente, ou melhor, não exatamente.

Além do óbvio, que é a luta e a resistência, ou em razão das duas coisas (somadas à expectativa e à esperança pelo final de 2022), nós teremos um ano terrivelmente batizado pela ansiedade.

É quase certo que, em 2022, a venda de ansiolíticos e bebidas alcoólicas irá aumentar exponencialmente.

Teremos muitas coisas: receio, apreensão, vontade (fator de ansiedade), antagonismo exacerbado, abusos e indignação, e desequilíbrios.

Ou seja, muitos outros gatilhos irão explodir o já farto crescimento da doença do milênio: ansiedade. O que não teremos é paz ou equilíbrio.

Esquecemos há algum tempo o que significa o "meio termo", e assim contaminamos continuamente o que é a ética.

Além de tudo, a ansiedade será voraz porque - salvo os ausentes da vida real -, em 2022, encontraremos nosso destino: seja ele qual for.

Frente a qualquer dos dois resultados possíveis - pactuação com o Fascismo (golpe ou reeleição) ou descarrego do Fascismo -, o desejo de acabar 2022 urgentemente já começou.

Como diz a música "Prepare o seu coração...pras coisas que eu vou contar...".

Essa é a canção do nosso ansioso destino, começar 2022 querendo que seja o seu final.

Não é à toa que muitos gostariam de dormir o ano inteiro, acordando com o choque de realidade de 2023.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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