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De todos os pecados mortais que ao longo dos anos vêm degradando a humanidade existe um que, há mais de dois mil anos, depois daquele infame beijo de Judas dado no rosto de Jesus Cristo, passou a encarnar a suprema mácula da indignidade de consciência: a traição motivada pelo dinheiro, pela ambição para chegar e manter-se no poder a qualquer custo. Se no dia a dia da vida comum os caminhos a serem percorridos nos impõem, eventualmente, tristes e inesquecíveis experiências no trato com pessoas, geralmente carregadas de rancor, ódio e traição, no mundo da politica partidária o beijo de Judas tornou-se prática corriqueira, com as devidas exceções. Afinal, não é justo colocar todo mundo no mesmo balaio de gatos.

 

Carlos Magno acreditou que poderia contribuir para mudar, com sua nobreza moral, esse rumo pervertido da política, que não é apenas local, mas nacional. Filiou-se a um partido, como manda a Lei, confiante de que teria seu nome homologado na convecção para disputar uma das vinte e uma vagas para a Assembleia Legislativa de Rondônia, nas eleições de outubro próximo. Imagino que ele tenha deixado a casa pronta para comemorar o triunfo com familiares, amigos, correligionários e simpatizantes. Avalio, porém, qual não deve ter sido a sua decepção e daqueles que o cercavam quando não ouviram seu nome entre os escolhidos. Para alguns, a ficha não caiu até agora. O que de fato aconteceu naquela convenção? Por que alguém com a experiência política de Carlos Magno simplesmente foi ignorado? Como justificar que uma pessoa que já foi prefeito, deputado federal e chefe da Casa Civil do estado de Rondônia, apontado com reais condições de ser eleito e ainda arrastar mais um colega, tenha sido deixado de lado, abandonado à própria sorte pelo partido? Essas e outras perguntas devem estar fervilhando em muitas cabeças.

 

Não existe, até onde se sabe, nenhum ineditismo no episódio envolvendo Carlos Magno. Então presidente da Câmara Municipal de Porto Velho, Maurício Carvalho, hoje, vice-prefeito da capital, nunca escondeu de ninguém seu desejo de ocupar uma cadeira na Assembleia Legislativa. Era um sonho que ele acalentava havia muito tempo. E foi para a convensão de seu partido, o PSDB, certo de que seria ungindo para disputar o pleito de 2018, mas o tiro saiu pela culatra. Maurício, claro, não conseguiu esconder a decepção, principalmente quando soube que entre os responsáveis pelo beijo pérfido estavam dois aliados de confiança, que consideraram sua presença uma ameaça, achando que ele tomaria o lugar de alguém na ALE-RO. Hoje, suspeita-se que, as duas figurinhas carimbadas que cravaram o punhal nas costas de Maurício, seriam as mesmas que ajudaram a preparar a cama de gato para Carlos Magno. 

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