Domingo, 23 de outubro de 2016 - 10h32
Especula-se que Temer tenha antecipado a volta da viagem ao Japão para ter uma conversa muito séria com o ministro da Justiça a respeito da inesperada e desastrosa prisão de Eduardo Cunha.
Daquelas que não se pode ter ao telefone.
Temer teria dito a Alexandre de Moraes que a delação premiada de Cunha, que virá mais cedo ou mais tarde, deve ser mantida em sigilo. Custe o que custar. Impedi-lo de falar não é mais possível, mas vazamentos não serão admitidos.
O recado ou a ordem foi transmitida por Moraes ao chefe da Polícia Federal em reunião da qual saiu falando à imprensa a respeito do episódio conhecido como “Spy vs. Spy”, só para despistar.
Calar Cunha: essa é a ordem do Planalto.
Temer começou a semana proclamando-se candidato a salvador da pátria e levando ao mundo a boa nova de que o Brasil “estava recomeçando”.
Mas termina escancarando a fragilidade do seu governo e lutando para salvá-lo e se salvar.
Esse é um governo que não resiste a uma delação premiada.
Temer tem o que temer.
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