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Silvio Santos

Samba no Mercado, a Treta e Carnaval fora de época


 Samba no Mercado, a Treta e Carnaval fora de época - Gente de Opinião

A agenda cultural deste final de semana, começa com o show Ernesto Melo e a Fina Flor do Samba que acontece nesta sexta feira 12 às 20 horas, no Mercado Cultural com entrada franca.

Samba no Mercado, a Treta e Carnaval fora de época - Gente de OpiniãoO apresentador Gominho, que já participou do reality show “A Fazenda” da TV Record, e atualmente está na Band atuando em programas que abordam a vida das celebridades, será a atração da festa “A Treta”, que vai acontecer amanhã sábado 13, a partir das 20 horas, na Dimple Dance. O DJ Tiago Araújo, do Rio de Janeiro, também animará o evento. A Treta é uma festa carioca alternativa mais seguida no Instagram. Esta é a segunda vez que o evento é realizado em Porto Velho, promovida pelo Ralphe Amorim.


Porto Folia

Também neste sábado 13, tem Carnaval Fora De Época. Trata-se da prévia Porto Folia, será às 20 horas, no Country Conveniência, na Pinheiro Machado, próximo ao Debate Bar. A atração é o Gabriel Parada. Haverá sorteio de abadás, camisetas. O Porto Folia mesmo, está agendado para o dia 23 de maio, na casa de shows Talismã, com as atrações Leo Santana e Tomate – ambos da Bahia; e MC G15.


Pegando o gancho da crônica do Altair dos Santos Lopes – Tatá - BAIRRO DO TRIÂNGULO - O renascer da fênix patrimonial...

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Vou lembrar alguns momentos da minha infância e adolescência, vivida por entre os trilhos da Madeira Mamoré, justamente no trecho entre a casa do seu Bananeira até o Triângulo – (Parte da linha férrea onde o trem fazia a “curva”).

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Minha família morou desde 1956, numa Vila de Casas que existiu na avenida Farquar entre a Sete de Setembro e a Travessa Renato Medeiros em frente a Feira Modelo (Hoje Mercado Central).

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Minha diversão era junto com os colegas da “feira”, amossegando trem. Quer dizer, quando o trem chegava com suas composições das viagens fosse de Guajará Mirim ou até mesmo o chamado “Trem da Feira” que trazia a produção dos agricultores do Teotônio para Porto Velho e, após descarregar, os vagões eram conduzidos pelas locomotivas para o pátio de estacionamento. Era aí que a gente entrava em ação amossegando o “trem”.

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Quantas vezes nos escondemos nos vagões e íamos até o Triângulo e de lá voltávamos a pé por entre os trilhos, encontrávamos com a turma do seu Alumínio (Geraldo Siqueira), Elizer, Clemente, Silva além do Souza filho do Moreira e o Babá que mais tarde se tornou meu parceiro na composição de alguns sambas, entre eles o “Ceará, Lendas e Crenças” - Ceará de Iracema e tinha o Nonato Papudinho. Ali perto onde existiu a casa que até bem pouco tempo, funcionou a sede dos moradores, morava minha tia Ercília e de vez em quando, íamos passar o dia em sua casa e então aproveitávamos para pescar mandi, barba chata e piramutaba.

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Minha ligação com a turma do Triângulo se completava com a frequencial de Paulo Macha, Miguel (O Guarda da EFMM), Zé Cardoso e o Gia fundadores da escola de samba O Triângulo Não Morreu no boteco da mamãe bebendo cachaça

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Depois já sempre frequentava as rodas de seresta e samba, junto com o Manga Rosa autor do samba “Triângulo”, e Jorge Andrade. Veja a breve história do samba “Triângulo”.

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O samba de autoria do Manga Rosa foi feito na residência da dona Abigail esposa do sertanista Francisco Meireles que ficava justamente no “pé” do Morro do Triângulo. A letra do samba que até hoje é sucesso nas rodas de samba em Porto Velho, exalta os boêmios que participavam das reuniões musicais na residência de Abigail. “O Black, Abigail, Chico Moreira, Manga Rosa, Nego Velho, Aldenor e Waldemar...”.

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Inclusive a Casa onde Manga Rosa fez o samba, ainda existe e bem poderia ser tombada como patrimônio histórico.

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Não quero lembrar das namoradas pra não dar confusão porém, o Triângulo foi berço de vários artistas. Nas artes plásticas o destaque vai para o Nonato, no samba como passista, cantor e compositor Babá, cantor Sabará.

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No futebol Elizer e seu irmão Silva pelo Botafogo e São Domingos. Porém o que mais marcou o Triângulo verdadeiro (a parte a margem dos trilhos), foi a Quadrilha “Flor do Maracujá” que tinha sede na residência do seu Joventino Ferreira. Foi em homenagem aquela quadrilha, que o governo estadual colocou o nome “Arraial Flor do Maracujá” no maior evento folclórico de Rondônia.

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Ainda no carnaval destacamos o Moraes tocador de clarim e o Armando Holanda mais conhecido como Periquito que criou o Bloco Infanto/Juvenil o Triângulo Não Morreu, em homenagem, a escola de samba que havia para de desfilar.

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Isso pra não entrar nas tradicionais famílias dos Barbadianos que fizeram do bairro suas pátrias. Parabéns ao Tatá pela belíssima Crônica.

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“O Triangulo não morreu e nem morrerá”. Esse era o refrão que os brincantes da escola de samba cantavam em seus desfiles.


BAIRRO DO TRIÂNGULO

O renascer da fênix patrimonial

Samba no Mercado, a Treta e Carnaval fora de época - Gente de Opinião

Por: Altair Santos (Tatá)

As letras e cantos baluartes da musicalidade do Bairro do Triângulo, com expressividade à memória e ao samba dos bambas do lugar, ecoaram poéticas, líricas e também travessas, irrequietas feito meninos, a correr serelepes nos barrancos entre as raízes dum hoje imaginário velho pé de mulungu beira rio e as canaranas que o vento fazia dançar e a dizer fundo no sentimento do seu povo. O Triângulo que “não morreu e que jamais morrerá” submergiu em muitas cheias e quase tomba noutras tantas tormentas, delas todas, porém, emergiu para a vida pela resistência.

No último sábado (06 de maio) o bairro mostrou lutar pela salvaguarda da sua memória e, sobretudo, por aquilo que Porto Velho não pode e não deve jamais prescindir, a sua história e o seu povo.

O velho Triângulo animado pelos seus filhos, fortes como trilhos, se encontrou com amigos e se reconciliou historicamente numa prosa cultural, tendo sobre si e a sua sorte futura, expondo a sua inesgotável sede de viver e igual vontade de se fazer perene, servível à consecução histórica da cidade. “Mais que uma fotografia na parede, mais que um balanço de rede, o Triângulo pra nossa vida é água que mata a sede.”

De peito aberto, sem acovardar-se o Triângulo recebeu e nadou águas bravias. Aguerrido suplantou outros tipos de destemperos e intempéries, a saber, das políticas às sociais, das naturais às artificiais, das civis às governamentais, sem jamais acuar-se ou arredar do seu justo e merecido papel: ser comunidade, viva e ativa, “ser pra cidade um pedaço de aço, feito no braço, ao sol ou mormaço, sem trégua ou cansaço...” Isso mesmo, o descanso do Triângulo sempre foi lutar por si, pelos seus e pela cidade.

Ali, os fatos dados e passados, revelam a indissociável, apaixonada e entranhada relação histórica com Porto Velho e seus idos. Ali não é mais um bairro, e sim, um espaço memorial a ser organizado, erigido e exibido com honras patrimoniais na prateleira da história local.

Não mais o Triângulo das coisas e modus vivendi de outrora, não mais, afinal muitos já se foram e outros muitos por distinção e alheios às suas vontades, tiveram de ir. Mas que renasçam aqui enlaçados, o velho e o novo e deles, um Triângulo com o inextinguível DNA da fênix patrimonial. E que viva o nosso amado bairro ileso e imune, da ceifa do impiedoso peso da desordem e da insensibilidade desenvolvimentista.

A depender dos seus, o triângulo renasce do silêncio que aturde e do barulho que confunde para cantar de si, para si, e para Porto Velho assim: “Triângulo teu passado e tua glória, tuas cabrochas, tua história, tudo isso há de ficar, teu nome não se apaga da memória, dos malandros que imploram, para o passado voltar...” Letra e música: João Henrique (Manga Rosa) que também foi morador do Triângulo.

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