Sexta-feira, 19 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Política - Nacional

PF e Justiça estão convencidos de ação da Polícia Legislativa contra a Lava Jato



Marcelo Brandão - Repórter da Agência Brasil

A Polícia Federal, o Ministério Público e a Justiça Federal estão convencidos que as varreduras de policiais legislativos nas casas de parlamentares  foram feitas para atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. Essa convicção vai de encontro à declaração do presidente do Senado, Renan Calheiros, que  afirmou que as atividades da Polícia Legislativa em varreduras de escutas ambientais “restringem-se à detecção de grampos ilegais, conforme previsto no regulamento interno”.

A investigação mostrou que as varreduras eletrônicas eram feitas em casas de parlamentares que haviam acabado de serem alvo de operações de busca e apreensão da Lava Jato. O apartamento do senador Collor, por exemplo, foi um dos revistados logo após a ida de agentes da PF ao local. “A intenção foi frustrar o trabalho que estava ocorrendo lá”, disse uma fonte à reportagem.

Além disso, a Polícia Federal (PF) descobriu que policiais legislativos foram mandados para o Maranhão para fazer uma varredura na casa do então genro do ex-senador Edison Lobão Filho. As provas juntadas nas investigações incluem documentos, passagens aéreas, registro de uso dos celulares dos acusados nos lugares de varredura, além de provas testemunhais.

Tanto o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, quanto o diretor-geral da PF, Leonardo Daiello, enfatizaram que a Operação Métis, que investiga as varreduras de policiais legislativos nas casas de parlamentares, está sendo realizada em parceria entre as polícias Federal e Legislativa. As investigações começaram após a denúncia de policiais legislativos que se recusaram a fazer as varreduras por considerarem ilegais e alertaram a força-tarefa da Lava Jato sobre o fato.

“Temos em nossa cultura que a parceria é o caminho. Não há disputa nenhuma nesse momento [entre as polícias]”, disse Daiello. Já o ministro Moraes enfatizou o combate a qualquer ação que vise obstruir a Lava Jato. “Toda tentativa de diminuir ou frustrar a operação é investigada”, falou.

Atuação fora dos limites é negada

O ministro da Justiça disse que a operação de busca e apreensão da Polícia Federal, que prendeu na manhã de hoje (21) policiais legislativos no Senado, não extrapolou sua competência e seguiu os trâmites legais necessários.

“Concordo que cada uma das instituições deve exercer estritamente suas atribuições constitucionais e legais. Por isso a PF realizou a sua operação com base em mandado de busca e apreensão e mandados judiciais de prisão para poder realizar o que realizou hoje”, disse o ministro, em Brasília.
Ele destacou que a investigação é contra a obstrução das investigações da Operação Lava Jato, e não acerca da varredura de escutas nas residências de parlamentares.

“O que foi investigado é o desvio de finalidade de quatro integrantes da polícia do Senado, que teriam utilizado as suas atribuições com finalidade ilícita, a obstrução da Lava Jato”, reforçou o diretor da PF, Leonardo Daiello.

Os parlamentares que tiveram imóveis vasculhados de forma irregular pela Polícia Legislativa foram a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), o senador Fernando Collor (PTC-AL) e o ex-senador Edison Lobão Filho. Além disso, o ex-presidente da República e ex-senador José Sarney também solicitou a varredura. As investigações descobriram que Sarney fez o pedido para o diretor da polícia do Senado, Pedro Ricardo Carvalho, preso hoje. Este, por sua vez, fez uma requisição aos seus subordinados, que cumpriram a ordem.

Operação Métis

A Polícia Federal esteve por cerca de três horas nas dependências da Polícia Legislativa, no subsolo do Senado, na manhã desta sexta-feira. Foram retiradas do local 10 malas de documentos e equipamentos eletrônicos para busca de escutas.

A denominada Operação Métis – que na mitologia grega representa a deusa da saúde, proteção, astúcia, prudência e virtudes - cumpriu ao todo nove mandados judiciais, sendo cinco de busca e apreensão e quatro de prisão temporária.

Além do diretor da polícia do Senado, foram presos os policiais legislativos Everton Taborda, Geraldo Cesar de Deus e Antonio Tavares. Todos foram encaminhados para a superintendência da PF em Brasília. Eles vão responder pelos crimes de associação criminosa, corrupção privilegiada e embaraço à investigação de infração penal. Somadas, as penas podem chegar a 14 anos de prisão, além de multa.

Gente de OpiniãoSexta-feira, 19 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

STF tem maioria para determinar recálculo de cadeiras na Câmara dos Deputados

STF tem maioria para determinar recálculo de cadeiras na Câmara dos Deputados

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou nesta sexta-feira (25) maioria de votos para determinar que a Câmara dos Deputados faça a redistribuição do

Governo Federal se compromete a incluir plano de carreira da ANM na LOA 2024

Governo Federal se compromete a incluir plano de carreira da ANM na LOA 2024

O Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (SInagências) conseguiu uma solução direta do governo após intensa articulaç

Deputado estadual Pedro Fernandes será o relator da CPI das Reservas em Rondônia

Deputado estadual Pedro Fernandes será o relator da CPI das Reservas em Rondônia

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Reservas foi instaurada em Rondônia para investigar possíveis irregularidades nos processos de criação

Ministro Paulo Pimenta trata sobre parceria entre Rede IFES de Comunicação Pública, Educativa e de Divulgação científica com a EBC e o Governo Federal

Ministro Paulo Pimenta trata sobre parceria entre Rede IFES de Comunicação Pública, Educativa e de Divulgação científica com a EBC e o Governo Federal

Na tarde dessa segunda-feira (06), o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (SECOM), Paulo Pimenta, esteve r

Gente de Opinião Sexta-feira, 19 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)