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Política - Nacional

ONU vê risco para UPP na ação de PMs que alteraram cena de crime em morro do Rio



Da Agência Brasil

O representante para América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos (ACNUDH), Amerigo Incalcaterra, disse ontem (2)  que atitudes como a dos policiais militares acusados de alterar a cena da morte de Eduardo Felipe Santos Victor, baleado no morro da  Providência, região central do Rio de Janeiro, colocam em sério risco o projeto das UPPs como um modelo de polícia comunitária.

Eduardo, de 17 anos, segundo as investigações, teria sido morto por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) daquele morro. “Insto as autoridades de segurança pública do estado para fazer uma profunda depuração nas UPPs, incluindo uma revisão dos processos de seleção e formação de seus membros”, disse o comissário da ONU.

Incalcaterra pediu que as autoridades trabalhem juntas para evitar novos abusos policiais: “É importante uma coordenação entre as áreas de segurança e de direitos humanos do Estado, visando a erradicar das polícias qualquer conduta contrária aos direitos humanos.”

Para a antropóloga da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) Alba Zaluar,  quem está na rua enfrentando traficantes armados, sob risco constante, deve ter um acompanhamento e ser devidamente tratado.

“O policial estressado não pode ficar na rua, porque não está em condições de reagir bem em situações de perigo. Se está estressado, vai reagir mal, vai matar um garoto. Quando eles vão para a ação, aparece uma série de problemas, como o estresse, a vontade de vingar a morte de um colega. Isso tudo requer uma educação constante”.

Segundo Alba Zaluar, deve-se examinar o que está sendo perdido na formação dos policiais e criar uma formação permanente, com palestras e rodas de conversas entre os policiais, onde eles podem dizer o que está atrapalhando a atuação em cada área de atuação.

“Tudo isso é muito importante no estresse, especialmente quando há um tiroteio, em que o policial quase morre ou perde um colega. Eles têm que ter cuidados. Tem que haver esse tipo de conversa entre eles, e com ajuda de psicólogos”, acrescenta Alba Zaluar.

Segundo a antropóloga, algo deve ser feito para “estancar” a acessibilidade e a facilidade com que as armas chegam às favelas. Para ela, a política de combate às drogas deve ser mudada, porque só trouxe desgraça para o Brasil, e “tem que parar de se apostar na repressão”.

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