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O sentido do advento em São Gregório de Nazianzo



São Gregório de Nazianzo(330-390), bispo, Padre da Igreja, viveu no século quarto. Foi amigo de São Basílio, o grande, e de seu irmão São Gregório de Nissa. Ele é considerado o bispo teólogo que elaborou diversos discursos teológicos em defesa da divindade do Verbo de Deus diante da heresias ariana e também defendeu a divindade do Espírito Santo diante dos pneumatômacos, negadores da divindade do Espírito. Ele coordenou praticamente o Concílio de Constantinopla em 381 que defendeu a divindade do Espírito de Deus. Ele colocou o sentido do advento para o seu povo servindo de iluminação também para todos nós. O advento é o tempo de preparação para a vinda de Jesus Cristo no meio de nós. Vejamos alguns pontos importantes para as nossas reflexões no tempo do advento.

1. A eternidade do Filho de Deus

Para ter presente a vinda do Verbo de Deus na carne, Gregório fala antes de sua condição divina. No discurso teológico de número 45, bastante extenso, coloca a eternidade do Filho de Deus, caracterizando-o como o invisível, o incompreensível, incorpóreo, assim como as Pessoas do Pai e do Espírito Santo. Ele afirma que o Filho de Deus é luz nascida da luz, fonte da vida e da imortalidade, na qual não há morte nele mas só a vida verdadeira. Sendo a Palavra e o pensamento do Pai vem ao encontro da sua criatura, o ser humano, (o homem e a mulher), para se fazer também humano, pessoa igual a nós em tudo, assumindo tudo o que é humano, menos o pecado. Ele foi concebido por uma Virgem, Maria, santificada no corpo e na alma por obra do Espírito Santo honrando desta forma a maternidade e a virgindade. Ele assumiu a humanidade na sua integridade sem jamais de ser Deus, unindo dessa forma duas realidades contrárias na única Pessoa dele: a carne, e o espírito.

2. O valor da encarnação 

Gregório ressalta a importância do advento como tempo de meditação sobre o mistério que celebraremos logo mais, o nascimento do Filho de Deus na realidade visível. Ao assumir a humanidade, enriqueceu os outros, e Ele mesmo tornou-se pobre. Aceitou a pobreza de nossa condição humana para que nós recebêssemos os tesouros de sua divindade. Ele sendo possuidor da plenitude, despojou-se de si mesmo, por algum tempo, para que o ser humano participasse de sua plenitude. Uma vez que o ser humano recebeu como graça a imagem divina em seu ser, não soube conservá-la porque pecou ao afastar-se de Deus. Dessa forma assumiu o Filho de Deus a encarnação para restaurar a perfeição dessa imagem no ser humano e dar-lhe a graça da imortalidade. 

3. Uma nova aliança

O Filho de Deus estabeleceu com a sua vinda uma aliança muito mais admirável que a primeira dando-lhes à condição mortal ao ser humano, o dom de não morrer mais, a imortalidade, condição própria dele. Ele deu a santidade ao homem mediante a humanidade assumida pelo Filho de Deus. Dessa forma meditamos no advento a sua chegada no meio de nós com alegria e com amor no coração. Ele deu para nós a liberdade que o tirano, Satanás, subjugava a toda a pessoa, reconduzindo-a à vida verdadeira em Deus. O Mediador, o Filho de Deus na carne, realizou esta obra redentora para a glória do Pai em unidade com o Espírito Santo. 

4. O Bom Pastor

A encarnação é exaltação de Jesus como o Pastor dos Pastores. Ele é o Bom Pastor que dá a vida pelas suas ovelhas, de modo que veio ao encontro da ovelha perdida, (o ser humano) e tendo-a encontrada, colocou-a sobre os seus ombros para reconduzi-la à vida definitiva, a eterna. 

5. O Precursor

No advento meditamos também a missão de João Batista, o Precursor.Ele veio preparar os caminhos do Senhor Jesus. São Gregório de Nazianzo falou dele como tênue lâmpada que iluminou as pessoas diante da luz verdadeira, Jesus Cristo. Após a sua luz, veio a Luz claríssima de Cristo. Veio depois da voz, (João Batista), a Palavra, do amigo do esposo, o Esposo, Jesus. O Messias, o Senhor Jesus Cristo veio depois daquele que preparou um povo perfeito, para que através da água purificadora, recebessem por meio de Jesus, o batismo no Espírito Santo. 

Conclusão

São Gregório de Nazianzo tem presentes nesse discurso teológico além de outros pontos, o advento, o tempo preparatório ao Natal, o nascimento de Jesus Cristo na realidade humana. É a vinda das vindas, a desejada pela humanidade inteira, a alegre notícia de Deus que vive a nossa realidade, igual em nós em tudo, menos o pecado. O Advento é um tempo especial, na qual queremos viver os valores da paz, do amor a Deus, ao próximo como a nós mesmos. Preparemo-nos bem para receber o Senhor Jesus em nossos corações, comunidades, pastorais, movimentos, paróquias, dioceses, sociedade, para que vivamos a alegria da presença do Salvador da humanidade e que é também o nosso Salvador, Jesus Cristo. 
 

Dom Vital Corbellini

Bispo de Marabá (PA)

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