Quarta-feira, 24 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Paulo Saldanha

O PODER DO M DA PALMA DA MÃO



Por Paulo Cordeiro Saldanha*

O M que lembra a palavra Mãe é o mesmo M que, conforme o Cantador nos ensina: é onde na palma de nossa mão principia o nome Maria.

M que se une a outro M, pelas palmas, sinalizando a alegria demonstrada, através dos aplausos com que reverenciamos um artista, um orador, um músico, enfim, a nossa concordância com o que ouvimos ou desfrutamos num instante de lazer.

O PODER DO M DA PALMA DA MÃO - Gente de OpiniãoBater palmas –união de emes— é o pedido de licença para ingressar num Lar, mediante a sonorização que ecoa num ambiente, às vezes de maneira repetida, pedindo a atenção de alguém que, animadamente, conversa distraída ao lado do fogão ou do computador.

Com a palma da mão fazemos um gesto de despedida, acenando, (o  lenço branco entrou em desuso), mas já saudoso pela partida.

Com a palma da mão, esfregamos uma à outra, desejando afastar-nos do frio, que nos chegou de mansinho, encontrando-nos desatentos na beira de um rio, num instante em que, apascanando, procurávamos levar para bem longe o estresse conseguido na cidade.

As nossas mãos se entrelaçam com outras mãos, num instante de apresentação a alguém, traduzindo esse gesto como boas vindas e calorosa acolhida.

É, ainda, com a mão que o bebê faz um convite, quase uma convocação, um pedido de atenção, ao unir os dedinhos implorando o cuidado da Mamãe.

Com o aperto de mão, firmamos um acordo, um contrato e selamos a paz com antigos adversários e inimigos.

Com as mãos e com os dedos, todavia, nos valemos da conquista material para contar o dinheiro que, tantas e tantas vezes vilipendia e materializa os sentimentos humanos., mas que compra o remédio que salva, o alimento que nutre, a roupa que veste e o cobertor que aquece.

Com os dedos –prolongamento de nossas mãos– tocamos o piano, violão, pandeiro ou dedilhamos o saxafone e, assim, erguendo uma sinfonia a Deus, por conta da  herança divina, expandimos a nossa arte, apresentando uma melodia através do violino ou do acordeon. Com a mão, o Maestro segura a batuta e conduz a Orquestra ou a Sinfônica.

A palma de nossa mão, segundo os professadores da quiromancia, também conhecida comoquirologia é, por essa vertente do conhecimento humano, um intrumento usado como uma forma de revelação de um Ser, na sua indumentária psicológica, como expressão de caráter, personalidade e auto-conhecimento, na direção da descoberta de nossa própria identidade, de nossos talentos, até porque desemboca,  ainda, no questionamento do que nos reserva o futuro.

Nesse rumo, as linhas da palma de nossas mãos, notadamente no Oriente, onde sábios e profissionais das ciências médicas se valem delas como instrumento para diagnósticos e cura, já que as associam a alguns dos sistemas do corpo humano: cabeça e coração, oferecendo ainda desdobramentos na vertente da vida e do destino.

Com a palma das mãos bem juntas, de forma contrita erguemos a nossa prece a Deus e ao Cristo, Nosso Senhor, pedindo as bênçãos que aspiramos, desejando que elas se possam espraiar em profusão. São palmas de mãos que rezam implorando a ajuda, proteção e o apoio do Criador.

 Com a palma das mãos enxugamos as nossas lágrimas, se de alegria, se de tristezas e, com as mãos levantadas em diagonal, de forma comovente, abençoamos nossos filhos e afilhados.

Mãos que curam, mediante a imposição delas sobre o lugar do corpo doente, numa transferência muda, mas eficaz dos poderes concedidos para alguns predestinados. Mãos que fazem uma espécie de concha e acariciam o pequeno pássaro que bateu na vidraça e depende de um socorro para recuperar-se.

Mãos, que saciam a sede do irmão despossuído, que chega desesperado, pedindo agua e pão a uma família que se comove com o sofrimento e se compraz com a obrigação de ajudar, minorando, destarte, o sofrimento alheio.

Com a nossa, recolhemos a da mulher, musa inspiradora, ou a da veneranda Mãe ou Avó e, respeitosamente beijamos o dorso das suas abençoadas mãos negras, morenas, brancas ou da raça amarela, como demonstração eloquente e serena do nosso devotado amor.

Mãos que colocam a aliança como símbolo da união, respeito e fidelidade, na celebração de um casamento; mãos que empunham a arma na defesa das liberdades e da vida; mãos que ostentam uma caneta e que assinam atos dirigidos à afirmação cidadã, sem máscaras, sem subterfúgios, mãos que seguram a Bíblia e apontam na direção do que é virtuoso e justo.

Mãos, enfim, que eu quero beijar, abençoar e ser abençoado!

 *Membro Fundador da Academia Guajaramirense de Letras-AGL e Membro Efetivo da Academia de Letras de Rondônia-ACLER.

 

Gente de Opinião Gente de Opinião

Fonte: Paulo Cordeiro Saldanha
*Membro Fundador da Academia Guajaramirense de Letras-AGL e Membro Efetivo da Academia de Letras de Rondônia-ACLER.
AMAZÔNIAS
/ RondôniaINCA / OpiniaoTV / Eventos
Energia & Meio Ambiente
/ YouTube / Turismo / Imagens da História

 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoQuarta-feira, 24 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Crônicas Guajaramirenses - As águas negras e as águas barrentas

Crônicas Guajaramirenses - As águas negras e as águas barrentas

Sempre me comovo ao observar o encontro das águas, que, no caso rondoniense, são os beijos gelados entre os rios Guaporé e Mamoré e deste com o rio

Crônicas Guajaramirenses - Fogo, Fogão, Foguinho de Palha

Crônicas Guajaramirenses - Fogo, Fogão, Foguinho de Palha

Aprendi que a expressão Fogo de Palha é traduzida como alguma coisa que tem um começo retumbante, expressivo, contundente, mas que, com o passar do

Crônicas Guajaramirenses - A ONU serve pra quê?

Crônicas Guajaramirenses - A ONU serve pra quê?

Fui consultar e vi que “A ONU (Organização das Nações Unidas) é uma organização intergovernamental que tem como principais objetivos a manutenção da

O meu amigo João Miguel de Araújo Lima

O meu amigo João Miguel de Araújo Lima

O meu amigo João Miguel de Araújo Lima também viajou no dia 02 de outubro passado; virou um espírito afortunado em função das bênçãos que amealhou c

Gente de Opinião Quarta-feira, 24 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)