Sexta-feira, 29 de março de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Economia - Nacional

O Brasil está quebrado? Veja quatro gráficos que respondem essa pergunta


 O Brasil está quebrado? Veja quatro gráficos que respondem essa pergunta - Gente de Opinião

A economia exibe uma sutil recuperação, amparada pelo consumo das famílias. E os indicadores de risco-país melhoraram bastante, graças à percepção de que o presidente Michel Temer ganhou força após as novas revelações do caso JBS – Temer fortalecido, para o mercado financeiro, significa uma chance maior de reformas que ajudem as contas públicas, em especial a da Previdência.

Mas, por mais que os investidores pareçam felizes (ou queiram estar assim), a situação das finanças do governo não melhorou em nada. Os gráficos abaixo mostram por quê.

O primeiro deles é o do resultado primário do governo federal, isto é, a diferença entre o que ele arrecadou e todas as despesas não financeiras, como Previdência, salários, manutenção da máquina pública, investimentos e outros.

BANCARROTA BRASILEIRA: Se o país fosse uma empresa, estaria falido

Até 2013, essa diferença era positiva, o que significa que o país fazia superávit primário. Esse excedente era usado para pagar os juros da dívida pública. Nos últimos anos, no entanto, as receitas do governo não cobrem nem suas despesas básicas.

No acumulado dos últimos 12 meses, o saldo ficou negativo em R$ 181 bilhões, o equivalente a 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro:

Resultado primário do governo federal

em % do PIB*

Gente de Opinião

*Diferença entre as receitas do governo e as despesas primárias (gastos não relacionados à dívida)

Ao registrar déficit primário, o país precisa emitir títulos públicos – ou seja, pegar novos empréstimos – para pagar os juros das dívidas existentes. E que juros.

Embora o custo da dívida pública tenha diminuído um pouco do ano passado para cá, por causa da queda da taxa Selic e da inflação, o Brasil gastou nada menos que R$ 374 bilhões nos últimos 12 meses com os juros da dívida. Ou quase 6% de todas as riquezas geradas pelo país ao longo de um ano.

Juros nominais pagos pelo governo federal

em % do PIB

Gente de Opinião

Esse dinheiro todo, no entanto, não está saindo dos impostos pagos pelos contribuintes. E sim de mais endividamento, afinal, quando não há superávit primário, toda a conta de juros é paga com a emissão de mais títulos públicos.

É claro que isso tudo faz a dívida crescer muito mais rápido. Uma medida do descontrole é o chamado resultado nominal, que reflete a diferença entre todas as receitas e todas as despesas do governo, nesse caso incluindo o custo do endividamento. No acumulado dos últimos 12 meses, essa conta resultou num saldo negativo de R$ 556 bilhões, um “cheque especial” do tamanho de 8,7% do PIB nacional:

Resultado nominal do governo federal

em % do PIB**

Gente de Opinião

**Diferença entre as receitas do governo e todas as despesas, incluindo gastos relacionados à dívida

Se o país não economiza nada para pagar os juros da dívida; se os juros da dívida são gigantescos; se essa combinação provoca um resultado nominal igualmente assustador... a dívida pública só poderia explodir.

Em dezembro de 2010, pouco antes de Dilma Rousseff assumir a presidência, a dívida equivalia a pouco menos de 52% do PIB brasileiro. Hoje, após três anos de recessão – que fizeram o PIB encolher – e com a dívida passando de R$ 4,7 trilhões, essa relação é de quase 74%, e segue crescendo rapidamente. A Instituição Fiscal Independente (IFI), ligada ao Senado, calcula que ela vai beirar 80% do PIB no ano que vem e ultrapassar 90% em 2022, chegando ao pico de 93,3% em 2024.

Dívida bruta do governo federal

em % do PIB

Gente de Opinião

Gente de OpiniãoSexta-feira, 29 de março de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Programa Social: Novo Bolsa Família cumprirá teto de gastos, diz ministro da Cidadania

Programa Social: Novo Bolsa Família cumprirá teto de gastos, diz ministro da Cidadania

O programa social que pretende substituir o Bolsa Família terá o maior valor possível para o benefício dentro do teto de gastos, disse hoje (9) o mi

Banco do Brasil lança dois programas de desligamento incentivado

Banco do Brasil lança dois programas de desligamento incentivado

O Banco do Brasil (BB) anunciou nesta segunda-feira (11) dois programas de desligamento incentivado. A expectativa é que a adesão chegue a 5 mil fun

Entre vinhos e lagostas Lewandowski instaura o caos + Não há empregos sem empresas

Entre vinhos e lagostas Lewandowski instaura o caos + Não há empregos sem empresas

Não há empregos sem empresasEm 1985, a inflação no Brasil atingiu o valor de 242,23%. Em 1986, com receio da aceleração descontrolada da inflação, o g

MEI: Quem terá direito ao vale de R$600 e como pedir? + COVID19 no Brasil: cuidados

MEI: Quem terá direito ao vale de R$600 e como pedir? + COVID19 no Brasil: cuidados

COVID19 no Brasil: cuidadosNa tentativa de conter a disseminação do novo Coronavírus (COVID19), diversos países do mundo reforçaram suas medidas de is

Gente de Opinião Sexta-feira, 29 de março de 2024 | Porto Velho (RO)