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Política - Nacional

Novo indicador Ipea mostra inflação mais alta para pobres nos últimos 11 anos



Nos últimos 11 anos (de julho de 2006 a outubro de 2017), a inflação dos mais pobres apresentou uma variação de 102,2%, bastante superior à observada na faixa das famílias de renda mais alta, de 86,3%. Este ano, no entanto, devido à deflação dos alimentos, a inflação dos mais pobres foi menor. Nos últimos 12 meses, encerrados em setembro, a inflação das famílias de renda mais baixa foi de 2%, bem abaixo dos 3,5% do segmento mais rico.

É o que mostra o novo Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, que mede a inflação em seis faixas de rendimento e será divulgado mensalmente. O indicador foi lançado nesta quinta-feira, dia 16, na unidade do Ipea no Rio de Janeiro, junto com a Seção de Inflação da Carta de Conjuntura.

Nos últimos 12 meses, encerrados em outubro, a inflação das famílias pertencentes à primeira faixa foi de 2,0%, situando-se abaixo da registrada pelo segmento mais rico (3,5%).

"O Indicador permite identificar as diferenças no comportamento do custo de vida de famílias com rendas distintas, que podem ser bastante significativas em determinados períodos, o que possibilita medir índices de preços mais precisos. Com isso, o Ipea passa a fornecer índices de preços úteis quando o objetivo é deflacionar renda ou despesas de classes sociais específicas", explicou José Ronaldo de Castro Souza Jr., diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas.

O novo indicador do Ipea complementa outros Índices de Preços ao Consumidor (IPC), porque abrange toda a população de forma segmentada. O material está publicado no Portal Ipea e no blog da Carta de Conjuntura.

O que pesa na cesta das famílias de maior e menor renda
A Nota Técnica Inflação por Faixa de Renda mostra, a partir dos dados da POF de 2008/2009, que as famílias de renda mais baixa gastam em alimentação 2,5 vezes mais que as de renda mais alta (23% contra 9%). Outros itens também têm gastos mais expressivos na primeira faixa que na última, como aluguel (8,5% contra 5,5%) e transporte público (8,4% contra 1,7%). Do outro lado, os mais riscos gastam mais em educação (10,3% contra 2,2%), serviços de saúde (6,8% contra 1,4%) e despesas pessoais (5,4% contra 1,6%).

Recentemente, a forte desaceleração dos preços dos alimentos tem impactado mais positivamente, portanto, na inflação das famílias de renda mais baixa. Já o recuo moderado dos preços dos serviços afeta mais as famílias de maior poder aquisitivo.

Nos últimos 11 anos, as maiores taxas de crescimento de preços se referem à alimentação, como carnes (199%), aves e ovos (126%), cereais (109%) e leites e derivados (107%). Já as menores taxas de inflação neste período foram com itens que não impactam tanto nas famílias menos favorecidas, como os aparelhos de TV, som, informática (-40%), eletrodomésticos e equipamentos (18,5%) e veículo próprio (17%).

Conjuntura projeta inflação mais alta em 2018, mas abaixo da meta
"Ao longo do próximo ano, deverá haver uma gradual elevação da inflação, sem, entretanto, gerar riscos significativos à estabilidade monetária", segundo a Seção de Inflação da Carta de Conjuntura do Ipea nº 37, também lançada nesta quinta-feira (16/11).

A forte deflação dos alimentos não deverá se repetir no próximo ano. As perspectivas são de uma reversão da queda dos preços dos alimentos, em parte, em função da perspectiva de redução da safra de grãos para o ano que vem.

Contudo, a melhora dos fundamentos macroeconômicos, a elevada ociosidade da capacidade produtiva e a lenta recuperação do mercado de trabalho devem manter a inflação abaixo da meta de 4,5% em 2018.

Alguns fatores, entretanto, podem dificultar a consolidação desse cenário benigno, segundo os técnicos. O primeiro está relacionado ao desdobramento do ambiente de incerteza política, que será influenciado pelo debate eleitoral do ano que vem – com possíveis impactos sobre o nível de risco-país e sobre a taxa de câmbio. O segundo é que uma eventual mudança no cenário externo, atualmente favorável, também poderia gerar um aumento da aversão ao risco e, consequentemente, uma depreciação cambial, afetando a dinâmica dos preços livres. Por fim, a redução da safra esperada para 2018 pode implicar em incrementos adicionais à taxa de inflação.

Fonte: IPEA

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