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Gente de Opinião

Matias Mendes

LIBERTAÇÃO PERIGOSA: O Truculento Chefe de Quadrilha


                   Por MATIAS MENDES
 

                A libertação de Roberto Sobrinho (Vídeo AQUI) e seu comparsa na prática de crime de organização de quadrilha, conquanto dentro das regras legais, sinaliza exatamente que todos os esforços do Ministério Público no sentido de investigar os criminosos e detê-los pode resultar em fracasso jurídico. Livre e solto, Roberto Sobrinho, muito rico e sabidamente truculento, tem todos os meios para atrapalhar as investigações, suprimir eventuais provas e atemorizar testemunhas.

                Roberto Sobrinho não é um escroque inofensivo. Quando titular da Prefeitura Municipal de Porto Velho, ele protagonizou por mais de uma vez cenas de violência, inclusive com agressão a jornalistas. Com o farto noticiário a respeito de suas falcatruas sendo estampado em diversos órgãos da Imprensa, é muito provável que o perigoso peculatário sairá à caça de jornalistas para agredir, com sérios riscos de que ele venha a assassinar alguém ou mesmo ser morto por algum jornalista que não siga o padrão da passividade da categoria. Deixar Roberto Sobrinho solto nas ruas de Porto Velho é uma temeridade que não foi bem avaliada no julgamento do habeas corpus que lhe concedeu a liberdade. Com muitos recursos financeiros disponíveis, acuado pelas acusações do Ministério Público, chefe de quadrilha poderosa, Roberto Sobrinho representa de fato um real perigo para a sociedade, ele não é apenas um simples criminoso do colarinho branco, é um gângster que a qualquer momento pode agredir alguém, isto sem falar dos riscos de ele ser assassinado pela própria quadrilha que comanda como queima de arquivo.

                Nunca é demais lembrar que o chefe da quadrilha petista de Porto Velho é dono de fabulosa fortuna, tem meios financeiros para mandar fazer o que bem entender com os seus eventuais desafetos. Pessoalmente, eu lamento muito não estar permanecendo em Porto Velho, gostaria imensamente de ser alvo de um dos seus ataques de fúria contra jornalistas, pois ele aprenderia em poucos segundos a não brincar com o perigo, seria exemplarmente retalhado como um porco com toda a sua fortuna e sua arrogância de peculatário rebelde.

                Mas não se pode esquecer que eu não sou o único que não admite ser agredido por salafrários, há outros homens no mundo da imprensa bem mais temperamentais que eu. Libertar Roberto Sobrinho pode haver sido um equívoco judiciário que pode muito bem redundar em tragédia, pois não restam mais dúvidas da sua periculosidade, trata-se de malfeitor sabidamente agressivo. Ademais, a exemplo de Válter Araújo Tocaia Grande, com a fortuna que ele tem escondida, muito provavelmente ele vai simplesmente desaparecer, tomar chá de sumiço e nunca mais a Justiça poderá alcançá-lo, aspectos que não foram devidamente considerados no ato da sua libertação precipitada.

                De qualquer modo, as duas operações que desbarataram a quadrilha petista de Porto Velho serviram para sinalizar a espinhosa batalha jurídica que será travada para mandar o capo da máfia de Porto Velho para o presídio. Com a fortuna que surrupiou dos cofres públicos, certamente Roberto Sobrinho pode contratar as melhores bancas de advocacia para garantir a sua impunidade. Muito provavelmente os integrantes da raia miúda da quadrilha que ele chefia serão condenados a cumprir as penas pelos delitos que ele cometeu. Ao final de tudo, ele poderá ser condenado apenas como simples ladrão, pagará  apenas algumas cestas básicas e seus numerosos delitos serão simplesmente esquecidos, relativizados como crimes de baixo potencial ofensivo, malbaratando os ingentes esforços do Ministério Público para punir os atos de corrupção no Estado de Rondônia. Talvez até ele ainda consiga disputar as eleições do ano que vem e conseguir abrigar-se sob o manto protetor da imunidade parlamentar, caso não seja abatido antes por alguém que ele ataque...

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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