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Hidrelétrica Santo Antônio – Uma luz sobre o desenvolvimento do Acre


Já estão prontas e finalizando a fase de testes as seis turbinas para abastecimento energético exclusivo dos estados do Acre e Rondônia, prometidas, no último mês de maio, para este mês de agosto, pelo diretor de operações da Hidrelétrica Santo Antônio Energia, Dimas Maintinguer, em visita à FIEAC. No entanto, para entrar em funcionamento, a empresa aguarda autorização do Ibama para elevar em 80 centímetros o nível da cota de reservatório. Segundo ele, já foram realizadas duas audiências públicas, nos dias 12 e 13 de agosto, em Jaci Paraná e em Porto Velho, e, agora, a instituição tem até 15 dias para se manifestar.

Na última sexta-feira, 19 de agosto, um grupo formado por empresários e diretores da FIEAC – liderados pelo presidente José Adriano Ribeiro; a presidente do Crea, Carminda Pinheiro; o secretário de Indústria, Sibá Machado; e o presidente do Centro de Excelência de Energia da Ufac, Djamil de Holanda Barbosa, visitou a Hidrelétrica Santo Antônio, que fica localizada a 7 quilômetros de Porto Velho (RO), conhecendo de perto as instalações, o processo de geração e fornecimento de energia, bem como as novas máquinas exclusivas para o abastecimento dos dois estados. Eles foram recebidos por Maitinguer e acompanhados pelo assessor de comunicação corporativa, Maurício Vasconcelos.

“A única pendência são as unidades de conservação. Nós temos uma unidade de conservação federal e três estaduais. A federal está sendo resolvida pelo Ministério de Minas e Energia, através de uma medida provisória. E, para as três vinculadas ao estado de Rondônia, existe um projeto tramitando na Assembleia Legislativa para que obtenhamos essa aprovação. Fechando esse processo, não tem por que o Ibama não nos conceder essa autorização”, justificou o diretor. “No nosso cronograma, já era para essas duas máquinas estarem funcionando desde agosto. Isso é muito importante para atrair investimentos para os setores de indústria e comércio”.

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Segundo dados da empresa, a Hidrelétrica Santo Antônio Energia é a terceira maior geradora hídrica do país

Segundo dados da empresa, a Hidrelétrica Santo Antônio Energia é a terceira maior geradora hídrica do país, com 44 turbinas em operação comercial atualmente. Possui potência instalada de aproximadamente 3,1 mil megawatts, e a previsão é de que a geração plena ocorra até novembro deste ano, com as 50 turbinas em funcionamento, que totalizarão 3,5 mil megawatts – que seriam suficientes para atender 45 milhões de pessoas.

A energia produzida parte de Porto Velho e percorre cerca de 2,4 mil quilômetros por meio do “Linhão do Madeira” até a cidade de Araraquara (SP). De lá, a energia é distribuída para diversos estados brasileiros, incluindo Rondônia, por meio do Sistema Interligado Nacional (SIN). “Esta visita, sem dúvida, serviu para traçarmos estratégias políticas para agilizar os protocolos de liberação das licenças ambientais que a UHE está esperando e nos deu uma dimensão de quanto a engenharia está presente no empreendimento, local muito oportuno para estudantes e novos engenheiros, nas diversas áreas de atuações, realizarem visitas técnicas para expandir seus conhecimentos”, destacou Carminda Pinheiro, presidente do Crea.

SEGURANÇA ENERGÉTICA

As seis últimas turbinas que estão aguardando autorização para funcionamento terão capacidade para gerar cerca de 420 megawatts exclusivamente para Rondônia e Acre, por meio de uma linha específica de transmissão. Na visão do secretário Sibá Machado, se faz necessária uma força política para acelerar o processo de autorização de funcionamento das máquinas. “A usina está cumprindo à risca todos os prazos e obrigações, mas a gente sabe que o órgão que autoriza precisa de uma certa pressão. Então, aqui, entra o papel do governo – especialmente do governo do Acre, que é o grande interessado em receber esses 400 megawatts de energia livres. Isso é muito importante para o nosso desenvolvimento”, frisa.

Conforme análise do presidente do Centro de Excelência de Energia da Ufac, Djamil Barbosa, com a visita, o grupo teve a oportunidade de constatar que as hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau têm, sim, efetiva contribuição de energia para o sistema Acre/Rondônia. “O Acre não terá problema com a geração de energia no rio Madeira nem com a transmissão daqui de Rondônia para lá. O que tem que se pensar, agora, é a distribuição dessa energia, que é uma responsabilidade mais local do que geral. Alegar que o Acre não pode crescer por falta de energia e de geração é impossível, pois as usinas estão aptas a fornecer e estão fornecendo, bem como transmitindo. O que deve ser feito, agora, é um investimento maior na distribuição por parte da empresa local responsável”, constata.

O presidente da FIEAC, José Adriano Ribeiro, receia, no entanto, que caso o Brasil volte a crescer e demandar consumo de energia antes da autorização do funcionamento das seis turbinas, o Acre pode continuar em uma situação extremamente delicada. “Com a demora da licença ambiental e o período de estiagem do rio Madeira, se o restante do país voltar a consumir muita energia – do ponto-de-vista prático – continuaremos no mesmo impasse. Para atrair investimentos para qualquer lugar, principalmente para o Acre, hoje, precisamos ter segurança energética”, conclui.

Fonte: Fieac

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