Quarta-feira, 17 de maio de 2017 - 15h22
Belo Monte, Santo Antônio e Jirau
estão nos planos, diz ministro
Bruno Rosa e Ramona Ordoñez
O governo federal planeja a venda de sua parte na usina de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará. Ao participar do seminário "E agora, Brasil?", promovido pelo jornal O GLOBO, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, disse que também está em discussão a venda das fatias nas usinas de Jirau e Santo Antônio, ambas no Rio Madeira, em Rondônia.
- Se você perguntar se vou vender Belo Monte, eu digo que é possível. Sobre a venda de participação, Belo Monte, assim como Santo Antônio e Jirau, é mais viável para a Eletrobras - destacou o ministro.
Na usina de Belo Monte, o grupo Eletrobras, por meio de suas subsidiárias Chesf e Eletronorte, tem participação de 49,98%. Os fundos de pensão Petros, da Petrobras, e Funcef, da Caixa, têm 10% cada. O restante das ações é dividido entre Neoenergia, Cemig e Vale, entre outros. Todos esses acionistas estão reunidos na empresa chamada Norte Energia. A construção do empreendimento é alvo das investigações da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal.
Em fevereiro, parte dos acionistas da Norte Energia já havia contratado o Bradesco BBI para buscar potenciais investidores no Brasil e no exterior. A operação também contará com um banco internacional para tocar as negociações de venda. A usina é a terceira maior hidrelétrica do mundo, atrás apenas da chinesa Três Gargantas e de Itaipu Binacional.
Ontem, o ministro Coelho Filho disse ainda que o governo também vai avaliar a venda de sua parte na usina de Santo Antônio, detida através de Furnas, uma das empresas do grupo. Além de Furnas, Odebrecht, Andrade Gutierrez e Cemig controlam a usina.
- Santo Antônio tem um tag along (direito dos sócios minoritários a receberem as mesmas condições do controlador em caso de venda da empresa) que está sendo negociado pelo controlador. Se for interessante, a gente pode exercer ou não a nossa opção de fazer ou não a venda - disse o ministro.
INICIATIVA PRIVADA NA ELETRONUCLEAR
O governo federal pretende também chamar a iniciativa privada para, em associação com a Eletronuclear, a estatal responsável pela operação de usinas nucleares no Brasil, concluir as obras da usina nuclear de Angra 3, que estão paradas desde setembro de 2015 por estarem envolvidas pela Operação Lava-Jato.
O ministro explicou que deverá ser encaminhada proposta, para a reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) que será realizada em junho próximo, de criação de uma SPE (Sociedade de Propósito Específico, que seria formada com a participação da Eletronuclear e a iniciativa privada).
O ministro explicou que já foram gastos cerca de R$ 9 bilhões na construção de Angra 3, e que valor semelhante será necessário para sua conclusão.
- O nosso governo não tem tempo suficiente para endereçar a questão da expansão da energia nuclear no Brasil. Mas queremos deixar a solução encaminhada. O governo não tem recursos, e a Eletrobras não dispõe. Então vai para o CNPE em junho uma proposta de criar uma SPE na qual o setor privado viria fazer o investimento, mas a operação ficaria a cargo da Eletronuclear - destacou o ministro.
Segundo a autoridade, a ideia na associação é a iniciativa privada ser o investidor, mas a operação da usina seria da Eletrobras, que detém o monopólio do setor nuclear.
- A solução permitirá a retomada das obras possivelmente no final deste ano ou no início do ano que vem - destacou o ministro.
Fonte: O Globo
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