Quinta-feira, 29 de setembro de 2016 - 05h08
Ainda não foi desta vez que houve consenso para dar um fim à greve
nacional dos bancários 2016 que, nesta quarta-feira, chegou ao seu 23º
dia e se tornou, assim, uma das maiores dos últimos 20 anos, perdendo
- em tempo de duração - apenas para a greve de 2004, que chegou a 30
dias.
Na décima rodada de negociação realizada com o Comando Nacional dos
Bancários ontem, quarta-feira, 28/9, em São Paulo, a Fenaban propôs um
acordo para dois anos, com reajuste de 7% e abono de R$ 3.500 em 2016,
e inflação mais 0,5% de aumento de real em 2017. Os vales e auxílios
seriam corrigidos pelos mesmos índices.
O Comando Nacional (integrado pela Contraf-CUT, Federações e
Sindicatos) rejeitou a proposta na própria mesa de negociação e
orienta, a partir de agora, que os sindicatos realizem assembleias na
segunda-feira, 3 de outubro. Até lá, a greve continua.
“Novamente esbarramos com essa postura implacável dos bancos em
querer, a todo custo, rebaixar os salários e trazer perdas para os
trabalhadores. Essa proposta, para este ano, sequer contempla a
inflação do período, e significaria perda de 2,62%, e, com isso, o
bancário tem o seu poder de compra totalmente comprometido. Mesmo com
o 0,5% de aumento real em 2017 entraríamos em 2018 com uma perda de
2,12%, mais a inflação. Não dá para admitir essa política de
desvalorização, pois é de conhecimento público que os bancos tem como
oferecer índices melhores e atender a todas as reivindicações da nossa
pauta. Somente os cinco maiores bancos do país lucraram, no primeiro
semestre deste ano, quase R$ 30 bilhões, então não existe
justificativa plausível para querer rebaixar os salários da
categoria”, menciona José Pinheiro, presidente do Sindicato dos
Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO),
que acrescenta que os bancários continuam esperando uma proposta
decente para acabar com a greve que já é histórica e gera transtornos
para toda a sociedade “A greve é culpa dos bancos e só depende dos
bancos o fim desta greve”.
Os bancários lutam por aumento real de salário e as reivindicações por
emprego, mais saúde e melhores condições de trabalho, mais segurança e
igualdade de oportunidades.
FONTE: RONDINELI GONZALEZ - SEEB/RO
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