Foi com surpresa que li o rilise da Secom informando que o DER irá iniciar a construção de uma estrada entre a sede do distrito de São Carlos e a Estação Ecológica Cuniã, ambas no baixo rio Madeira. Já existe uma estrada precária, de 14 quilômetros, que funciona na época do verão amazônico, mas que só é possível trafegar a pé, de moto ou em um mini trator. Na época do inverno o acesso aos lagos que formam a Esec é só possível por embarcações.
Acompanho a história do Cuniã desde a primeira vez que estive lá, por volta de 1988. Na época o Ibama criou uma unidade de conservação do tipo “Reserva Biológica” para proteger a região, que abrange uma área de 189.661 hectares, nos limites dos municípios de Porto Velho (RO) e Canutama (AM). Neste tipo de reserva, não é permitida a presença de pessoas. Esta foi uma das primeira brigas do então governador Jerônimo Santana com o governo federal, pois seria preciso a retirada das dezenas de pessoas, descendentes dos seringueiros que chegaram ao local em fins do século 19.
O conjunto dos lagos é um criadouro natural do pirarucu, jacarés, piranhas e de uma beleza impar. Por isso estranhei a notícia da estrada, mesmo reconhecendo a importância dela para os ribeirinhos. Prevejo problemas ambientais em futuro próximo, iguais àqueles enfrentados para a conclusão do espaço alternativo em Porto Velho. Se o espaço alternativo estava sendo construído em uma área já antropizada, ‘antroqueimada’, ‘antrobagunçada’ e apareceu um monte de empencilho, imagine numa unidade de conservação!!!
Anotem aí. Vai dar *erda.