Sexta-feira, 19 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Energia e Meio Ambiente - Internacional - Gente de Opinião
Energia e Meio Ambiente - Internacional

Economia do horário de verão pode ser menor que o estimado



PSR questiona cálculos do governo em função da alteração no padrão de consumo que passou a demanda máxima para o período entre 14 e 16 horas

Mauricio Godoi, da Agência CanalEnergia

As estimativas apontadas pelo governo federal em termos de ganhos que o horário de verão proporciona ao país podem estar baseadas em premissas ultrapassadas. Quem alerta é a consultoria PSR que questiona os R$ 7 bilhões de custos evitados em investimentos no sistema elétrico para atender a uma demanda adicional prevista de 2.610 MW, além da redução média de 4,5% na demanda por energia no horário de maior consumo e de 0,5%de economia absoluta. O principal motivo está na mudança do padrão de consumo que se deslocou para o início da tarde.
A PSR destacou em seu informativo mensal Energy Report que não é contra o horário de verão, "porém somos contra qualquer afirmação quantitativa que não esteja respaldada por um sólido estudo que lhe dê credibilidade". E nesse sentido é que indica que os números apresentados podem estar defasados diante da realidade.
“Não sabemos como foram feitas essas estimativas, porém há indicações de que elas são baseadas em premissas ultrapassadas, e de que o horário de verão possivelmente poupa bem menos energia do que o apregoado, se é que chega a poupar alguma energia”, afirmou a consultoria em relatório obtido pela Agência CanalEnergia.
O motivo que levou ao questionamento é que o Operador Nacional do Sistema Elétrico aponta que o horário se justifica principalmente pela mudança do horário de pico de consumo, que normalmente ocorre das 18h às 21h. Com a alteração do horário a meta é a redução da demanda máxima no Sistema Interligado Nacional no período de ponta. Esse deslocamento do horário deixaria de coincidir o acionamento da iluminação com o consumo do comércio e da indústria, que se reduz após às 18 horas.
Contudo, lembra a PSR, esse padrão se alterou ao longo do tempo e atualmente o pico de consumo não ocorre mais no início da noite e sim entre 14 e 16 horas. Tanto que a maior demanda histórica no SIN foi verificada em 5 de fevereiro de 2014 com 85.708 MW às 15 horas e 41 minutos. Nessa época o Brasil registrou seguidos recordes de demanda instantânea e sempre nesse intervalo do dia em decorrência das altas temperaturas.
Essa alteração no comportamento de consumo pode ser explicado por dois motivos, um é o aumento da participação da refrigeração no padrão de consumo de energia do país com aparelhos de ar condicionado, ventiladores, geladeiras e frigoríficos. O segundo é a soma de um conjunto de sinais econômicos inadequados que incentiva a redução da demanda no horário das 18 às 21 horas sem levar em conta o real período onde a demanda é maior.
Na avaliação da consultoria, independente das causas desse deslocamento, o horário de verão não provoca, ao que tudo indica, nenhuma alteração na demanda máxima do sistema porque esta ocorre no meio da tarde. “Sendo assim, aparentemente não há a tal redução de 2.610 MW na demanda, e portanto, o horário de verão não evitaria investimentos na ordem de R$ 7 bilhões”, acrescentou a PSR. Para a consultoria seria possível ter economia caso os sinais econômicos equivocados que reduzem a demanda no horário de ponta oficial fossem corrigidos.
Quanto à redução máxima da demanda em 0,5% a PSR diz que esse indicador deveria ser revisto haja vista o peso cada vez menor da iluminação no consumo de energia ao citar um estudo da EPE de setembro de 2015 e publicado na Resenha Mensal daquele mês que aponta para uma queda de 18% para 14% no peso da iluminação entre 2005 e 2014 no consumo residencial, sem considerar o chuveiro elétrico e a TV.

Gente de OpiniãoSexta-feira, 19 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Energia Sustentável do Brasil assina termo de compromisso com ICMBio para investimento em unidades de conservação na Amazônia

Energia Sustentável do Brasil assina termo de compromisso com ICMBio para investimento em unidades de conservação na Amazônia

Duas unidades de conservação na Amazônia receberão investimentos da Energia Sustentável do Brasil (ESBR), concessionária da Usina Hidrelétrica (UHE)

Teste de autorrestabelecimento é feito com sucesso na UHE Jirau

Teste de autorrestabelecimento é feito com sucesso na UHE Jirau

As Unidades Geradoras (UG) são desligadas para simular um apagão

SPIC - Chinesa tem pressa para comprar hidrelétrica Santo Antônio

SPIC - Chinesa tem pressa para comprar hidrelétrica Santo Antônio

As negociações duram mais de um ano, e agora a SPIC corre para concluir a transação antes da posse de Bolsonaro na Presidência

Mais de 940 mil m³ foram dragados do rio Madeira em 2018

Mais de 940 mil m³ foram dragados do rio Madeira em 2018

O processo consiste em escavar o material que está obstruindo o canal de navegação e bombear o volume a pelo menos 250 m de distância desse canal.A

Gente de Opinião Sexta-feira, 19 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)