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Gente de Opinião

Luiz Felipe

Dia do Professor, o que podemos aprender com o Japão?




Luiz Felipe da Silva Andrade
OAB/RO 686-E

 

Como é bem sabido, hoje (15 de Outubro) é comemorado o dia do Professor, muito embora a meu ver o dia destes honráveis profissionais seja não só uma data no calendário, mas sim ininterrupta ao longo dos 365 dias de nosso ano, devendo a sociedade reconhecer a importância destes.

Assim sendo, pensei em escrever, como todos estão fazendo – bastando conferir as redes sociais hoje para notar a onda de respeito repentina aos Professores, o que não é de todo ruim, pois pelo menos neste dia eles são lembrados – uma singela homenagem àqueles que foram responsáveis pela minha formação educacional e moral, entretanto, como é de costume, resolvi ser um pouco do contra e seguir por outro caminho.

Cabe salientar que, sigo outro norte não porque meus professores não mereçam homenagens, pois é evidente que merecem, mas sim pelo fato de acreditar que a melhor homenagem a qual poderia dar a meus mestres e sociedade no geral é a oferta de uma reflexão.

Muito se comenta que no Japão ser Professor é algo muito respeitado, para os japoneses o Professor é chamado de sensei – na tradução para o português mestre, pois é considerado o sábio, o centrado e orientador das crianças.

Por sua vez, além do respeito aos professores, no Japão a sociedade e o governo tem a exata noção de que o futuro do país depende das crianças, por isso a educação é muito valorizada, rigorosa, disciplinada.
E para que tudo isso dê certo na prática, são necessários professores competentes, que passaram por rigorosas seleções, que possuem um alto grau de conhecimento e em compensação são bem remunerados.

Ocorre que, no Brasil a coisa não anda bem assim... A impressão que dá é que o assunto educação não é prioridade e, torna-se irrelevante se comparado com as Olimpíadas, Copa do Mundo, Festas de Carnaval, Exposições Agropecuárias e outras mais.

Diante disto, admira-se, para não dizer outra coisa, quando as pessoas comentam que é difícil tornar-se um médico competente, ou um advogado consagrado, mas se não fosse pelo professor nenhuma dessas profissões seriam desenvolvidas com tamanha maestria e competência.

Assim, poder-se-ia dizer com plena convicção que os professores brasileiros, sejam eles de escolas públicas ou privadas, de ensino superior, médio ou fundamental, são verdadeiros guerreiros, vez que muitos desempenham a arte de ensinar com verdadeiro amor, mesmo quando lhes faltam recursos, estruturas e até mesmo reconhecimento.

Diante disto, nesse dia 15 de Outubro convido a todos os leitores a uma reflexão, porque o Japão após ser dizimado por duas bombas atômicas no final da 2ª Guerra Mundial hoje é uma das maiores potências tecnológicas do mundo, enquanto nós não saímos do “grupinho” do BRIC?

Não irei responder a pergunta, me facultando apenas a deixar uma dica... A resposta para esta incógnita começa com Edu e termina com Cação.

Aproveito, ainda, a oportunidade para felicitar a todos os profissionais da área do saber e ensino, pois para mim estes são os verdadeiros heróis da nação e, por fim deixo um breve texto da autoria de Bertold Brecht o qual retrata a importância do aprender.

 

SOUBE QUE VOCÊS NADA QUEREM APRENDER

Soube que vocês nada querem aprender 
Então devo concluir que são milionários. 
Seu futuro está garantido — à sua frente 
Iluminado. Seus pais 
Cuidaram para que seus pés 
Não topassem com nenhuma pedra. Neste caso 
Você nada precisa aprender. Assim como é 
Pode ficar.

Havendo ainda dificuldades, pois os tempos 
Como ouvi dizer, são incertos 
Você tem seus líderes, que lhe dizem exatamente 
O que tem a fazer, para que vocês estejam bem. 
Eles leram aqueles que sabem 
As verdades válidas para todos os tempos 
E as receitas que sempre funcionam. 
Onde há tantos a seu favor 
Você não precisa levantar um dedo. 
Sem dúvida, se fosse diferente 
Você teria que aprender.

(Brecht; poemas - 1913-1956. Trad. Paulo Cesar Souza. Brasiliense, 1986. p. 91.)

 
Fonte: Colaborador do Gente de Opinião; Graduando em Direito pela Faculdade São Lucas; Representante Acadêmico desde 2009; Sócio do Instituto de Hermenêutica Jurídica Secção de Minas Gerais – IHJ/BH; Sócio do Instituto de Direito Eleitoral do Estado de Rondônia – IDERO; Estagiário atuante há mais de 3 (três) anos; Registrado na OAB/RO sob o nº 686-E; Desempenhando Atualmente as Funções de Estagiário de Nível Superior em Direito no TCERO com Lotação no Departamento de Controle de Atos de Pessoal – DCAP e no Escritório de Advocacia Bezerra Oliveira Advogados Associados; E-mail: [email protected].

 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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