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CHUTANDO O BALDE

CHUTANDO O BALDE: ATÉ PARECE QUE A COISA É SÉRIA


 

CHUTANDO O BALDE:   ATÉ PARECE QUE A COISA É SÉRIA - Gente de Opinião

ATÉ PARECE QUE A COISA É SÉRIA

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William Haverly Martins
 

Nesse último fim de semana o mundo ficou mais triste, perdemos dois importantes humoristas: Jerry Lewis, judeu russo nascido nos EUA, em 1926, e Paulo Silvino, brasileiríssimo, nascido no Rio de Janeiro em 1939.

O primeiro alegrou as minhas tardes adolescentes, protagonizando comédias memoráveis, principalmente as que estrelou ao lado de Dean Martin. Paulo Silvino, até bem pouco tempo, trabalhou em vários programas humorísticos da Rede Globo, e tinha como característica principal a criação de bordões que ficaram famosos, a ponto de serem reproduzidos, no dia a dia, por fiéis telespectadores.

Um desses bordões serve de título à coluna desta semana: Reforma política no Brasil? Até parece que a coisa é séria!

 O que se percebe claramente é que a classe política está apavorada, com a aproximação das eleições e o fim das contribuições privadas que, por muitos anos, sustentaram com propinas as elites políticas brasileiras, em troca de serviços superfaturados.

Os grandes partidos estão correndo o sério risco de encolherem ou desaparecerem, por isso estão em busca de saídas “milagrosas” para se perpetuarem na política. Não é à toa que, além do distritão, estejam cogitando da criação do fundode campanha eleitoral, para substituir o fim do financiamento privado. Vale lembrar que esse novo fundo, na ordem de R$ 3,5 bilhões, não acaba com o fundo partidário, que é pago em parcelas mensais aos partidos. Tudo pago pelo contribuinte.

Não estamos precisando de remendos, mas de uma reforma estruturante, capaz de resolver de vez os sérios problemas que estamos atravessando. Nenhum país consegue sobreviver, sustentando com vantagens e barganhas cerca de 30 partidos políticos, um monte de oportunistas, 513 deputados federais e 81 senadores.

Nenhum políticofala de uma reforma que priorize a mudança do desgastado regime presidencialista, para um moderno regime semipresidencialista, copiando o sucesso de nações europeias, acabando com o todo poderoso presidente da república e o governo das medidas provisórias, revigorando nosso sistema, onde há muita eleição, pouca democracia e nenhuma representatividade.

Ninguém apresenta um projeto para diminuir o tamanho administrativo do estado brasileiro, reduzindo os ministérios para no máximo 12 e privatizando todas as estatais e semi-estatais. Ninguém fala em cortar pela metade o número de deputados, além de restringir a dois os senadores por estado.

Ninguém fala em acabar com as mordomias, em reduzir salários, verbas de gabinete, apartamentos funcionais, utilização de carros públicos, verbas para alimentação, passagens aéreas, etc. etc. Isso sem falar no fim dos famigerados cargos comissionados e das emendas parlamentares. 

A classe política brasileira perderia os vagabundos e oportunistas, mas ganharia denodados patriotas, gente preocupada com os destinos da nação, se cada candidato a deputado federal, a senador, a deputado estadual, a vereador, a prefeito, a governador e a presidente patrocinasse a sua própria campanha: a ajuda governamental seria no horário gratuito da TV e do rádio. Partidos políticos seriam reduzidos, no máximo, a 4, sem essa história de fundo pra isso e fundo pra aquilo. Só assim acabaríamos com os feudos e com a profissionalização do político.

Quem assiste a desfaçatez arrogante, aparentemente impoluta, de como os políticos falam da reforma política, como o ministro da Fazenda trata a reforma da Previdência e apresenta soluções para os problemas econômicos, como alguns membros do STF se nivelam aos corruptos, sem perder a empáfia; como o presidente da República, ao falar em público, camufla um sorriso de homem bem sucedido, mas que. na verdade, é de escárnio, até pensa que a coisa é séria.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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