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Banco Mundial diz que agenda reformista deve continuar


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247 - O diretor-executivo do Banco Mundial, Otaviano Canuto, disse não acreditar que a agenda reformista no Brasil venha a ser descartada, caso Michel Temer seja afastado em decorrência da denúncia de corrupção passiva no Supremo Tribunal Federal (STF).

"A minha avaliação, a do Banco Mundial e dos mercados é que hoje a agenda de reformas parece segura. Posso dizer que me parece haver uma coalizão de suporte em relação às reformas para protegê-las da volatilidade política", afirmou Canuto ao jornal Valor Econômico. Apesar disso, ele destacou que caso a reforma da Previdência venha a sofrer alterações, contemplando apenas a idade mínima, será necessário fazer um projeto em cerca de três anos.

Para Canuto, as reuniões feitas pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), primeiro na linha de sucessão presidencial, com agentes do mercado financeiro não são motivos para alarde. "Não há motivo para alarde. Não vejo jogo duplo do mercado. É natural que, a partir de informações veiculadas pela imprensa, o mercado se aproxime de Maia para entender o que ele faria caso assumisse a Presidência. Isso não quer dizer que o mercado financeiro deixou de confiar no compromisso de Temer com a agenda de reformas ou que deixou de apoiar o programa de governo dele", ressaltou Canuto.

O executivo também observou que a recuperação da economia só deve acontecer a partir de 2018. "No curto prazo, a conjuntura macroeconômica está dada. A crise parou de se aprofundar. Você tem uma recuperação tímida, mas não quer dizer que a economia vai recuperar, não quer dizer que vá entrar em um novo ciclo de crescimento. Para isso, será necessário ter as reformas para compensar o péssimo ambiente de negócios. Será necessário retomar a confiança de investidores. Isso só será possível com um governo estável, que possa assegurar as regras, o que talvez só aconteça após as eleições de 2018", disse.

"O resultado das eleições será fundamental, a emergência de novas lideranças que não sejam tentadas a construir esses esquemas, o fortalecimento e manutenção de instituições independentes que mantenham um prêmio ao bom comportamento e um castigo ao mau comportamento. Serão etapas. Saímos da crise, do ponto de vista de fundo do poço, com a retomada do emprego e de ajuste de carteiras de endividamento de famílias e de algumas empresas. Paramos de afundar. Agora, para voltar a crescer com fôlego é preciso a retomada de investimentos em infraestrutura, ambiente de negócios melhor e qualidade melhor do gastos de público. O ano de 2018 é um ano intermediário no processo de arrumar a casa, de rever orçamento, despesas obrigatórias. Felizmente, ainda não estamos com a corda no pescoço. Se não for feita a reforma da Previdência, a trajetória de endividamento vira explosiva. Não estamos lá ainda", avalia.

Canuto defendeu, ainda, uma espécie de revisão nas empresas estatais e os resultados da Operação Lava Jato. "O governo, seja esse ou o próximo, precisará rearrumar as estatais. Os benefícios do que já foi feito na Petrobras já apareceram. Há caroços nesse abacate que ainda vão demorar a ser superados. Também precisa haver uma rearrumação das empresas do setor privado envolvidas nesses escândalos. Para que isso aconteça, o Poder Judiciário precisa continua com sua autonomia, o conjunto de regras precisa continuar fortalecido", disse.

"A Lava-Jato só chegou onde chegou por causa dos acordos de colaboração premiada. Tudo teria parado se não fosse o incentivo a isso. A partir daí que o novelo foi desfiado, em camadas: pegaram funcionários da estatal, CEOs das empresas eram espremidos e chegaram aos políticos envolvidos. A Lava-Jato não vai retroceder. O que ainda precisamos ver é a natureza das consequências", completou.

Leia a íntegra da matéria. 

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