Quinta-feira, 11 de maio de 2017 - 05h08
A reforma da Previdência é necessária para garantir o equilíbrio das contas públicas do governo, mas o aumento do tempo de contribuição do funcionalismo pode representar um outro grande problema nas contas do Governo Federal. Um relatório em poder do Ministério do Planejamento, mostra um número considerado de servidores que estão prestes a se aposentar.
Boa parte da força de trabalho do Governo Federal já passa dos 55 anos de idade e terá de trabalhar um pouco mais, caso a reforma seja aprovada da forma como está em discussão na Câmara dos Deputados. Ocorre que muitos servidores estão chegando na melhor fase da vida e não produzirão como produziam há dez anos. É natural do ser humano reduzir a velocidade de trabalho quando passa dos 60 anos.
Com a chegada da boa idade, muitos pedirão licença para tratamento de saúde e se afastarão da função pública, obrigando a realização de novos concursos públicos com a finalidade de suprir a grande deficiência na administração pública. As novas contratações vão gerar mais despesas aos cofres da União e dos governos, complicando o atual modelo de Previdência em discussão nas casas legislativas.
Hoje, conforme matéria publicada na edição de ontem da Folha On Line, o Governo Federal começou a convocar os beneficiários de auxílio-doença com mais de 60 anos para realizar nova perícia médica no pente-fino que está sendo feito nos benefícios por incapacidade pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O governo quer saber como anda a saúde dos beneficiários.
O governo também já sinaliza em cortar despesas com plano de saúde, um direito adquirido pelo governo. Atualmente o governo paga a metade do plano, o que gera uma despesa enorme no caixa da União. Por outro lado, os planos de saúde estão trabalhando acima da capacidade e não conseguem atender à demanda de funcionários do Governo Federal. É um sinal que a população está se tornando cada vez mais doente e dependente de planos de saúde.
O número de farmácias do trabalhador aumenta nos grandes centros de forma assustadora bem como a quantidade de pessoas cadastradas no sistema de distribuição de medicamentos nos Estados. O desfecho dessa realidade é difícil de se prever. A reforma da Previdência é necessária e precisa ser feita com urgência, mas não será suficiente para garantir equilíbrio das contas dos governos com o funcionalismo.
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