Sexta-feira, 29 de março de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Mara Paraguassu

A privatização exige transparência absoluta - Por Mara Paraguassu


 

A privatização de 57 empresas do patrimônio do Brasil é a notícia mais marcante da semana. O governo antecipou, mesmo sem ter ainda uma estratégia de vendas, que pode injetar em investimentos pouco mais de R$ 40 bilhões com ativos que precisam ser minuciosamente avaliados.


São aeroportos, rodovias, portos, empresas estatais, linhas de transmissão, a Casa da Moeda  entre outros, que terão seu capital desestatizado.

A privatização exige transparência absoluta - Por Mara Paraguassu - Gente de Opinião
Conselho anuncia pacote de concessões


A privatização é um caminho, mas exige transparência absoluta e seriedade.  Equipe competente para levar adiante algo complexo, ainda mais um pacote que inclui tantas empresas como agora, em momento dramático da situação fiscal do país. Não se pode fazer tudo a toque de caixa.
 

No livro “Tancredo Vivo – Casos e Acaso”, de Ronaldo Costa Couto, Tancredo Neves sobre privatização afirmou: “Tem de haver. O Estado entra e o Estado sai. Nem sempre tem de ficar, é claro. Mas isso exige muito cuidado, há muito interesse em jogo. ” 


Sem reparos. É preciso zelo na avaliação patrimonial, rigorosa análise sobre os compradores, cuidado com os empregados, sem contar os enormes riscos de corrupção.


Aí reside o maior perigo: conduzido por mãos erradas, o patrimônio vira fumaça, alguns enriquecem e a sociedade mais uma vez é roubada.


Limite da irresponsabilidade


Como a falta de memória no Brasil é sintoma de uma debilidade que entre outras coisas impede reação persistente contra a penúria moral e corrupção, vale lembrar que em 98 Ricardo Sérgio, ex-diretor do Banco do Brasil, grampeado, disse ao ministro das Comunicações Luís Carlos Mendonça de Barros que teriam chegado “ao limite da irresponsabilidade.”  


Eles combinavam a participação de fundos das estatais na privatização da Telebrás, fundos também usados na compra da Vale do Rio Doce, um ano antes. Negociações prejudiciais aos cofres públicos e aos trabalhadores das estatais.


Cartas marcadas


Vendida no governo Fernando Henrique Cardozo por R$ 3,3 bilhões, a Vale do Rio Doce valia 28 vezes mais: R$ 92 bilhões. Esse era o valor estimado no leilão à época. As acusações sobre o processo: propina no leilão, vícios no edital de venda, subavaliação, acusações de que a empresa americana Merrill Lynch teria repassado informações estratégicas aos compradores meses antes da venda; e que parte do dinheiro utilizado pelas empresas para a compra foi obtido por meio de empréstimos ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).  Tudo indicou um jogo de cartas marcadas. 


Algum juízo


Se parlamentares da situação e oposição tiverem ainda algum juízo, fiscalizem a venda desse conjunto de 57 empresas com serenidade, seriedade, argumentos técnicos e sem paixão política. A política do quanto pior melhor afunda cada vez mais o país, e o PT, depois de ter ultrapassado o limite da irresponsabilidade na gestão das estatais e fundos de pensão, não tem moral alguma para se contrapor à desnacionalização do maior pacote já feito no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), anunciado na quarta-feira (23).
 

Email: [email protected]

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoSexta-feira, 29 de março de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Sinjor promove, nesta quarta, 11,  Roda de Conversa “A Mulher no Jornalismo”

Sinjor promove, nesta quarta, 11, Roda de Conversa “A Mulher no Jornalismo”

Integrado às atividades que estão sendo realizadas em todo o país sob coordenação geral da Comissão Nacional da Mulher da Federação Nacional de Jornal

Mais do que merecido - Por Mara Paraguassu

Mais do que merecido - Por Mara Paraguassu

  O nosso aguerrido contador de histórias Montezuma Cruz, repórter de excelência, foi homenageado pela Câmara de Vereadores de Teodoro Sampaio (SP) no

PMDB de Ariquemes lança o nome do governador Confucio Moura ao Senado Federal - Por Mara Paraguassu

PMDB de Ariquemes lança o nome do governador Confucio Moura ao Senado Federal - Por Mara Paraguassu

(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({}); PMDB de Ariquemes lança o nome do governador Confúcio Moura ao Senado Federal. (adsbygoogle = windo

Gente de Opinião Sexta-feira, 29 de março de 2024 | Porto Velho (RO)