Sexta-feira, 29 de março de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Confúcio Moura

A importância da incerteza (educação) - Por Confúcio Moura


Maioria das pessoas tem mais incertezas do que certezas. Isto vem desde a infância. Talvez, nela seja a fase que se tem mais certezas do que incertezas. As crianças sempre tem respostas na ponta da língua e dizem o que bem pensam, imediatamente. Agora, a medida que se vai crescendo, é que vem surgindo cada vez mais as dúvidas.

Gente de Opinião

Vou ser jogador de futebol?

Vou parar de estudar?

Eu não gosto de matemática?

Ou mesmo, dizer que ainda não sabe o que irá fazer mais tarde. O maior papel da escola é o de justamente, ensinar as crianças a pensarem. Mas, gente do céu, como ensinar uma criança a pensar? Na realidade é abrir o mundo para elas e deixá-las ver todos os caminhos. Agora, aqui, entra um campo tão vasto, que a gente nem sabe por onde inciar. Como se diz, é inciar iniciando.

A escola, como funciona hoje, não tem este objetivo, o de ensinar as crianças a pensarem. Quando muito, o que é feito, é a repetição de textos iguais, palavras iguais, histórias iguais, aulas iguais,  para que possa fazer uma prova e passar no final do ano. Agora, pensar mesmo, ninguém ensina pensar. Os rumos mais comuns do pensamento – vem da filosofia, que faz um mundo de perguntas para nós todos e deixa, quase sempre sem nenhuma resposta.

Do outro lado é a matemática, os jogos, o xadrez que vai fustigando pontos da memória humana e fazendo o pensamento dar outras voltas. Eu fico imaginando, como será a Escola Lydia Johnson, Asas do Saber, e todas as demais escolas do Brasil, o que devem fazer, na prática, para ensinarem os alunos a pensarem. Na Lydia Johnson ainda mais grave, que não tem nenhum aluno ainda matriculado, e que maioria daqueles que virão, deixaram há muito tempo, a sala de aula, pelos mais variados motivos.

Aí eu creio, que não há fórmula pronta e acabada. E que na realidade, tudo deve vir é dos próprios alunos, deles mesmos, através de constantes questionários, indagações, busca dos seus desejos conscientes e inconscientes e a escola, dos seus interesses, e ir dando guinadas para direita e para a esquerda, não ter rota fixa, acomodando às tendências dos estados mentais dos seus alunos.

É indispensável que não se trave a escola. Hoje em dia, tudo é mais fácil. Basta ouvir palestras no TED talks, YouTube e noutros pontos do conhecimento virtual.  Como fazer os jovens pensarem? E tudo deve se resumir numa palavra – respeitar o seu interesse. É no interesse que está a razão do pensamento. Da investigação, do desejo de estudar cada vez mais. E ir mais longe, quem sabe, ao invés de abrir muito o leque e confundir às crianças, não seja melhor reduzir as opções? Ninguém deve e nem pode saber tudo que o mundo tem.”Vim ao mundo para pensar certas ideias”.

Que ela (escola) vá pegando a sua velocidade de acordo com o time  que tem. E com a força , deturpada ou não dos seus alunos. E que sabiamente, com apoio não só de psicólogos, porque aqui, não cabe apenas o psicólogo clinico tradicional, que busque doença da mente, mas, psicólogos matemáticos, estatísticos, economistas – que saibam trabalhar com dados, números e interpretações.

O caminho da Escola Lydia Johnson é um caminho torto. Inicialmente torto, e que pode continuar torto e quem sabe ficar eternamente torto, para poder  dar certo.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoSexta-feira, 29 de março de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Urus e Pacaás

Urus e Pacaás

Vou inventar um nome aqui. Aliás, nomes. Porque falar em manter reserva de índio, florestas nacionais ou parques é motivo para ser assassinado. O no

Histórias inacreditáveis

Histórias inacreditáveis

Contar história é também uma arte e um ofício. E cada pessoa, depois de alguns “janeiros” nas costas, vai olhando pra trás e vê pelo retrovisor – a

O salto no escuro (uma história da pandemia COVID-19) Capítulo 60

O salto no escuro (uma história da pandemia COVID-19) Capítulo 60

Falei no capítulo 59 que daria um tempo para continuar com a série. Se não fizer esta pausa, terminarei repetindo demais, indo e voltando. Estou ven

O salto no escuro (uma história da pandemia COVID-19) Capítulo 59

O salto no escuro (uma história da pandemia COVID-19) Capítulo 59

Temos um ano, apenas, de convivência com o coronavírus (Covid-19). E o esforço tem sido enorme pelos profissionais de saúde para, pouco a pouco, ire

Gente de Opinião Sexta-feira, 29 de março de 2024 | Porto Velho (RO)