Sexta-feira, 19 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Silvio Persivo

A ECONOMIA CRIATIVA E O CARNAVAL - Por Silvio Persivo


A ECONOMIA CRIATIVA E O CARNAVAL

Silvio Persivo

No mundo cresce a importância do que se denomina de economia criativa, ou seja, o setor econômico formado pelas indústrias criativas, aquele conjunto de atividades econômicas que na produção e distribuição de bens e serviços utilizam a criatividade e as habilidades dos indivíduos ou grupos como insumos primários. No Plano Nacional de Economia Criativa, publicado em 2012 pela Secretaria da Economia Criativa, a economia criativa abrangia os seguintes setores: Música, filme e vídeo, TV e rádio, Mercado editorial, Design e moda, Artes visuais, Artes cênicas e dança, Cultura popular, Publicidade, Arquitetura, Jogos e animação, Gastronomia, Turismo e Tecnologia digital. A abrangência da economia criativa, que tem como matérias primas a inteligência e a criatividade humanas, incluem atividades tradicionais e modernas, mas, apresenta possibilidades praticamente ilimitadas de desenvolvimento.

Entre estas, e é pouco reconhecido pelos setores públicos, se encontram duas grandes expressões culturais brasileiras: o futebol e o carnaval. Este último, porém, parece mais do que qualquer outro, uma síntese da economia criativa, de vez que demonstra e expõe a extraordinária inteligência e a criatividade do brasileiro, que, faz uma festa fantástica que se destaca para o mundo inteiro. No entanto, até mesmo sendo uma enorme fonte de atividade econômica, pois, este ano, por exemplo, bateu recorde de movimentação econômica girando R$ 11 bilhões, envolvendo cerca de 10,7 milhões de turistas brasileiros e 400 mil estrangeiros, uma festa que foi 20% maior que a anterior. Inclusive agregou Belo Horizonte como uma nova praça de atração que se juntou ao Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife e Olinda e Fortaleza, que já eram atrações tradicionais.

Não há estatísticas de qualidade sobre o carnaval em Rondônia, mas, principalmente o de Porto Velho também já representa uma movimentação significativa para a economia local. No entanto, como foi representativa a ausência do Galo da Madrugada este ano, o carnaval, como outras festas populares, continua a não ser olhado com o carinho devido. São inúmeras as exigências e taxas que se cobram de quem deseja colocar seu bloco na rua e, muitas vezes, os foliões que somente desejam brincar se veem tratados como se isto fosse um crime quando é uma manifestação artística e uma atividade econômica. Ao contrário do que se pensa, quem faz carnaval, normalmente, tem que trabalhar muito tempo, muitos carnavalescos o ano todo, para desfilar nos três dias. E esta atividade deveria, isto sim, ser olhada com carinho e incentivada. Não é fácil, por exemplo, manter uma tradição como a da Banda do Vai Quem Quer por tanto tempo. Os blocos tem uma história e um papel importante na união social e na economia de uma cidade. Carnaval, por mais que os desinformados pensem que não, é coisa séria e é um fator econômico e social que faz parte da cultura de uma cidade. Quem o faz, e faz bem, deveria receber apoio e aplausos e não, como é comum, reclamações dos que não gostam e empecilhos para fazer com que as pessoas se divirtam e tenham lazer. Algo que falta muito em nossa cidade.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoSexta-feira, 19 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

A difícil e necessária convivência com o celular

A difícil e necessária convivência com o celular

Efetivamente, apesar da minha idade, sou um fã de novidades e de tecnologia. Regularmente escrevo sobre economia criativa e sobre Inteligência Artif

Os Orixás em cordel de Bule-Bule

Os Orixás em cordel de Bule-Bule

Quando conheci Antônio Ribeiro da Conceição, o grande mestre baiano Bule-Bule, ainda estávamos no século passado e ele fazia dupla com um outro nome

A inadiável necessidade de incentivar a indústria naval e a Marinha Mercante

A inadiável necessidade de incentivar a indústria naval e a Marinha Mercante

O Brasil é um país muito rico e, mais que rico, generoso, muito generoso com os outros países. Não falo apenas pelos investimentos do BNDES na Venez

O carnaval é uma festa familiar em todos os sentidos

O carnaval é uma festa familiar em todos os sentidos

Minha visão do carnaval, a partir da época de criança, sempre foi de festa, de um momento de inversão dos valores onde os homens se vestiam de mulhe

Gente de Opinião Sexta-feira, 19 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)